Bebês prematuros têm mais chances de desenvolver problemas psiquiátricos
Bebês prematuros têm mais chance de desenvolver uma saúde mental mais frágil ao longo da vida, afirma um estudo feito por pesquisadores britânicos e suecos. Desordem bipolar, depressão e psicose estão entre os problemas mais prováveis, sugere o trabalho, publicado nos Arquivos de Psiquiatria Geral.
Os riscos de que esses distúrbios sejam desenvolvidos são pequenos também entre os prematuros, mas ocorrem com mais incidência neste grupo que em pessoas que passaram nove meses na barriga das mães antes de nascer. Especialistas, por sua vez, dizem que houve nos últimos anos avanços significativos no processo de cuidado de bebês prematuros – que são aproximadamente um em cada 13 crianças recém-nascidas.
Os pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do King’s College, de Londres, e do Karolinska Institute, de Estocolmo, analisaram dados de 1,3 milhão de pessoas nascidas na Suécia entre 1973 e 1985. Eles descobriram que cerca de 10,5 mil pessoas deram entrada em hospitais para tratar desordens psiquiátricas, e que destas, 580 eram prematuras.
De acordo com os especialistas, crianças que permaneceram 40 semanas – o período regular de 9 meses – na barriga de suas mães tiveram duas chances em mil de desenvolver esses distúrbios. Para os que a gestação durou 36 semanas, as chances foram de quatro em mil. Para os de 32 semanas, foram de seis em mil. Alguns dos bebês prematuros tiveram setes vezes mais chances de desenvolver desordem bipolar e quase três vezes mais de sofrer de depressão.
Chiara Norsati, uma das pesquisadoras, disse que os números reais, porém, podem ser ainda maiores, já que nem todos que desenvolveram os distúrbios podem ter procurado hospitais. Ela, porém, afirmou que a maioria dos bebês que nascem antes dos nove meses é perfeitamente saudável.
“Não acho que os pais devem se preocupar, mas sabemos que se o bebê é prematuro, é mais vulnerável a uma série de variáveis psiquiátricas e talvez deva ser monitorado caso demonstre sinai de problemas”, disse, acrescentando que a “interrupção da gestação” pode afetar o desenvolvimento cerebral o feto.
Fonte: O Estado de São Paulo
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