Depressão faz tão mal ao coração quanto obesidade e colesterol.
Pensar que 15% das mortes do coração pode ser causada por depressão é alarmante! Diagnosticar e tratar depressão deixa de ser uma medida apenas terapêutica e passa a ser uma medida de prevenção de saúde pública necessária, visto o número elevado de mortes cardiovasculares no mundo. Estamos preparados para dar conta do recado? A depressão pode atingir até 25% da população ao longo da vida!
Mente afeta o corpo
Em mais uma descoberta que desvenda os mecanismos de interação entre a mente e o corpo, acaba de ser demonstrado que, na depressão, o estado mental não é tudo o que é afetado – a depressão também compromete a fisiologia corporal.
O que se demonstrou é que a depressão representa um risco para doenças cardiovasculares tão grande quanto níveis elevados de colesterol ou obesidade.
A descoberta foi feita pela equipe do professor Karl-Heinz Ladwig, do Centro Helmholtz de Munique (Alemanha).
Depressão e risco cardíaco
Ladwig e sua equipe analisaram dados de 3.428 pacientes homens, com idades entre 45 e 74 anos, e observaram seu comportamento e sua saúde ao longo de um período de dez anos.
Eles se concentraram especificamente na comparação do impacto da depressão e dos quatro principais fatores de risco cardiovascular sobre a saúde dos voluntários.
“Nossa investigação mostrou que o risco de uma doença cardiovascular fatal devido à depressão é quase tão grande quanto o risco devido a níveis elevados de colesterol ou obesidade,” resumiu Ladwig.
Os resultados mostraram que apenas a hipertensão arterial e o tabagismo estão associados com um risco cardiovascular maior do que a depressão.
Mortes por depressão
Extrapolando o resultado para os dados epidemiológicos, a equipe calcula que, na população em geral, a depressão pode estar sendo responsável por cerca de 15% das mortes cardiovasculares.
“Isto é comparável a outros fatores de risco, como hipercolesterolemia, obesidade e tabagismo”, afirma Ladwig – os fatores que o pesquisador cita causam de 8 a 21% das mortes cardiovasculares.
Os resultados foram publicados na revista Atherosclerosis.
Fonte: Diário da Saúde