Chega ao Brasil a Vortioxetina, primeiro antidepressivo multimodal para o tratamento da depressão.

Comercializado nos EUA e Europa desde 2014, a Vortioxetina chega ao Brasil esta semana com o nome de fantasia Brintellix, comercializado pelo laboratório dinamarquês Lundbeck.

Todos sabemos que os estados depressivos cursam com uma redução da serotonina cerebral e que antidepressivos ajudam a regular os níveis de serotonina. Mas o que nem todos sabem é que outros neurotransmissores podem ser igualmente importantes na depressão e que somente aumentar os níveis de serotonina no cérebro pode não ser suficiente para a remissão de todos os sintomas depressivos.

Entre os antidepressivos mais modernos estão aqueles que agem sobre dois sistemas de neurotransmissão ao mesmo tempo, a serotonina e a noradrenalina. São conhecidos como duais e costumam ser mais eficazes do que os que agem somente no sistema da serotonina.

Desde setembro de 2013 o FDA, órgão máximo nos EUA para a regulação de medicamentos, aprovou a Vortioxetina, medicamento com um mecanismo de ação totalmente inovador, para o tratamento da depressão. Essa substância possui ação diferenciada em receptores de serotonina, agindo como inibidor, antagonista, agonista ou agonista parcial em diferentes subtipos de receptores (veja a figura). Essa ação diferenciada permite que ele tenha ação modulatória indireta em diversos sistemas de neurotransmissão, como serotonina, noradrenalina, dopamina, GABA, histamina e acetilcolina, agindo em diferentes sistemas de neurotransmissão.

Os estudos com a Vortioxetina mostram eficácia em diferentes sintomas depressivos e ansiosos, melhorando a função cognitiva, como memória, aprendizado e função executiva, sendo melhor tolerado do que os seus antecessores, sem efeitos indesejáveis sobre o peso e a função sexual e mais fácil de interromper, por não causar sintomas de descontinuação.

Um estudo duplo-cego realizado com pacientes deprimidos na Ásia no ano passado comparou a Vortioxetina com a Venlafaxina (antidepressivo dual) e verificou que a Vortioxetina foi tão eficaz quanto à Venlafaxina no tratamento da depressão, sendo que os pacientes interromperam menos o tratamento com a Vortioxetina, devido à menor incidência de efeitos colaterais (Fonte: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1185/03007995.2015.1014028). Porém são necessários mais estudos comparativos com outros antidepressivos para comprovação da superioridade quanto à eficácia clínica.

Comercializado nos EUA e Europa desde 2014, a Vortioxetina chega ao Brasil esta semana com o nome de fantasia Berintellix, comercializado pelo laboratório dinamarquês Lundbeck.

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