O que é? – Sindrome do Pânico.

A proposta da coluna “O que é?” é trazer, numa linguagem objetiva e rápida, informações sobre os principais transtornos mentais, para que o leitor possa ter em poucas palavras o que de fato é importante saber.
O primeiro diagnóstico escolhido é a Síndrome do Pânico.

Caracterizada na maioria das vezes por ataques súbitos de falta de ar, taquicardia, sudorese, tremores, sensação de morte ou doença (p.ex. achar que está tendo um infarto), geralmente auto-limitados e que não duram mais do que 20 minutos. Melhora com tranquilizantes ou com o simples atendimento médico, seja no hospital ou consultório, mas tende a ser recorrente, com crises repetidas ao longo da semana ou num mesmo dia, isto se não for tratada logo. Outra complicação que vemos é o medo que a pessoa desenvolve de sair sozinha por receio de passar mal, de frequentar lugares fechados ou com muita gente, acreditando que naquele ambiente será difícil obter socorro. A preocupação de quem sofre da Sindrome do Pânico é sempre de não ter a crise e ela pode passar a monitorar seus batimentos cardíacos e respiração, disparando um alerta no primeiro sinal de anormalidade. Sendo assim, podem ocorrer ataques de pânico desencadeados por exercícios físicos, relação sexual ou estresse.

Uma outra apresentação, bem menos comum (cerca de 10% dos pacientes), é na forma gastrointestinal, através de ataques de diarréia e/ou vômitos, geralmente precedidos por cólicas ou enjôos que fazem a pessoa buscar um banheiro rapidamente. Esses pacientes geralmente procuram gastroenterologistas e alguns são diagnosticados com Síndrome do cólon irritável. O diagnóstico é mais difícil do que na forma respiratória, porém este tipo também gera o comportamento evitativo, como deixar de sair ou ter medo de sair com receio de ter uma crise e não conseguir achar um banheiro a tempo e também pode ser desencadeada pelo estresse (p.ex. uma reunião de negócios ou uma prova). As crises também são de curta duração, geralmente o paciente se sente aliviado depois que vai ao banheiro, mas permanece o medo de uma nova crise.

O tratamento envolve medicação (ansiolíticos e antidepressivos) e psicoterapia e o prognóstico é muito variável, a maioria tem boa resposta, mas alguns podem precisar de um tempo mais prolongado de tratamento, principalmente se ocorrer agorafobia (medo como de sair à rua ou de frequentar locais públicos).

Um aspecto importante e muitas vezes negligenciado é que a Síndrome do Pânico pode preceder outros transtornos mentais por meses ou até anos, principalmente os Transtornos de humor (depressão, ciclotimia ou transtorno bipolar). Mais raramente pode preceder a esquizofrenia e o transtorno esquizoafetivo, por isso a necessidade do paciente manter seu acompanhamento médico, mesmo depois de suspensa a medicação. O psiquiatra pode decidir tratar o transtorno de base (se este já for aparente no momento dos ataques de pânico), o que melhora muito os sintomas.

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