Notícias sobre Esquizofrenia – Março/09
30/03/09 – Medir ondas cerebrais em resposta a estímulos sonoros parece ser um caminho promissor para se começar a entender a genética da esquizofrenia. Pelo menos é o que afirmam pesquisadores do Hospital McLean, afiliado à Universidade de Harvard. A resposta cerebral a determinados tons foi anormal em pacientes com esquizofrenia internados pela primeira vez quando comparada a de pessoas saudáveis, cujas ondas cerebrais foram registradas normalmente após ouvirem os mesmos tons. “A idéia de medir as ondas cerebrais a partir de sons surgiu do conhecimento do envolvimento do lobo temporal esquerdo, responsável pelo processamento do som e da linguagem, na fisiopatologia da doença”, afirma Dean Salisbury, diretor do Laboratório de Neurociência Cognitiva do Hospital de McLean. Mais de 100 pacientes foram testados ao longo de 10 anos. O fato da resposta cerebral a esses tons estar anormal pode significar que o cérebro não esteja disparando os estímulos apropriadamente no córtex auditivo. “Isso indica que estamos num caminho em que é necessário maior investigação”, conclui. Como os pacientes estavam na primeira crise e não tinham história de uso prévio de medicamentos, não se pode relacionar essas alterações ao uso prolongado dos antipsicóticos (PsychCentral).
30/03/09 – Uma pesquisa encomendada pela Sociedade de Esquizofrenia do Canadá para avaliar o estigma e o preconceito da população em relação à doença revelou resultados surpreendentes: 92% dos canadenses já ouviram falar da esquizofrenia, mas a maioria não entende o que é e nem quais os sintomas. A maioria a confunde com transtorno de personalidade múltipla e 62% acreditam que ela esteja ligada a atos violentos contra terceiros. A pesquisa também avaliou como pacientes são tratados nos serviços de saúde e descobriu que eles aguardam seis semanas a mais para um atendimento psiquiátrico do que a média da população para os serviços de saúde clínicos. “É inaceitável que uma pessoa com esquizofrenia espere em média 18 semanas para receber um tratamento psiquiátrico”, indigna-se Chris Summerville, diretor da sociedade. “Saúde mental deveria ser a prioridade absoluta no sistema de saúde nacional e estatal” (CNW Group).
30/03/09 – Pesquisadores da Universidade da Geórgia e de Barcelona encontraram uma ligação entre esquizofrenia e diabetes tipo 2 em um estudo com 50 pacientes recentemente diagnosticados como esquizofrênicos e sem uso de medicações antipsicóticas. “A relação entre a esquizofrenia e a diabetes é uma suspeita antiga da comunidade científica”, diz Dr. Kirkpatrick, um dos pesquisadores. “Os resultados apontam para a possibilidade das duas doenças terem fatores genéticos e ambientais comuns. Sabemos que alguns antipsicóticos causam problemas, mas quisemos saber se a esquizofrenia também tem relação direta. Estabelecer relações entre essas doenças pode ajudar a esclarecer a genética da esquizofrenia”, conclui (Inscience.org).
29/03/09 – O laboratório Eli Lilly and Co´s anunciou que a nova substância LY2140023, em estudo para o tratamento da esquizofrenia, fracassou no estudo de fase II, por não ter mostrado efeito superior ao placebo. 393 pacientes foram acompanhados por 4 semanas em uso da nova substância. A mesma droga havia mostrado resultados promissores no estudo de fase I, com 200 pacientes, por ter agido de forma rápida e eficaz, sem produzir ganho de peso. Ela demonstrou eficácia nos sintomas positivos, como delírios e alucinações, bem como em sintomas negativos, como apatia e isolamento. A nova substância, também conhecida como mGlu2/3, diferencia-se dos demais antipsicóticos por apresentar ação sobre receptores de glutamato, o que é considerado um avanço em relação aos medicamentos hoje disponíveis, que atuam somente sobre dopamina e serotonina. O laboratório não descarta um novo estudo no próximo ano. O que chama atenção neste estudo atual é a alta taxa de resposta placebo, o que pode acontecer em estudos na área de neurociência (IndyStar.com).
26/03/09 – Um estudo realizado na Universidade de Granada (Espanha) verificou que entre jovens com bom desempenho sócio-acadêmico e que desenvolveram psicose, 66% admitiram que faziam uso de maconha diariamente, enquanto que entre os jovens com marcadores de neurodesenvolvimento anormal, somente 43% admitiram o consumo da droga antes do desenvolvimento da doença. Os pacientes com bom desempenho sócio-acadêmico também não possuíam histórico familiar de esquizofrenia, ao contrário do outro grupo. Os pesquisadores questionam se esse tipo de psicose sofre maior influência do ambiente e se ele teria um prognóstico semelhante ao da esquizofrenia (Science Daily).
25/03/09 – Cientistas descobriram um gene que pode controlar a maneira como pessoas com esquizofrenia e transtorno bipolar respondem à medicação. Os pesquisadores da Universidade de Edinburgh também identificaram sete proteínas importantes para o desenvolvimento das doenças mentais e esperam que essas descobertas ajudem no desenvolvimento de novas medicações. Eles analisaram variações do gene DISC1, um dos genes que causam a esquizofrenia, e viram que ele afeta outros genes, alvos de medicações hoje disponíveis para tratamento da esquizofrenia (Medical Breaktroughs).
24/03/09 – O Skunk, um preparado mais forte da maconha, domina atualmente o consumo da droga na Inglaterra, correspondendo a 80% da droga disponível nas ruas, comparado a 30% em 2002. O uso da maconha por adolescentes pode abrir uma porta biológica para problemas mais sérios de saúde, causando um dano permanente e irreversível no cérebro, ainda em desenvolvimento. A maconha pode levar a ataques de pânico e à paranóia no curto prazo e seu uso a longo prazo tem sido relacionado ao desenvolvimento de psicoses, como a esquizofrenia. Para pessoas com esquizofrenia, ela pode piorar os sintomas e levar a recaídas (Ghana Homepage).
23/03/09 – O Dia da Esquizofrenia é um evento anual organizado pela sociedade civil na província de Vaud, na Suíça. Neste ano, o slogan da campanha é “Ação precoce para um cuidado melhor”. Serviços psiquiátricos comunitários farão visitas aos pacientes em suas casas para tentar identificar e tratar precocemente o transtorno. Painéis informativos serão espalhados nas principais cidades para informar a população e combater o estigma e o preconceito. Um concerto de rock “schizo ô night”, em Lausanne, atrairá o público jovem para a causa. “Nós fomos encorajados pelas famílias. Elas disseram ser importante falar sobre a doença, porque, caso contrário, a esquizofrenia continuará sendo uma doença esquecida”, diz Bonsack, organizador do evento. “As pessoas associam a esquizofrenia à violência, mas é importante compreender que ela afeta pessoas como nós e que nem sabemos que estão doentes. Elas têm o direito de viver da mesma forma que eu e você”, complementa. Vaud é líder na Suíça em evento deste tipo (Turkish Weekly).
23/03/09 – Pesquisas apontam para evidências de ligação entre a idade paterna avançada e o desenvolvimento de doenças como autismo, dislexia e esquizofrenia nos filhos. Em relação à esquizofrenia, pesquisadores estimam que a paternidade tardia possa influenciar em até 10% dos novos casos da doença a cada ano. Porém, alertam, isso não deve ser motivo para pessimismo. A grande maioria dos pais e mães mais velhos tem filhos perfeitamente saudáveis. O fato de tê-los mais tarde aumenta o risco de complicações, mas 50% de um risco raro continua sendo um risco raro. Ademais, as implicações médicas podem ser compensadas por benefícios sociais e emocionais de se criar uma criança num ambiente mais estável (Times On Line).
21/03/09 – Gene tem papel importante na esquizofrenia, dizem pesquisas – Cientistas americanos e escoceses identificaram ligação entre gene mutante e doença mental (Portal G1).
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