Sinais que devem servir de alerta para o risco de suicídio.

O suicídio é mais comum em jovens e depois na meia idade. Em jovens está quase sempre associado a transtornos psiquiátricos não diagnosticados ou não tratados ou a características de personalidade em que o indivíduo não possui recursos emocionais para lidar com as perdas ou com a sobrecarga emocional e acaba agindo impulsivamente e pondo fim precocemente à vida.

Na meia vida entram em jogo outros fatores ambientais, como perdas, endividamento, desemprego, mas a saúde mental muitas vezes é negligenciada.

Uma coisa importante: o tratamento psiquiátrico previne o suicídio! Afirmo isso, pois existem estudos com medicamentos capazes de proteger o paciente dessas ideias e, na prática, vemos muitos pacientes melhorando das ideias de suicídio quando começam a se tratar. Este efeito ocorre já no início do tratamento, antes mesmo que o paciente se recupere plenamente do transtorno mental, o que sabemos pode demorar um pouco mais.

Existem alguns sinais que devem servir de alerta e os pais não devem temer abordar o assunto abertamente, pois muitas vezes essas pessoas precisam e querem muito ajuda, mas ao mesmo tempo têm muito medo e preconceito. Para elas, saber que para as ideias de suicídio existe tratamento é um alento.

- distanciamento emocional e social (começa a ir mal na escola, desinteressa pelas atividades corriqueiras, pelos amigos ou pela família);
- reações extremadas de raiva, seja dirigida a terceiros ou a si próprio (auto-mutilação, ferir-se mesmo que de forma aparentemente despropositada);
- conflitos existenciais;
- bullying;
- interesse crescente por temas que envolvem violência, armas de fogo e morte (muitos procuram na internet por meios de se matar);
- ser displicente ou inconsequente com sua integridade física e segurança;
- sinais frequentes de alterações de humor: depressão, ansiedade, irritabilidade;
- distanciamento da realidade, avaliações deturpadas de eventos que ocorreram (p.ex. ideias de perseguição ou de culpa demasiada por algo que aparentemente não foi culpado).

Esses sinais servem de alerta para a necessidade de uma avaliação médica, não são específicos ou significam a eminência de uma tentativa de suicídio. O psiquiatra irá avaliar o paciente e seu contexto sócio-familiar para um diagnóstico mais assertivo do caso. O objetivo é que pais e educadores possam ter um papel preventivo na procura de tratamento o quanto antes, pois o suicídio muitas vezes é uma complicação de um transtorno mental não tratado a tempo.

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Chega ao Brasil o Saphris, novo antipsicótico com indicação na esquizofrenia e no TBH.

Chega este mês no Brasil um novo antipsicótico com indicação no tratamento da esquizofrenia e do transtorno bipolar. É o maleato de asenapina (nome comercial Saphris – laboratório Lundbeck), já comercializado nos EUA há 2 anos. A asenapina é do grupo dos antipsicóticos atípicos ou de segunda geração e o único de administração sublingual.

Em estudos comparativos com a risperidona (Risperdal) e a olanzapina (Zyprexa), a asenapina foi igualmente eficaz no controle dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, bem como da mania e dos episódios mistos (depressão com mania) no transtorno bipolar.

A asenapina também mostrou-se eficaz no tratamento do transtorno bipolar e da esquizofrenia a longo prazo, bem como em pacientes esquizofrênicos com sintomas negativos predominantes (estudos de 26 a 52 semanas).

Seu perfil de tolerabilidade nos estudos que avaliaram a asenapina em comparação com risperidona e olanzapina é bom, com baixa incidência de efeitos extrapiramidais (tipo parkinsoniano), menor ganho de peso e pouca influência no colesterol, triglicerídeos, enzimas hepáticas e glicemia de jejum. Os efeitos colaterais mais comuns foram: dormência transitória na língua ou na boca após a administração, sonolência, insônia, náuseas, ansiedade e inquietação.

O Saphris está sendo comercializado na forma de comprimidos de 5mg em embalagens com 60 comprimidos. Está prevista também a comercialização de comprimidos de 10mg. Ele deve ser administrado duas vezes ao dia na forma sublingual, desintegrando-se em alguns segundos quando em contato com a saliva. O comprimido deve ser manuseado com as mãos secas e não deve ser mastigado ou engolido, pois isto altera a absorção. É recomendado que o paciente não beba água ou ingira alimentos por 10 minutos após a administração, pois isso também pode comprometer a biodisponibilidade.

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Depressão na gravidez e no pós-parto.

Depressão durante a gravidez é um problema sério: primeiro tira da mãe a oportunidade de curtir a gestação e interfere precocemente na relação que se estabelecerá entre a mãe e o bebê no puerpério, afinal a gestação daquela criança ficará marcada pela tristeza e pela angústia. Em segundo lugar, existem estudos que correlacionam depressão materna na gravidez com problemas obstétricos no parto, problemas para o desenvolvimento emocional e intelectual do bebê e também é fator de risco para outros problemas mentais no futuro daquela criança.

Depressão na gravidez é sempre um alerta também para a qualidade da vida desta mãe e de seu filho no pós-parto, pois é comum que a depressão se agrave após o parto. A maioria das mulheres que desenvolveram depressão pós-parto já tinha sinais de depressão na gravidez. Cuidar desta mãe durante a gravidez é fundamental para a prevenção e o tratamento da depressão pós-parto, quando as mudanças hormonais são mais marcantes.

Um dado preocupante é que a grande maioria das mulheres depressivas resiste a procurar o psiquiatra enquanto grávidas por crença de que a medicação poderá fazer mal ao feto e também retarda muito a procura por ajuda no puerpério. Geralmente chega ao consultório com quadros graves e muitos prejuízos para as relações com o seu bebê e sua família.

O que é preciso saber é que depressão na gravidez pode fazer mais mal ao feto do que a medicação que se utiliza para o tratamento. Da mesma forma, uma mãe deprimida amamentando seu filho forçosamente ou irritada, sem saber lidar com a sobrecarga do puerpério, fará muito mais mal ao bebê (e a si própria) e prejudicará a relação com este filho de forma muito mais contundente do que se procurasse tratamento a tempo.

É necessário esclarecer que existem medicamentos que podem ser utilizados na gestação e na amamentação, não se justificando protelar o tratamento. A mãe e a família precisam se conscientizar deste grave problema de saúde pública a fim de prevenir complicações e sequelas que relacionamentos precocemente perturbados por transtornos emocionais tratáveis podem trazer para a convivência familiar no futuro.

Sinais de depressão na gravidez ou puerpério que devem alertar para a necessidade de procurar tratamento:

- tristeza, angústia, crises de choro ou maior labilidade (emocionar-se muito facilmente com tudo)
- insônia e/ou aumento do sono diurno
- irritabilidade, intolerância, pavio curto, agressividade
- pensamentos de desesperança, de que não será ou não é boa mãe, de que o filho é um estorvo, um castigo, sentimento de culpa, rejeição ao bebê, idéias de suicídio ou tipo "se a vida me levasse não me importaria".
- distúrbio do apetite (ausência ou aumento do apetite além do normal)
- cansaço além do normal, desânimo, não vê prazer ou graça em nada
- não consegue cuidar da casa e do bebê, torna-se desorganizada ou negligente com as coisas

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Short-cuts: sonolência excessiva está relacionada com obesidade, depressão e estresse.

Esta queixa é muito frequente nos consultórios e está relacionada à baixa qualidade de sono noturno que ocorrem na depressão (por redução do sono REM), no estresse (por demora a iniciar o sono, geralmente associado a ruminações ou pensamentos residuais do dia) e na obesidade (como p.ex. por apneia do sono). É importante ressaltar que distúrbios do sono tanto podem ser consequência de um transtorno emocional, como podem predispor a pessoa a transtornos mentais no futuro, principalmente os transtorno de humor. Que tipo de transtorno a pessoa poderá desenvolver no futuro dependerá também de sua predisposição e vulnerabilidade individual, tanto biológica como psicossocial, portanto, dependendo do caso, estou me referindo inclusive aos transtornos mentais graves, como transtorno bipolar e psicoses. A conclusão a que se chega é a seguinte: procure ajuda médica tão logo observe sonolência excessiva ao longo do dia ou padrões alterados de sono. A prevenção é o melhor caminho!
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A obesidade e a depressão são os principais culpados pelo excesso de sonolência sentida por determinadas pessoas ao longo do dia. Essa é a conclusão que uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, chegou após realizar três estudos sobre o assunto. Todos os trabalhos serão apresentados nesta quarta-feira no SLEEP 2012, o encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston.

Em um dos trabalhos, 222 adultos que relatavam sentir sonolência excessiva durante o dia foram acompanhados ao longo de sete anos. Ao compararem as características dos participantes no início e no final do estudo, os pesquisadores observaram que aqueles que tinham obesidade ou depressão tinham mais chances de sofrerem com o problema da sonolência por mais tempo. Esse trabalho foi semelhante ao segundo estudo dos autores, que acompanhou 103 voluntários e chegou à mesma conclusão.

Na terceira pesquisa da equipe, os pesquisadores avaliaram 1.741 adultos e concluíram que aqueles que relatavam sentir muita sonolência e fadiga durante o dia também eram mais propensos a terem excesso de peso e sofrer de stress emocional.

“A sonolência excessiva se tornou uma epidemia, assim como a obesidade e o stress psicossocial. Os distúrbios do sono, do peso e a depressão deveriam ser nossas prioridades em termos de prevenção às complicações médicas e aos riscos de acidente apresentados pela sonolência durante o dia”, diz o coordenador das pesquisas Alexandros Vgontzas.

Fonte: Veja On Line


Quando a mente cai em tentação: estudo identifica área do cérebro capaz de agir de forma disciplinada.

A pessoa está extremamente determinada a não sair da dieta. Mas eis que uma barra de chocolate aparece à sua frente e, em questões de segundos, é devorada. O resultado é um dia inteiro de remorso pela frente, com uma pergunta que não sai da cabeça: por que fiz isso? Do ponto de vista neurocerebral, existe um culpado: o córtex prefrontal dorsolateral. Assim como os anjinhos dos desenhos animados, que fazem de tudo para evitar que alguém caia em tentação, essa região do cérebro é responsável pela tomada de decisões sensatas. Quando, porém, ela fica menos ativada, o risco de sair da linha é grande. Surge então o diabinho, que instiga a pessoa a agir de forma impensada.

Embora cientistas já tenham feito essa relação anteriormente, pela primeira vez ela foi comprovada com imagens. O neurocientista William Hedgcock, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, observou, em exames de ressonância magnética funcional, o padrão de ativação do cérebro em situações nas quais os voluntários agiam dentro do esperado e naquelas em que perdiam o controle.

O cientista, que também é especialista em neuromarketing, explica que há uma área do cérebro, chamada córtex cingulado anterior, que reconhece uma situação na qual o autocontrole é exigido. Essa região não indica o que fazer, mas funciona como um alerta. Por exemplo, se a pessoa que está em dieta entra em uma sala em que há pizzas, hambúrgueres e pratos mais leves, como saladas, o córtex cingulado anterior é ativado, em um sinal de que há escolhas a serem feitas, sendo que algumas podem ser melhores que outras.
No teste realizado com voluntários, eles ficaram deitados dentro da máquina de ressonância e executaram duas tarefas relacionadas ao autocontrole. “A primeira tinha a ver com o controle da atenção. Eles tinham de manter os olhos fixados na figura de uma cruz no meio de uma tela, enquanto apareciam várias palavras, que deveriam ignorar. A segunda foi uma tarefa de escolha. Os participantes tinham de optar se atenderiam ao pedido de olhar apenas para a cruz ou se desviariam os olhos para ler as palavras. Estávamos interessados especialmente nessa segunda tarefa”, relata Hedgcock.

Nos dois casos, o córtex cingulado anterior se manteve ativado da mesma maneira, indicando que os participantes foram alertados por seus cérebros de que eles estavam diante de situações envolvidas com opções. Além disso, o córtex prefrontal dorsolateral – o “anjinho” que ajuda a fazer a coisa certa – mostrou estar em atividade. No segundo teste, porém, essa região se comportou de forma diferente. Os voluntários, já cansados, perderam o autocontrole e admitiram que não sabiam mais se olhavam para a cruz ou para as palavras. Nesses casos, o córtex prefrontal dorsolateral quase não foi diagnosticado nas imagens, de tão fraca a sua ativação.

Intervenções Segundo Hedgcock, o autocontrole é como uma fonte, que pode se esgotar. Isso significa que tentações em excesso diminuem a atividade do córtex prefrontal dorsolateral. “Não sabemos, somente com os dados do nosso estudo, se essa pode ser uma questão fisiológica. Porém, outras pesquisas já indicaram que algumas pessoas têm, naturalmente, uma menor atividade nessa região. Por exemplo, como essa é uma área que se desenvolve mais tarde, crianças têm uma capacidade menor nesse sentido. O envelhecimento também pode diminuir a atividade do córtex prefrontal dorsolateral, fazendo com que alguns idosos tenham menos autocontrole. Mas são especulações, não temos provas disso”, ressalta.

Apesar de o excesso de opções ou de tentações inibir a tomada de decisões acertadas, isso não significa que as pessoas, necessariamente, vão falhar quando estão determinadas a fazer alguma coisa que consideram importante. “É possível aumentar a motivação ou a força de vontade para lutar contra a falta de controle. No nosso teste, encorajamos as pessoas a pensarem em maneiras de exercer o autocontrole no futuro e elas disseram que isso ajudou”, diz o pesquisador.

Hedgcock conta que há diversas formas de fazer isso e uma delas é aprender a lidar com consequências desagradáveis. “Se você está de dieta e quer evitar comer um determinado tipo de comida, como fast-food, por exemplo, pode combinar com um amigo de pagar para ele toda vez que cair em tentação. Essa pena é uma consequência real da sua perda de autocontrole, então você vai se treinando a tomar a decisão acertada. Mas existem diversos tipos de intervenção que podem ser aplicados”, afirma.

Dedicação Para Thomas F. Denson, psicólogo da Universidade de New South Wales, na Austrália, treinar o autocontrole é como aprender a tocar piano: requer bastante prática e dedicação. Recentemente, ele escreveu um artigo sobre o assunto, no qual reforça a importância de exercer a força de vontade diariamente. “A falta de autocontrole está muito fortemente ligada à violência e à agressão. Muitos pesquisadores têm buscado estratégias para lidar com isso”, alerta. Denson acredita que o treino é uma boa maneira para lidar com comportamentos impulsivos.

Em um estudo, ele pediu que os voluntários destros passassem a usar mais a mão esquerda e vice-versa, durante duas semanas. “Eles tinham de fazer isso em tarefas cotidianas, que são basicamente automáticas, como girar a maçaneta da porta ou usar o mouse do computador”, conta. “No começo, é difícil, mas, aos poucos, as pessoas vão adquirindo prática. Então, da mesma forma, é possível praticar o autocontrole para coisas importantes, como corrigir uma postura errada ou não estourar toda vez que seu colega de trabalho faz uma coisa que te desagrada”, diz.

William Hedgcock acredita que sua pesquisa de neuroimagem, que deverá ser publicada em janeiro do ano que vem no Journal of Consumer Psychology, poderá ajudar no desenvolvimento de novas abordagens para lidar com o autocontrole. “O interessante de ver como o cérebro se comporta durante a falta de autocontrole é justamente poder estudar uma maneira de fazer com que essa falha seja consertada. Em casos graves, como vício em álcool ou drogas, dados sobre a ativação cerebral podem ajudar, inclusive, em intervenções farmacológicas. Mas mais pesquisas precisam ser feitas antes disso”, ressalta.

Fonte: Correio Braziliense


Bebês prematuros têm mais chances de desenvolver problemas psiquiátricos

Bebês prematuros têm mais chance de desenvolver uma saúde mental mais frágil ao longo da vida, afirma um estudo feito por pesquisadores britânicos e suecos. Desordem bipolar, depressão e psicose estão entre os problemas mais prováveis, sugere o trabalho, publicado nos Arquivos de Psiquiatria Geral.
Os riscos de que esses distúrbios sejam desenvolvidos são pequenos também entre os prematuros, mas ocorrem com mais incidência neste grupo que em pessoas que passaram nove meses na barriga das mães antes de nascer. Especialistas, por sua vez, dizem que houve nos últimos anos avanços significativos no processo de cuidado de bebês prematuros - que são aproximadamente um em cada 13 crianças recém-nascidas.
Os pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do King's College, de Londres, e do Karolinska Institute, de Estocolmo, analisaram dados de 1,3 milhão de pessoas nascidas na Suécia entre 1973 e 1985. Eles descobriram que cerca de 10,5 mil pessoas deram entrada em hospitais para tratar desordens psiquiátricas, e que destas, 580 eram prematuras.
De acordo com os especialistas, crianças que permaneceram 40 semanas - o período regular de 9 meses - na barriga de suas mães tiveram duas chances em mil de desenvolver esses distúrbios. Para os que a gestação durou 36 semanas, as chances foram de quatro em mil. Para os de 32 semanas, foram de seis em mil. Alguns dos bebês prematuros tiveram setes vezes mais chances de desenvolver desordem bipolar e quase três vezes mais de sofrer de depressão.
Chiara Norsati, uma das pesquisadoras, disse que os números reais, porém, podem ser ainda maiores, já que nem todos que desenvolveram os distúrbios podem ter procurado hospitais. Ela, porém, afirmou que a maioria dos bebês que nascem antes dos nove meses é perfeitamente saudável.
"Não acho que os pais devem se preocupar, mas sabemos que se o bebê é prematuro, é mais vulnerável a uma série de variáveis psiquiátricas e talvez deva ser monitorado caso demonstre sinai de problemas", disse, acrescentando que a "interrupção da gestação" pode afetar o desenvolvimento cerebral o feto.
Fonte: O Estado de São Paulo
Leia também: Da Hiperatividade à Doença Mental: O Desenvolvimento da Criança e os Mecanismos de Adoecimento Psíquico.


Casamento deixa as pessoas mais felizes

Pessoas casadas tendem a ser mais felizes a longo prazo do que os solteiros, sugere um novo estudo feito na Michigan State University. A pesquisa, publicada na edição online do Journal of Research in Personality, revela que embora o casamento não torne ninguém mais feliz do que era quando solteiro, parece proteger contra o declínio que ocorre na felicidade ao longo da vida adulta.
"Nosso estudo sugere que as pessoas, em média, são mais felizes do que teriam sido se não tivessem se casado", diz Stevie C.Y. Yap, pesquisador do departamento de psicologia da universidade.
Yap, Ivana Anusic e Richard Lucas estudaram dados de milhares de participantes em uma pesquisa de longo prazo. Eles queriam definir se a personalidade ajuda as pessoas a se adaptar a grandes eventos da vida, incluindo o casamento.
A resposta, essencialmente, foi não: traços de personalidade como consciência não ajudam as pessoas a lidar com acontecimentos como perder o emprego ou ter um filho.
"Estudos anteriores sugerem que a personalidade é importante em como as pessoas reagem a importantes acontecimentos", diz Yap. "Mas nós descobrimos que não há efeitos consistentes da personalidade em como as pessoas reagem e se adaptam a esses acontecimentos", diz ele.
Em geral, participantes com idades similares que não eram casados mostraram um declínio gradual na felicidade com a passagem dos anos. Aqueles que eram casados, no entanto, não seguiram essa tendência. Isso não quer dizer que o casamento aumentou o nível de satifação, observa Yap, mas pelo menos deixou o nível estável.
Fonte: Estado de São Paulo


Estudo investiga uso de remédio para tensão entre mulheres

A maioria das mulheres que fazem uso indevido de ansiolíticos compra os medicamentos com receita médica, mas apesar de serem acompanhadas por um profissional de saúde não recebem orientação adequada sobre os riscos do uso prolongado desse tipo de droga.
As conclusões estão em um artigo publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O estudo qualitativo, financiado pela Fapesp e coordenado por Ana Regina Noto, entrevistou 33 mulheres entre 18 e 60 anos com o objetivo de compreender os padrões de uso indevido de benzodiazepínicos.
Essa classe de medicamentos – da qual fazem parte o Rivotril, o Dormonid e o Alprazolam – é indicada principalmente para tratar quadros de ansiedade e insônia. Seu uso por mais de quatro semanas, contudo, não é recomendado pelo risco de desenvolvimento de dependência.
No estudo da Unifesp, foram definidos como uso indevido os casos de pacientes que compraram o medicamento sem prescrição médica ou que consumiram a droga em quantidades ou prazos superiores ao recomendado.
“Levantamentos epidemiológicos têm indicado com frequência o uso abusivo de benzodiazepínicos e decidimos investigar esse fenômeno com mais profundidade. Optamos pelas mulheres porque é a população que esses estudos apontam como a de maior consumo”, contou Ana Regina.
Das 33 mulheres entrevistadas, 24 disseram receber acompanhamento médico e 30 afirmaram comprar o medicamento com receita apropriada. No entanto, apenas cinco entrevistadas souberam mencionar as principais orientações que devem ser dadas sobre o consumo de benzodiazepínicos: não usar em associação com o álcool, não dirigir sob o efeito da droga e o risco de dependência associado ao uso prolongado.
“Os benzodiazepínicos são drogas depressoras do sistema nervoso central e, se consumidas com álcool, esse efeito é potencializado. Isso diminui a coordenação motora e aumenta as chances de a paciente se envolver em vários tipos de acidente. É uma importante causa de queda entre os idosos”, afirmou a pesquisadora.
A maioria das entrevistadas afirmou usar a droga por períodos superiores ao recomendado. O tempo mencionado variou entre 50 dias e 37 anos, sendo que a mediana foi de sete anos. Apesar disso, apenas 16 mulheres reconheceram ser dependentes e a maioria afirmou que prefere assumir os riscos do uso crônico para manter os benefícios proporcionados pela droga.
“Alguns estudos sugerem que o uso de benzodiazepínicos ao longo de muitos anos pode trazer prejuízos cognitivos, afetando principalmente a memória. Mas a dependência em si já é um grande problema, pois faz com que a paciente perca sua autonomia e a capacidade de controlar seu próprio comportamento”, disse Ana Regina.
No artigo, algumas pacientes relatam sentir desespero e angústia ao perceber que os comprimidos estão acabando e ao pensar que teriam de ficar sem o medicamento. Dizem ainda sentir irritação e dificuldade para dormir quando estão sem a droga.
Segundo Ana Regina, a maioria das pesquisas científicas tem como tema o consumo de drogas ilegais, como crack, cocaína e maconha, mas também é preciso dar atenção ao uso de psicotrópicos vendidos na forma de medicamentos.
“O uso abusivo desse tipo de droga não é tão valorizado na sociedade, mas acontece. Os dependentes existem e não são identificados. Há subnotificação”, afirmou.
O relato das pacientes indica também que uma parcela dos médicos tem consciência do uso abusivo e facilita o acesso ao medicamento. “Nós tínhamos uma hipótese de que essas mulheres adquiriam os medicamentos de forma clandestina, mas não foi o observado. A maioria passa por um médico e consegue a receita”, disse a pesquisadora.
As pacientes, completou, desenvolvem estratégias ao longo do tempo para garantir o acesso à droga. “Vão mudando de médico ou já procuram um profissional que elas sabem que vai prescrever o medicamento. Elas vão aprendendo a fazer a queixa. Já sabem que com um determinado discurso vão conseguir a receita.”
Quando questionados sobre por que continuam prescrevendo a droga nesses casos, contou a pesquisadora, os médicos afirmam não existir alternativas na rede pública de saúde para lidar com a ansiedade e a insônia de suas pacientes.
“Seria preciso proporcionar acesso a atividades como ioga, meditação e outras técnicas de relaxamento. Além disso, é necessário conscientizar os médicos para que possam orientar adequadamente as pacientes.”
Fonte: Exame.com


Brasil registra remédio que pode prevenir HIV

O remédio Truvada, que recebeu o aval da comissão consultora da agência sanitária dos EUA para ser usado na prevenção de infecção pelo HIV, foi registrado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O antirretroviral é produzido pela Gilead.
Isso não significa, porém, que a droga passará automaticamente a ser usada no Brasil para tratamento de pacientes com HIV ou indicada antes de relações sexuais desprotegidas com parceiros soropositivos ou com situação sorológica desconhecida.
"O governo precisa discutir qual estratégia será adotada para o medicamento e chamar a sociedade para esse debate", diz Jorge Beloqui, do Grupo Incentivo à Vida de São Paulo.
No início do mês, uma comissão ligada ao FDA recomendou a indicação do uso da droga, uma combinação de tenofovir com emtricitabina na prevenção da aids. Isso permitiria que pessoas não contaminadas pudessem manter relações com soropositivos sem usar preservativo.
O remédio já é usado em vários países no tratamento de pacientes com aids. Se a autorização for concedida pelo FDA, a fabricante poderá também indicar o remédio para prevenir a infecção. O Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde afirmou que o registro da Anvisa não vai modificar, no momento, a estratégia brasileira de combate à doença.
O assessor do departamento, Ronaldo Hallal, argumenta que, embora alguns estudos mostrem que o remédio exerce um papel protetor, não está claro, ainda, como isso seria aplicado em uma ação de saúde pública.
Beloqui avalia que qualquer mudança na política de tratamento no País deveria ser precedida de pesquisas de aceitação e estudos-piloto. "É um assunto delicado. Claro que o remédio não pode ser usado em larga escala", comentou. Mas ele considera ser preciso avaliar a eficácia do uso do remédio como prevenção entre grupos com risco acrescido, como homens que fazem sexo com homens, por determinados períodos da vida.
Mário Scheffer, presidente do Grupo pela Vidda, elogia a cautela adotada pelo governo nesse debate. "Acho prematuro falar em adoção do remédio, até porque a Emea, a agência europeia, também não opinou sobre o tema." Ele diz, no entanto, que a discussão deve ocorrer. "Talvez para grupos altamente vulneráveis, uma seleção rigorosa. Mas não sem antes a realização de um estudo-piloto. Pessoas que usam o remédio têm de fazer acompanhamento periódico", pondera.
Fonte: Estado de São Paulo


Olanzapina (Zyprexa).

Olanzapina (Zyprexa) é um antipsicótico desenvolvido inicialmente para a esquizofrenia (1996) e depois aprovado para o tratamento do transtorno bipolar (2004), das fases maníacas, mistas e depressivas (esta última em associação com antidepressivos inibidores de recaptação de serotonina) e também na manutenção a longo prazo, para prevenir recaídas.

Ela age em receptores de dopamina e de serotonina dos neurônios, reduzindo o excesso de dopamina, comum nos estados psicóticos e maníacos, e aumentando a serotonina, cuja falta está associada aos sintomas depressivos e ansiosos.

A olanzapina tem indicação aprovada pelo FDA (órgão que regula os medicamentos nos EUA) na depressão clássica (unipolar) em sua apresentação combinada com a fluoxetina (comercializada somente nos EUA).

A olanzapina vem sendo utilizada também no tratamento de transtornos de ansiedade, como ansiedade generalizada, estresse pós-traumático e transtorno do pânico, e de transtornos alimentares, embora essas indicações não estejam aprovadas por órgãos regulatórios, pois carecem ainda de estudos controlados.

Os efeitos colaterais mais comuns da olanzapina são sonolência, boca seca, coriza, aumento de apetite para doces e carboidratos, ganho de peso (mais no tratamento de longo prazo), edema ou inchaço nos pés. O ganho de peso ocorre geralmente em doses superiores a 5mg/d e pode ser minimizado se o paciente fizer atividades físicas regulares e cuidar de sua dieta.

Efeitos colaterais tradicionalmente associados aos antipsicóticos, como tremores, rigidez muscular, parkinsonismo, hipersalivação e inquietação são raros.

Laboratorialmente podem ocorrer aumento do colesterol, dos triglicerídeos, da glicose e das transaminases hepáticas, geralmente transitórios. A longo prazo existe um risco de síndrome metabólica em pacientes obesos, sedentários e/ou predispostos à diabetes. Exames de sangue periódicos devem ser feitos enquanto o paciente estiver sendo tratado com olanzapina para avaliar os riscos a longo prazo.

As doses usualmente recomendadas são:
2,5 a 5mg/d– depressão, ansiedade, alteração do comportamento em idosos
10 a 20mg/d – transtorno bipolar e esquizofrenia
Dose máxima recomendada: 20mg/d
No Brasil a olanzapina é comercializada pelo laboratório Eli Lilly sob o nome de Zyprexa em três apresentações:
Comprimidos orais de 2,5, 5 e 10mg
Comprimidos orodispersíveis (Zyprexa Zydis) de 5 e 10mg
Ampola para aplicação IM (Zyprexa IM) de 10mg

A Eli Lilly oferece um desconto para pacientes que se cadastrarem no programa do laboratório através dos SAC 0800 701 0444


Duloxetina (Cymbalta).

Duloxetina (Cymbalta) é um antidepressivo que atua ao mesmo tempo em dois sistemas de neurotransmissão: serotonina e noradrenalina. Por este motivo a duloxetina pertence à nova geração de antidepressivos conhecidos como duais, ou seja, que atuam em dois neurotransmissores envolvidos na depressão. A duloxetina inibe os receptores de recaptação de serotonina e noradrenalina na membrana dos neurônios, desta forma aumentando a concentração desses dois neurotransmissores na fenda sináptica. A depressão está associada com a queda na concentração de serotonina e noradrenalina.

A duloxetina possui outras indicações, como no tratamento de quadros de ansiedade, como ansiedade generalizada, dor crônica, como dor neuropática associada à diabetes, dores musculoesqueléticas, dor lombar crônica e fibroimialgia, e incontinência urinária devido ao estresse.

A duloxetina costuma ter boa tolerabilidade, porém alguns sintomas podem ocorrer em 10 a 20% dos pacientes no inicio do tratamento, como náuseas, boca seca, dores de cabeça, tonteira, diarreia, perda do apetite e redução da libido. Esses efeitos podem reduzir ou até mesmo desaparecer com a continuação do tratamento, à medida que o organismo vai se acostumando à medicação.

Efeitos colaterais de mais longo prazo são ganho de peso, geralmente leve a moderado e que pode ser controlado com dieta e atividades físicas, redução da libido, que pode requerer redução da dose ou substituição do medicamento (quando este efeito não minimiza com o decorrer do tratamento) e síndrome de descontinuação.

A síndrome de descontinuação é uma característica dos antidepressivos que atuam na serotonina, que quando retirados abruptamente podem causar um mal estar geral, ansiedade, taquicardia, tonteiras, enjoos. Portanto, não se recomenda a parada abrupta da duloxetina. Ela deve ser reduzida gradativamente de acordo com a orientação médica. A redução lenta também previne recaídas do quadro depressivo ou ansioso.

É recomendável monitoramento sanguíneo, pois a duloxetina pode aumentar transitoriamente as transaminases hepáticas.

A dose de duloxetina varia entre 30 e 120mg/d. Doses maiores que 90mg/d requerem monitoramento da pressão arterial (pode aumentar a pressão).

No Brasil a duloxetina é comercializada pelo laboratório Eli Lilly sob o nome de Cymbalta nas apresentações de 30mg (14 cápsulas) e 60 mg (28 cápsulas).

A Eli Lilly oferece um desconto para pacientes que se cadastrarem no programa do laboratório através dos SAC 0800 701 0444


Ácido Valpróico (Depakote).

Ácido valpróico ou valproato de sódio é uma molécula inicialmente desenvolvida para epilepsia graças às suas propriedades anticonvulsivantes, mas que se mostrou eficaz também como estabilizadora de humor e anti-enxaquecosa, com indicação no tratamento dos transtornos de humor, principalmente o transtorno bipolar (TBH), e da profilaxia das crises de enxaqueca. A mistura do sal valproato de sódio com o ácido valpróico forma o divalproato de sódio, composto comercializado pelo laboratório Abbott sob o nome de Depakote, que é a forma mais utilizada hoje em dia do ácido valpróico.

Ele age bloqueando canais de sódio e de cálcio da membrana dos neurônios, motivo pelo qual ele possui ação anticonvulsivante, e aumenta a concentração do neurotransmissor GABA na fenda sináptica, ação relacionada à propriedade estabilizadora de humor equivalente ao lítio.

Entre outras indicações o divalproato de sódio tem mostrado efeito positivo no controle de sintomas de ansiedade e pânico, impulsividade e reações agressivas, compulsão por drogas, depressão (é particularmente útil em depressões agitadas e na depressão pós-parto) e dor neuropática. É utilizado com frequência associado a antidepressivos, a outros estabilizadores de humor e aos antipsicóticos em pacientes com TBH, depressão e esquizofrenia.

A dose do divalproato de sódio pode ser monitorada no sangue para ver qual a dosagem oral um paciente necessita para alcançar a dose terapêutica no sangue (entre 50 e 100 pg/ml). Doses sanguíneas inferiores a 50 podem ser ineficazes e superiores a 100 podem aumentar o risco de intoxicação.

Esta dosagem no sangue deve ser feita com no mínimo 7 dias de tratamento com o medicamento na mesma dose oral (sem variação de dose) e o paciente deve colher o sangue pela manhã, sem se esquecer de tomar a dose da noite anterior. Se ele tiver que tomar a dose do medicamento pela manhã, deve fazê-lo somente após a coleta do sangue. Não é necessário jejum, a menos que o paciente vá fazer outros exames que exijam o jejum.

O divalproato de sódio costuma ser bem tolerado. Efeitos iniciais que podem ocorrer são sedação, sonolência, insônia, ansiedade, náuseas, dor de cabeça, tonteira e tremores, que geralmente reduzem com os dias de tratamento. A longo prazo podem ocorrer ganho de peso (por aumento de apetite ou ingesta de carboidratos) e queda de cabelo.

O ganho de peso não costuma ser um motivo para interrupção do tratamento e pode ser controlado com dieta e atividades físicas, havendo um momento de estabilização deste ganho e perda de peso, dependendo de cada paciente.

A queda de cabelo raramente deixa falhas no couro cabeludo, é percebido como maior quantidade de cabelo na escova ao se pentear, no banho ao enxaguar a cabeça e no travesseiro. A reposição de vitaminas contendo zinco e selênio (Vitergan Zinco PL) geralmente reverte a queda de cabelo, sendo raramente preciso interromper o tratamento.

É necessário um monitoramento periódico do sangue, pois o divalproato de sódio pode aumentar transitoriamente as transaminases hepáticas, reduzir as plaquetas, afetar a coagulação, embora esses efeitos sejam raros.


Geriatras alertam para os perigos da medicina antienvelhecimento.

Além da falta de comprovação científica quanto à sua eficácia, as novas terapias de combate aos efeitos do envelhecimento podem comprometer o bom funcionamento do organismo e aumentar os riscos de câncer, segundo a presidenta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Silvia Pereira. A reposição de nutrientes e o uso de remédios, como hormônio do crescimento (GH), para ganhar músculos e queimar gordura com facilidade, podem aumentar a incidência de cânceres.

“Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação científica e que pode fazer mal a saúde. Com a idade, o metabolismo mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias doenças”, alertou a médica.

Segundo ela, estudos sobre vitaminas E, C e betacaroteno, por exemplo, apontam que, se consumidas em excesso, essas substâncias aumentam o risco de câncer e não reduzem doenças crônico-degenerativas. O tema será discutido durante o 18º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que reunirá mais de 4 mil pessoas. O encontro começa amanhã (22) e termina na sexta-feira (25). Entre os convidados está o especialista em longevidade Tomas Perls, da Boston University School of Medicine, nos Estados Unidos.

O diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rubens de Fraga, ressaltou que velhice não é doença e, portanto, não deve ser prevenida. “Hoje os consumidores estão obcecados com o envelhecimento. Esse mercado gera US$ 100 bilhões por ano no mundo. Tem seu lado positivo, que é a busca da alimentação balanceada e do exercício físico. Mas tem o lado negativo, que é o medo das rugas e a idolatria dos ideais de juventude eterna. Os velhos são bibliotecas vivas e em muitos casos sustentam famílias inteiras. Não existe uma pílula mágica. O importante é buscar envelhecer com autonomia e independência.”

Ele criticou a venda dos chamados hormônios bioidênticos para retardar a velocidade do envelhecimento, que são produzidos em laboratório, e passam por um processo industrial de síntese, transformação ou de modificação na sua estrutura química. “Não existe estudo científico sério que ateste qualquer benefício dos hormônios chamados bioidênticos manipulados. A fabricação individualizada de um hormônio é praticamente impossível.”

Na sexta-feira, geriatras, gerontólogos e representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), entre outros, vão discutir a criação de mecanismos para coibir a prática do antienvelhecimento no Brasil. O encontro será aberto ao público. Mais informações podem ser obtidas no site http://www.cbgg2012.com.br/

Fonte: Estado de São Paulo


Psiquiatra alerta famílias sobre os riscos dos "vícios digitais"

Pais que checam constantemente seus smartphones e tablets enquanto estão com seus filhos talvez os estejam influenciando a criar uma dependência por dispositivos digitais, disse o psiquiatra Aric Sigman, segundo o site Daily Mail. Ele fala que a "paternalidade passiva" diante do novo panorama da mídia também pode ser considerada uma forma de negligência.
Nesta quarta-feira o Dr. Sigman debaterá com um grupo de médicos britânicos este vício da atualidade, que pode causar danos físicos e mentais a uma geração. Estatísticas recentes mostram que adolescentes entre 12 e 15 anos de idade passam em média mais de seis horas por dia em frente a telas. Este quadro se aplica pricipalmente ao que acontece dentro de casa, e não em relação ao computador utilizado na escola, por exemplo.
Sigman acredita que a TV deveria ser "banida" entre as crianças e ser usada com bastante moderação entre os jovens. O médico também alerta aos pais que usam a tecnologia como uma "babá" que tal prática pode gerar problemas de saúde aos seus filhos.
O trabalho do psiquiatra, assim como estudos de outros pesquisadores, relacionam o tempo passado diante de telas com problemas de saúde que incluem obesidade, colesterol e pressão altos, sedentarismo e dificuldades para ler e fazer contas, e ainda distúrbios do sono e autismo. Alguns desses problemas podem ser causados simplesmente pela falta de exercícios ou dietas inadequadas, outros por mudanças hormonais ou efeitos na capacidade de atenção e concentração.
Estudos também revelam que a reação do cérebro a jogos de computadores é similar ao que se vê em casos de uso de álcool e drogas. Sigman afirma que dirá o seguinte durante a conferência anual do Royal College of Paediatrics and Child Health em Glasgow: "Muitas crianças e adultos estão abusando do uso de tecnologias e desenvolveram uma dependência que não é saudável".
Na opinião do médico, as televisões deveriam ser retiradas do quartos. Ele também defende que crianças mais jovens, em pleno desenvolvimento cerebral, não deveriam assistir TV de forma alguma. Entre os três e os sete anos de idade, crianças não deveriam assistir mais do que uma hora e meia de TV por dia. Já as crianças mais velhas deveriam se contentar com somente duas horas diárias de TV e jogos no computador.
"Um grande número de estudos está descobrindo que regras criadas pelos pais para limitar o tempo que os filhos pasam diante de telas, como retirar a TV do quarto, tem se mostrado efetivas em reduzir tal comportamento nas crianças", diz Sigman, que não é o primeiro a alertar sobre os perigos da estreita relação que as gerações mais jovens tem com a tecnologia.
Uma pesquisa da Mental Health Foundation mostra que a obsessão dos jovens britânicos com as redes sociais criou uma geração "Eleanor Rigby" (termo inspirado na canção de mesmo nome dos Beatles, que fala sobre pessoas solitárias), afastada da família e dos amigos.
A pesquisadora britânica Susan Greenfield, avisou repetidamente sobre o quanto as redes socias poderiam estar prejudicando o cérebro infantil, diminuindo a capacidade de atenção, encorajando as gratificações instantâneas e fazendo dos jovens indivíduos mais egocêntricos.
Segundo estudos, o uso constante do computador também poderia "infantilizar" o cérebro, tornando o aprendizado uma tarefa mais difícil.
Fonte: Terra
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Quetiapina (Seroquel).

Quetiapina (Seroquel) é uma droga antipsicótica desenvolvida inicialmente para esquizofrenia, para qual foi aprovada em 1997 pelo órgão regulatório norte-americano FDA. Em 2008 foi aprovada também para o tratamento do transtorno bipolar (TBH), tanto das fases maníacas como das depressivas e como tratamento de manutenção para evitar recaídas. Mais recentemente a quetiapina tem sido estudada na depressão unipolar (depressão clássica) e na ansiedade generalizada como monoterapia e com excelentes resultados.

Ela age no cérebro bloqueando os receptores de dopamina, estimulando receptores de serotonina e inibindo a bomba de recaptação de noradrenalina, atuando desta forma nos três sistemas de neurotransmissão (dopamina, serotonina e noradrenalina), o que justifica sua ação na psicose, na mania, na depressão e na ansiedade.

Em 2007 foi desenvolvido o comprimido de liberação prolongada (Seroquel XRO) que têm como vantagem a tomada única diária com a redução dos efeitos sedativos (por não haver o pico plasmático da droga em função de sua liberação no intestino ser prolongada).
O efeito colateral principal da quetiapina é a sedação. Geralmente esta sedação é de 10 a 12 horas após a tomada do comprimido, reduzindo significativamente após 2 semanas de tratamento, sendo a sedação maior com o comprimido de liberação imediata do que com o de liberação controlada (XRO). É recomendável que o paciente tome o medicamento mais cedo, por volta de 20 ou 21h, para evitar a sonolência no dia seguinte de manhã.

Outros efeitos colaterais que podem ocorrer são boca seca, tonteira (associada a sensação de sonolência), aumento de apetite e ganho de peso (mais no tratamento de longo prazo). O ganho de peso ocorre geralmente em doses superiores a 400mg/d e dificilmente é a razão para descontinuação do medicamento, principalmente se o paciente fizer atividades físicas regulares e cuidar de sua dieta. Em doses maiores do que 400mg apenas 10% dos pacientes ganharam mais do que 7% do peso que tinham antes do tratamento segundo os dados do estudo com Seroquel.

Efeitos colaterais tradicionalmente associados aos antipsicóticos, como tremores, rigidez muscular, parkinsonismo, hipersalivação, inquietação são muito raros e mostraram-se equivalente ao placebo nos estudos comparativos.
Laboratorialmente pode ocorrer aumento discreto do colesterol, dos triglicerídeos e da glicose, aumentando o risco de síndrome metabólica em pacientes obesos, sedentários e/ou predispostos à diabetes. Exames de sangue periódicos devem ser feitos enquanto o paciente estiver sendo tratado com Quetiapina para avaliar o risco a longo prazo.

As doses usualmente recomendadas são:
XRO 50 – 150 – 300 mg/d – depressão unipolar e ansiedade generalizada
XRO 300mg/d – depressão bipolar
XRO 300-600mg/d – mania, tratamento de manutenção do TBH e esquizofrenia
Dose máxima recomendada: 800mg/d

Na prática clínica tem-se utilizado a quetiapina de liberação imediata como hipnótico em pacientes que tenham contra-indicação do uso de tranquilizantes ou que tenham insônia resistente aos hipnóticos tradicionais.

O uso de quetiapina em idosos tem-se mostrado seguro, sendo uma opção útil nas crises de ansiedade, insônia ou em alterações do comportamento.

A quetiapina foi desenvolvida e é comercializada pelo laboratório AstraZeneca sob o nome de Seroquel e Seroquel XRO.


Cientistas identificam os genes mais importantes da esquizofrenia.

Cientistas anunciaram ter identificado os genes mais atuantes na esquizofrenia, uma descoberta revolucionária que, afirmam, vai melhorar o diagnóstico e o tratamento desta doença mental debilitante.

Em um estudo que envolveu informação genética de milhares de pacientes com esquizofrenia, bem como de um grupo de controle saudável, os cientistas disseram ter identificado centenas de genes capazes de apontar quem corre mais riscos de desenvolver a doença.

"Quebramos o código genético da esquizofrenia, identificando muitos dos genes envolvidos e como eles funcionam juntos para provocar a doença", declarou o autor do estudo, Alexander Niculescu, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, em Indianápolis.

"Entendendo melhor a base genética e biológica da doença, podemos desenvolver testes e tratamentos melhores", acrescentou.

Tais testes poderiam ser usados para determinar se crianças em famílias com caso de esquizofrenia correriam riscos de desenvolver a doença, explicou Niculescu.

"Se forem determinados como em risco elevado, então seriam acompanhados mais de perto pelos médicos, aconselhados a evitar estresse, álcool e drogas, tratados com terapia, suplementos nutricionais (como cápsulas de óleo de peixe com Õmega-3) e inclusive com ingestão precoce de medicamentos antipsicóticos para evitar o desenvolvimento completo da doença", acrescentou.

As descobertas foram publicadas no periódico Molecular Psychiatry.

Pacientes com esquizofrenia costumam ouvir vozes que não são reais, tendem à paranoia e a sofrer de discurso e pensamento desordenados. Acredita-se que a doença afete uma em cada 100 pessoas.

Niculescu explicou que após identificar os genes relacionados com a esquizofrenia, a equipe de pesquisas testou suas descobertas em outros pacientes fora do grupo de estudos "para mostrar que os resultados seriam reproduzíveis e têm habilidade previsível".

Estudos genéticos sobre psiquiatria costumam gerar uma excitação inicial, afirmou, "mas depois não são reproduzidos em populações independentes, que são a prova mais importante de que uma descoberta é sólida e real".

A equipe também usou dados cerebrais de camundongos que tomaram medicamentos que imitavam a esquizofrenia.

"Alguns genes e mecanismos biológicos que identificamos podem ser usados para o desenvolvimento de um novo remédio", disse Niculescu.

Eles também podem ser usados para redirecionar drogas normalmente usadas para tratar outros distúrbios.

Niculescu reforçou que "genes não são destino".

"O ambiente também desempenha um papel. Os genes que identificamos atuam na conectividade cerebral, portanto podem ocasionar mais criatividade em alguns indivíduos ou doença clínica em outros, dependendo se há um excesso destas mutações genéticas na combinação errada e um ambiente estressante", acrescentou.

Fonte: IG


Lamotrigina (Lamictal).

Lamotrigina é uma droga anticonvulsivante usada no tratamento da epilepsia e do transtorno bipolar. Ela também é utilizada no tratamento adjuvante da depressão graças aos seus efeitos antidepressivos observados em casos clínicos. Em 2003 ela ganhou aprovação do órgão americano que regula os medicamentos nos EUA (FDA) para tratamento de manutenção do transtorno bipolar e da depressão bipolar, comparável ao lítio.

Ela age nos canais de sódio dos neurônios, estabilizando a membrana e facilitando a transmissão do impulso nervoso, reduzindo a liberação de neuroaminas excitatórias como glutamato e aspartato. Ela é uma opção interessante para o tratamento de estados hiperexcitatórios cerebrais (que cursam com aumento de glutamato), presentes na esquizofrenia, no transtorno bipolar, na depressão, na epilepsia e em lesões ou traumas do SNC (o excesso de glutamato estimula a atividade dos astrócitos e a formação de glioses, cicatrizes do tecido cerebral).

Além do efeito regulador de humor e antidepressivo na depressão bipolar, estudos mais recentes têm investigado a eficácia da lamotrigina na depressão unipolar. Os resultados demonstram que a lamotrigina é uma opção de tratamento para depressões de início recente ou para depressões resistentes (que não responderam bem a antidepressivos) e também para quadros depressivos associados a ansiedade e/ou dor crônica.

Os efeitos clínicos da lamotrigina costumam aparecer entre duas e seis semanas de tratamento, nas doses entre 50 e 100mg por dia. O paciente percebe um aumento da disposição, redução do cansaço e da sonolência diurna, redução da tristeza, da angústia/ ansiedade e da irritabilidade, melhora do ciclo sono-vigília, melhora da concentração e da memória (quando afetada pelo transtorno).

A lamotrigina costuma ser muito bem tolerada, tem poucos efeitos sedativos e não provoca efeitos gastrointestinais, como náuseas e diarreia. Alguns pacientes podem queixar-se de dores de cabeça, aumento da ansiedade ou da irritabilidade, tremores, falha na coordenação motora e esquecimentos, mas geralmente esses efeitos são brandos ou cessam com o tempo do tratamento ou redução da dosagem.

O maior risco da lamotrigina é o rash cutâneo (manchas vermelhas na pele que coçam), muito raro (frequência de 0,08% dos pacientes que usam a medicação), mas que pode ocorrer no início do tratamento, na fase de aumento de doses. Por isso que o aumento da lamotrigina deve ser feito a cada 2 semanas.

A dose terapêutica da lamotrigina é em geral entre 100 e 200mg por dia, podendo haver resposta com doses menores ou maiores e o tempo de uso para o transtorno de humor é entre 1 e 2 anos, podendo ser utilizada por tempo indeterminado dependendo das características de cada caso.

Lamotrigina é fabricada e comercializada pelo laboratório GlaxoSmithKline com o nome de Lamictal nas seguintes apresentações:
Comprimidos orais de 25, 50 e 100mg.

Comprimidos dispersíveis (Lamictal dispersível) de 25, 50, 100 e 200mg.

Não existe diferença de eficácia entre o comprimido oral e o dispersível, muda apenas a tecnologia do comprimido.

Genéricos ou similares deste medicamento podem ter diferenças em relação ao original (Lamictal, laboratório Glaxo), o que pode comprometer a eficácia e a tolerabilidade.

Abaixo alguns links interessantes sobre a medicação:
FDA - http://www.fda.gov/downloads/AdvisoryCommittees/CommitteesMeetingMaterials/PediatricAdvisoryCommittee/UCM234474.pdf
História da descoberta da lamotrigina - http://jpk.cdxinli.com/0804ck/sdarticle.pdf
Estudo da lamotrigina na depressão unipolar - http://ukpmc.ac.uk/abstract/MED/12197456


Transtorno Bipolar começa geralmente na adolescência.

O que muitos pais podem achar que é apenas uma fase da adolescência, na verdade, pode indicar sinais de um transtorno. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos sugere que os primeiros sinais de bipolaridade aparecem na adolescência e não a partir dos 20 anos, como se pensava. O estudo foi divulgado na publicação Archives of General Psychiatry.

Os principais sintomas de transtorno bipolar são episódios de mania e depressão que se alternam entre si. Para mensurar a taxa de incidência desses sintomas nos jovens, os pesquisadores fizeram perguntas sobre humor e comportamento a mais de 10.000 adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos.

A equipe de pesquisa descobriu que 2,5% desses jovens tiveram episódios de mania e depressão nos últimos 12 meses. Além disso, 1,3% das crianças apresentaram apenas mania e 5,7%, apenas depressão. Todos os participantes que apresentaram sintomas preencheram os critérios para o diagnóstico da doença, de acordo com um manual de psiquiatria.

Os transtornos de humor eram mais comuns conforme os jovens ficavam mais velhos. De acordo com a pesquisa, 1,4% das crianças com 13 e 14 anos preencheram os critérios para mania, enquanto quase o dobro dos adolescentes de 17 e 18 apresentou o transtorno. Para os autores, as taxas de transtornos de humor encontradas entre os adolescentes estão próximas ao que é visto em adultos, confirmando a tese de que os sintomas aparecem na juventude. Os especialistas acreditam que isso pode ajudar em diagnóstico e tratamento mais eficazes.

Diferenças entre crianças e adultos:

Na maioria dos adultos as manifestações clínicas são clássicas, o humor oscila de um extremo ao outro, da alegria incontrolável e raciocínio veloz à depressão e apatia. No caso das crianças, não é comum ocorrer essa gangorra emocional. “A doença se apresenta por meio de uma conjunção de sintomas menos específicos, como impulsividade, irritabilidade, dispersão, agitação e acessos de raiva”, diz Evelyn Vinocur.

Diagnóstico - Por causa dos sintomas pouco específicos, é recorrente que a criança bipolar seja diagnosticada com outros males, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “É muito pesado para os pais levantarem a hipótese do transtorno, o que contribui para um desconhecimento dos sintomas e um atraso muito grande no diagnóstico e tratamento”, explica a psicoterapeuta Evelyn. Por isso, o Transtorno Bipolar do Humor na Infância e Adolescência é uma condição que precisa ser muito divulgada.

Fonte: Tribuna da Bahia

Leia também:
Artigo de revisão sobre o tema Depressão e Doença Bipolar na Infância e Adolescência