Suicídio: Tragédia Silenciosa
Muito interessante a reportagem publicada hoje na Folha de São Paulo sobre Suicídio. Os números impressionam da mesma forma como o silêncio da mídia e da sociedade em não abordar um tema de tanta relevância. Parabéns à Folha!
Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de mortes em pelo menos dez vezes; é possível evitar uma parcela desses óbitos.
Diariamente, 25 pessoas põem fim a suas vidas no Brasil. Foram 9.090 suicídios oficialmente registrados em 2008. Para cada óbito, no mínimo cinco ou seis pessoas próximas ao falecido foram profundamente afetadas. O impacto do suicídio na vida das pessoas e da nação é silenciado pela sociedade.
Nos meios de comunicação há orientação, discutível quando adotada em termos absolutos, de não se noticiar suicídio. Silencioso, ele resta à margem das tragédias nacionais. Mas é possível evitar uma parcela dessas mortes.
Numa escala mundial, nosso coeficiente de mortalidade por suicídio é relativamente baixo: 5,4 mortes em cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. Esse índice cresceu 30% nos últimos 25 anos.
O coeficiente é uma média nacional e esconde importantes contrastes. Em algumas cidades, os índices equiparam-se aos de países do Leste Europeu. Ademais, como somos um país populoso, atingimos o décimo lugar mundial em número total de suicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas supere o de mortes em pelo menos dez vezes. Um inquérito populacional elaborado pela OMS e levado a cabo por pesquisadores da Unicamp apurou que, em cada cem habitantes da cidade de Campinas, 17 já haviam pensado seriamente em pôr fim à vida e três efetivamente tentaram o suicídio.
A causa de um suicídio é invariavelmente mais complexa do que um acontecimento recente que salta à vista e que é tomado como explicação rápida para o ocorrido.
A perda do emprego ou o rompimento de um relacionamento amoroso geralmente são os fatores precipitantes. Na maioria das vezes, pessoas que põem fim à vida sofrem de um transtorno mental subjacente (fator predisponente) que aumenta a vulnerabilidade para o suicídio. Depressão e dependência de álcool são os mais frequentes.
Recentemente, nossa sociedade vem-se abrindo para discutir o tema-tabu. O suicídio passou a ser enfrentado na arena da saúde pública. Um exemplo disso é a parceria firmada entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e a Rede Globo, a partir da qual inserções de 30 segundos entram na programação da televisão.
Há, hoje, considerável informação a respeito do que, em vários países, deu certo em prevenção.
Exemplo recente foi um estudo realizado em serviços médicos de vários países, entre os quais o Hospital de Clínicas da Unicamp, que acompanhou, desde o atendimento em um pronto-socorro, 1.867 pessoas que tentaram o suicídio.
Metade delas, após sorteio, foi acompanhada por meio de telefonemas periódicos. Após 18 meses, o número de suicídios nesse grupo foi, comparativamente, dez vezes menor. Com os telefonemas, a tentativa de suicídio deixou, assim, de ser um pedaço de história a ser esquecido ou silenciado.
Em agosto de 2006, o Ministério da Saúde publicou as diretrizes que orientariam um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. O plano ainda não saiu. É preciso transformar as diretrizes em ações assistenciais baseadas em evidências científicas, as quais, por sua vez, poderão orientar novas políticas de prevenção e estratégias de atendimento.
Na área da saúde, isso constitui um desejado círculo virtuoso entre política, assistência e pesquisa, que não é simples de ser alcançado.
NEURY JOSÉ BOTEGA é professor titular do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), representante nacional na Associação Internacional de Prevenção do Suicídio e coordenador da Comissão de Prevenção de Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Fonte: Folha online
Leia também:
Sinais que devem servir de alerta para o risco de suicídio.
>Suicídios no mundo:
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No mundo suicidam-se diariamente 2000 pessoas.*
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Nos Estados Unidos são 30.000 suicídios por ano (quase 100 por dia).
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No geral, 7% dos suicidas sofrem de dependência alcoólica.
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Aproximadamente 90% de quem tenta, avisa antes.
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Em torno de 70% dos suicídios ocorrem em decorrência de uma fase depressiva.
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Quem já fez uma tentativa, tem 30% mais chances de repetir do que quem nunca tentou.
* Esses valores podem ser bem maiores, pois muitos casos de suicídios são considerados acidentes.
>Dr.Leonardo,
Tenho esquizofrenia há 10 anos, nunca pensei em suicídio, mas imagino que a melhor razão de preveni-los é buscando fazer uma pesquisa sobre o censo demográfico no que se refere a faixa etária, nível econômico, cor, nível de instrução, etc de pessoas que tentam suicídio. Com base nisto, seria possível fazer uma pesquisa prévia em que servisse de modelo para orientação ao melhor tipo de tratamento que seria utilizado. Pesquisando descobri que já há estudos no Brasil que mostram que a faixa etária que mais comete suícidios é na faixa de 20 anos, a maior proporção é entre indivíduos de cor parda, e o nível de instrução onde se encontra a maior população suicida é de 2 grau, em relação ao nível superior há uma diferença astronômica. Acontece que venho observando na mídia, que as pessoas que fazem tentativa de suícido uma vez geralmente são as pessoas que estão em situação de risco, pois não é raro vir a praticar de novo. Tb tenho observado, individuos que mesmo depois de tomarem ECT se suicidaram , não considero um método eficaz. O que observo, é que há uma causa que jamais é esquecida pela pessoa que tenta suicídio, a capacidade de perdoar que não é aceita, e o tratamento terapeutico com a família talvez pudessem ajudar neste processo. Tb acho um mito pensar que toda pessoa portadora de esquizofrenia pensa em suicídio, tb poderiam ser feitos estudos neste sentido, apesar de ser apontada como causa de morte entre pessoas com esquizofrenia, creio que diversos outros fatores contribuem para agravar o quadro, como o baixo nível econômico, a pobreza, a falta de instrução, o uso de drogas, alcool,etc. enfim, suicídio é um problema de saúde pública, o que não ficou claro no texto acima, seria quais as estratégias que poderiam ser usadas para ajudar a população carente a se prevenir, já que são muitos os desgastes físicos e emocionais porque passam os menos favorecidos economicamente no Brasil.
>Seu comentário é muito bom! Realmente o suicídio é complexo, envolve muitos fatores e é errôneo reduzí-lo à doença mental. Gosto da definição de risco psicossocial e acho que é por aí o caminho para compreendermos melhor tudo que envolve uma tentativa de suicídio. Com certeza trabalhar a família dos pacientes que tentaram o suicidio é primordial, assim como zelar pelo ambiente desta pessoa, como trabalho e rede de suporte social. Estamos muito aquém desta realidade. Parece que a sociedade vira as costas para o suicídio, por temê-lo e também pelo preconceito. Não existe uma política de saúde pública efetiva para isso. Quanto ao ECT, é preciso considerar também que os pacientes que fazem ECT são justamente os mais graves e com risco maior de suicídio. Um abraço!
meu filho de 18 anos teve um surto e ficou por 3 dias ouvindo vozes e tendo alucinaçoes,chorando muito achava que tinha que ajudar o pai que por sinal esta com problemas finançeiros,enfim ele estava estudando no curso pre-vestibular e estava se cobrando muito ultimamente.o psquiatra o medicou com 1000mg de depakote,5mg de olansapina e 2mg deee rifotril.Ele nao quiz tomar 1000mg de depakote e esta tomando 500mg e desde entao saiu daquele estado de moleza e sono profundo ,mas acorda muito cedo as5 da manha e esta muito estranho,irrita atoa e fica deprimido como antes do surto.hoje ele me contou que tomou apenas 1mg de rifotril durante 20 dias para nao ficar sonolento durante o dia.Sera que foi o fato de abaixar a dose que ele esta assim ou é efeito dos remedios???pelo amor de Deus me responda,moro na zona rural e o psquiatra dele atende pelo sus no prazo de 60 dias,me ajude!!!!!
Maria Cristina, seu filho deve estar com uma psicose. Ele não deve se automedicar e precisa retornar ao médico logo, não pode esperar 60 dias. Sugiro que, na impossibilidade de contactar o médico dele, busque um atendimento de emergência. A psicose não tratada traz alguns riscos, dentre eles o suicídio, e a pessoa com sintomas psicóticos deve procurar tratamento médico de urgência. Um abraço e boa sorte!
Dr leonardo, sempre fui uma menina alegre, simpática e feliz todos os meus 28 anos, ocorre que estava com pensamentos que meu pai fosse ficar doente, fosse morre e não sai da cabeça, mas não estava me atrapalhando em nada nunca tive insonia, sempre acordei de bom humor, nunca fiquei em casa parada, sempre estudando, estudo para concursos jurídicos, sempre carinhosa com todos sem nenmuma irritação nunca, falei com meu pai e ele me levou no psquiatra, acabou a minha vida respondi a maioria das perguntas dela não e falou que era depressão nem olhou para minha cara e me deu a sertralina já perdi o sono e tive que tomar rivotril já um ano dependente do rivotril, sendo que nunca na vida tive problema de insonia…. que raiva…. depois fui a outros pquiatras que me deram outros antidepressivos não adiantava só me deixava mole, a fluoxetina me deu uma disposição mas mexia muito na minha cabeça… depois fiquei sem e fiquei com meu comportamento o mesmo, carinhosa, simpatica, mas sentido os efetos colaterais de uma tirada brusca e chorando muito coisa que nunca aconteceu nem antes, aí resolvi ir a outro médico e ele me passou valdoxan +seroquel, aumentou a dose do valdoxan eu fiquei mega agitada, não parava quieta, quando tirei os remédios já fiquei com dificudade de concentração e memoria, coisa que nunca tive antes, alias tinha memioria de elefante, aí fui a outro médico que tirou tudo e passou o litio, já entrou na dose terapeutica mas passei a não conseguir sair de casa, continuando a dormir com o rivotril e ele acrescentou venlafaxina que acho que ainda nçao fez efeito pq continuo no meu quarto. Antes de tomar a 1 medicação dormia igual um anjo sempre, sono maravilhoso, não estava ansiosa, não estava mal humorada, pois sempre acordei de bom humor, sempre levei alegria, tenho um relacionamento de 08 anos que sempre levei alegria e simpatica e carinho, muitos amigos, sempre gostei de eventos sociais, festas, saidas finas de semana com o namorado…. depois que fui nessa 1 psquiatra não consigo mais fazer nada disso bem que gostaria, nunca fiquei num qurto todos os meus dias, isso foi depois do litio com o antidepressivo e nunca pensei em suicidio antes de ir na 1 medica pois mesmo com esses pensamentos que vinham minha vida era maravilhosa e a psicologa falava que não precisava ir a psquiatra e meu pai mesmo assim me levou. O que estou preocupada é que o litio é para bipolaridade e a venlafaxina é indicado também, estou em desespero porque não pode ser de um pensamentos tolos desses eu tomar um antidepressivo e ganhar o diagnostico de bipolar sendo que o medico ainda não deu o diagnostivo, mas é muita coincidência ele introduzir primeiro o estabilizador de humor e sendo que nunca fui bipolar na vida, aliás o que eu não tinha era mal humor, irritação, falta de libido, sempre acordava sorrindo, até mesmo no dia do meu pai me levar na médica…. isso é um filme de terror, tem vezes que não acredito, Eu não dar causa a isso tudo e isso ocorrer….. é o fim…. nunca fiz grosseria com ninguém, sempre alegre, comunicativa, carinhosa com amigos, família, namorado. Agora vivo uma vida triste, horrível que nunca vivi na vida. não bebo e nunca fumei e não uso drogas, politicammente correta e ganho isso de presente, antes eu fosse porra louca. Gostaria de uma opinião sua por gentileza. E sendo que a bipolaridade pode ser causada pelo último medicamento que experimentei que apresentei excitação psicomotora? ´Sendo que é uma doença crônica para o resto da vida e sendo que antes de eu ser medicada pela 1 medica 28 anos acordei sorrindo e sem precisar de nenhum remédio para dormir. Estou indignada, revoltada. Se eu inicialmente estivesse com depressão, tudo bem, sem sair de casa e etc, mas estava de bom humor, fazendo todas as minhas atividades junto com o namorado, viajando para fazer prova, rindo. e não esse trapo que estou agora, parei até os estudos para concurso, coisa que não tinha parado antes e nunca pois sempre priorizei os estudos.
Natália,
se você é realmente bipolar ou se os anos de antidepressivos te levaram a isso é impossível dizer sem examiná-la. Mas o seu depoimento me remete a algumas coisas que já comentei em diversas postagens aqui do blog e que sempre volto a comentar pela grande prevalência nos consultórios de psiquiatras. São os estados mistos, depressões, muitas vezes crônicas (que duram anos), acompanhadas de grande ansiedade, aceleração do pensamento ou da psicomotricidade, irritabilidade, impulsividade, às vezes com comportamento compulsivo (drogas, jogo, gastos financeiros, comida). Este quadro faz parte do que hoje compreendemos como Espectro Bipolar. O problema é que os pacientes com este quadro não se identificam com o diagnóstico de bipolaridade, pois não têm ou não se lembram de jamais terem tido mania ou hipomania (crises eufóricas). Justamente porque a suposta mania ou hipomania deles aparece como um aumento de energia ou excitação em meio à depressão. Pode ser uma agitação, uma inquietação, geralmente acompanhada de insônia, sem que o paciente deixe de se sentir deprimido, para baixo. Por isso a dificuldade em compreender que possui um transtorno bipolar (cadê o polo da euforia?). A mídia e a maioria dos sites, livros sobre bipolaridade dão muito mais importância às crises de euforia do que aos estados mistos, porém estatisticamente os estados mistos são muito mais comuns do que a mania/hipomania clássica. Aliás, a maioria dos bipolares não tratados ou tratados de forma inadequada terão após alguns anos somente depressão, e depressão crônica ou estados disfóricos (ansiosos e irritadiços) crônicos, dificilmente terão mania. Mas um conselho que te dou é não fique revoltada, converse com seu médico atual, procure se tratar, pois mesmos os quadros de longa duração têm tratamento e o paciente pode melhorar dos sintomas e ter de volta sua qualidade de vida. Boa sorte e um abraço!
Dr Leonardo, obrigada pela sua explicação mas meu médico daqui de Niterói falou que estava em excitação (agitação psicomotora, falando mais que o normal, apenas esses dois sintomas) quando fui na 1 consulta dele e sendo que três dias antes tinha ido a um psquiatra (depois de passado por todos aqueles outros e não seguido nenhum tratamento) que me deu o diagnostico de depressão e realmente eu estava, dessa vez sim, mas dá primeira vez não mesmo (foi um erro eu ter ido para ver pensamentos ruins para os outros), me passou o valdoxan + seroquel e aumentou a dose, quando isso aconteceu fiquei em hiperatividade na mesma hora e não parava quieta de jeito nenhum, o que nunca aconteceu com nenhum antidepressivo nenhum, tomei a sertralina pura, procimax, floxetina e nada me deixou assim e nem quando eu larguei por conta própria fiquei nessa aceleração toda, de jeito nenhum, só fiquei com sintomas depressivos chorava, mas saia do quarto, ia fazer minhas coisas mas tudo empurrada, com dor pelo corpo, tensão na nuca, falta de concetração, memória e sono coisa que nunca tive antes na vida de jeito nenhum, senão nem conseguria fazer minha faculdade de direito na UFF e nem passar de primeira na OAB, tudo meu era harmonico e eu sempre conhecida pela minha alegria e pelo sorriso. Meus amigos de mais de 20 anos e meu namorado de 08 anos eu não consiguiria manter e sendo a mais simpática da família, o centro dos primos mais novos. O que eu gostaria de saber é se simplesmente com o uso do valdoxan + seroquel XRO e aumentando sua dose entrei num estado de excitabilidade gerada pelo medicamento e eu estando em depressão pode configurar os dois polos da doença excitação e depressão? Desde já agradeço a compreensão. Estou tomando litio + venlafaxina e para dormir como desde 01 ano atrás o rivotril( sendo que como disse antes de ir na 1 psquiatra nunca tive problema de sono nenhum e ainda disse a ela isso) depois disso passei a depender do rivotril. Essa medicação não é para bipolar? A minha história pregressa de vida sempre foi reta, nunca tive uma curva, uma coisa errada na vida, sempre cetinha, a estudiosa, nunca fui inteligente, sempre esforçada, nunca pensei demais, sempre com amigos legais, um namorado legal, boa filha, boa neta, boa irmã, sempre de bom humor, nunca mudava, raramente me sentia triste, só qdo alguém morria, animada, divertida e agora me acontecendo tudo isso, a possibilidade de uma doença crônica para a vida toda, estou desesperada. Essa medicação não é para TAB? A vida pregressa não conta para o diagnóstico? Na família não tem ninguém com TAB? E sim depressão mas devido a eventos determinados. Outra coisa nunca fiquei triste e depois alegre, nunca fui imprevisível, o que começo sempre terminei, vou até o fim, nunca fiquei irritada e ansiosa por nada. Meu humor sempre reagiu as coisas que aconteciam, mas sempre da melhor forma. Só que depois que tomei antdepressivo passei a ter um humor rebaixado o que não tinha antes de tomar e quando tirei sem ordem médica, aliás não segui nehum tratamento direito, continuou rebaixado, eu chorando o que nunca aconteceu antes na vida e continuo com ele rebaixado, nunca mais voltei a ser a natália de antes de ir ao primeiro psiquiatra, essa que eu queria voltar. Obrigada por tudo e desculpe o incômodo, mas é de uma moça que era normal e amava a vida para uma que não está normal e não gosta da vida devido aos acontecimetos. Grata.
Natália, o Akiskal, um estudioso do tema, chegou a descrever tipos de transtorno bipolar que vão além do tipo I e do tipo II descritos até hoje. Para ele o bipolar tipo III era o paciente “deprimido” que tinha uma virada maníaca com antidepressivos, ou seja, com uso de antidepressivos ele passava a ter um aumento grande de energia, que poderia tanto provocar uma mania ou hipomania, como um estado de excitação/exaltação percebida como agravamento da depressão (irritabilidade, agitação, aceleração do pensamento). Na verdade o grupo da bipolaridade é muito heterogêneo, tanto na causa, na sintomatologia, como na resposta ao tratamento. Ter histórico de transtornos de humor na família, mesmo que só depressão, aumenta também o risco de TBH. Angst, outro pesquisador, fala que existe uma taxa de conversão de indivíduos com depressão pura (unipolar) para bipolar e que esta conversão aumentaria com o passar dos anos. Na verdade, o que esses pesquisadores querem afirmar é que depressão e TBH não são coisas distintas, antagônicas, mas que existe um continuum entre um e outro, assim como Kraepelin afirmava há mais de 100 anos ao descrever a doença maníaco-depressiva. Kraepelin dizia que tinha pacientes que passavam anos em depressão e outros anos em mania. Para Kraepelin, um paciente podia ter um episódio de mania muito curto na juventude e depois anos e anos de depressão, este paciente seria um bipolar. O problema é que identificar um episódio de mania ou hipomania que possa ter durado poucos dias no passado é uma tarefa muito difícil, passa despercebido para a maioria das pessoas, este é o desafio do diagnóstico do TBH hoje em dia. O lítio é uma medicação de excelência para o TBH, mas diga se de passagem que é eficaz também na depressão unipolar. Enfim, essa dicotomia, depressão x TBH, é que atrapalha a maior parte dos pacientes e contribui para o atraso no tratamento adequado. Um abraço e boa sorte!
Dr leonardo meu esposo tem varios desse sintomas , so qeu nao tenho o diagnostico medico, fez 7 meses qeu casamos e dia 21 de maio ele saiu pra trabalhar na feira , quando vim ter noticias dele foi dia 25 ele estava em sp, Ele tem mudanca de humor e de comportamento sempre nao sei o q acontece com ele, gosta de fazer troca sai sempre perdendo troca por ex umcelular novo na garantia por um velho e ainda da torna , saiu de casa com a roupa q vestia e foi embora , nao consegiu se sentir bem depois q casamos sempre me via como inimiga dele e queria q eu entregasse meus filhos pra o pai, mente e compulsivo na alimentacao ,tem comportamento agressivo as vezes.
Lana, você precisa conversar com ele e levá-lo a uma avaliação com um psiquiatra. Boa sorte!
Dr.Leonardo.
Realmente muitas das caracteristicas que o senhor descreveu eu tenho, porém por incrivel que pareça todas têm um porquê, isto é, são socialmente explicáveis. Digo isso pq a situação familiar, na minha casa, sempre foi péssima. Bem mas o fato não é esse. Ocorre que estudo para concurso público a 3 anos mas desde a metade da faculdade coloquei na minha cabeça que passaria para um grande concurso cujo cargo prefiro não falar. Desde entao, a cerca de 5 anos só estudo de domingo a domingo e saio(mais ou menos 1 vez ao mês), mas NÃO É POR FALTA DE VONTADE mas sim por falta de dinheiro. A cerca de 1 ano ja vinha utilizando CLO 25mg. Pois chega uma hora que por mais saudavel que vc seja, ficar tanto tempo em casa assim não é bom. Aí começaram os problemas,foi diagnosticado TAG e o medico me passou prestiq 50mg +seroquel. O seroquel me deixava muito estranho e depois que eu li a bula eu quase caí pra trás, pois vi que era para esquizofrenia. Apartir daí começou o meu grande medo. Mas mesmo diante disso nunca deixei de estudar e sempre fui um dos melhores alunos, porem depois desse TAG as coisas mudaram. Diante desespero que me encontrei pelo o que li na bula, eu falei com o medico e depois ele retirou o seroquel, mas atualmente tomo 12mg de prestic e 25mg de valdoxan. Ocorre que este remedio é para bipolar e eu tenho muito medo ser, apesar do meu medico falar que eu nao sou e até me deu um laudo medico diagnosticando CID1O F32. Logo, pelo laudo eu não tenho, mas depois de ter tomado todos esses remedios e atualmente(6 meses de tratamento com prestic e valdoxan) ainda fazer uso de remedios e ter tido uma recaída por 3 dias, tenho muito medo de ter algo. A PERGUNTA É: O MÉDICO FALA PARA O PACIENTE QUE ELE É BIPOLAR? MAS MESMO SABENDO QUE SE ELE DISSER ISSO AO PACIENTE ESTARÁ RETIRANDO O SONHO DELE POIS PARA O CARGO QUE ALMEJA ELE JAMAIS PODE SER UM BIPOLAR? É DOUTOR, POR ISSO NÃO ACREDITO NO MEU MÉDICO. Gostaria de ouvir a sua opinião. Um abraço
Não tenho como opinar sobre o seu diagnóstico sem avaliá-lo, mas meu pensamento é que o médico deve ser o mais sincero com o paciente sobre o seu diagnóstico. Não sei o cargo para o qual prestará concurso, mas em geral o TBH quando tratado adequadamente não incapacita a pessoa para o trabalho. Assim como em outros problemas de saúde, sejam psiquiátricos ou físicos, a função laborativa do paciente deve-se adaptar às suas condições de saúde naquele momento, por isso muitos são readaptados de função diante de problemas de saúde diversos. Não vejo o TBH como um rótulo, embora reconheça que existe muito preconceito e desinformação, aliás como sempre em qualquer transtorno mental, mas tenho pacientes bipolares que estão muito bem em tratamento e que são muito mais sãos do que muitas pessoas que se dizem “normais” por aí. Portanto, a minha sugestão é que se preocupe em melhorar, independente do seu diagnóstico. Quando a pessoa se recupera, o diagnóstico se torna secundário e perde importância. Um abraço!
anônimo
24/07/2012 at 14:41
Esqueci de dizer que eu faço uso de ritalinaLA40mg a cerca de 4anos e meio.