Pesquisa aponta hormônio como possível tratamento da depressão

Em pesquisas com ratos, a adiponectina, hormônio também presente em humanos, se mostrou eficiente no tratamento da depressão e mostrou potencial para ser usada principalmente em pacientes que têm diabetes
Pesquisadores da Universidade do Texas descobriram que um hormônio presente nos ratos ajuda a aliviar os sintomas da depressão nesses animais. Eles testaram o papel da adiponectina, um hormônio produzido pelo tecido adiposo e também presente nos humanos, no controle da depressão. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Resultado: Depois dos 14 dias, os animais começaram a apresentar sinais de depressão, como um declínio na interação social. Nesses ratos, os níveis do hormônio adiponectina estavam muito menores do que o normal. A adiponectina é responsável por controlar o metabolismo do açúcar e da gordura no corpo e é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica. Segundo os pesquisadores, ela tem propriedades antidiabéticas – quanto menor for seu nível no sangue, maiores são as chances de o indivíduo ter diabetes tipo 2. Estudos anteriores mostraram que pacientes com esse tipo de diabetes tinham duas vezes mais chance de sofrer de depressão. A partir desses dados, os cientistas resolveram pesquisar se havia alguma relação entre os níveis do hormônio e a doença.
Para isso, os autores submeteram ratos a 14 dias de stress seguidos. Eles introduziram os animais em gaiolas que continham um rato maior e mais agressivo, onde foram fisicamente derrotados. Depois da derrota, os ratos permaneceram na gaiola, mas foram separados por um divisor plástico que permitia contato visual, auditório e olfativo com seu agressor. A cada 24 horas, o procedimento era repetido. No final dos 14 dias, os ratos apresentavam sintomas de depressão, como aversão ao convívio social.
Dois dias depois do último encontro com o agressor, os pesquisadores mediram os níveis de adiponectina no sangue desses ratos. A depressão coincidiu com uma queda nos níveis do hormônio no sangue.
Depois disso, os cientistas compararam o comportamento de ratos normais com ratos geneticamente modificados, que possuíam deficiência nos níveis da adiponectina. Os últimos demonstraram maior predisposição a sintomas relacionados com a depressão, como a aversão social, pouco estímulo por recompensas e desamparo, recusando oportunidades de melhorar suas circunstâncias.
Por último, os pesquisadores injetaram o hormônio no cérebro de ratos normais e diabéticos, e viram que ele teve um efeito antidepressivo. Como resultado, o estudo concluiu que a adiponectina tem um grande potencial terapêutico para tratar a depressão, principalmente em pacientes com diabetes.
Fonte: Veja

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