Estudo: Divórcio e risco de suicídio nos filhos.
Esta matéria do jornal O Globo nos leva a algumas reflexões: em primeiro lugar como é negativo para uma criança um ambiente hostil e hipercrítico, com brigas, humilhações, cobranças e terror psicológico. Eu acho que é isto que está em jogo, o quanto os pais se maltratam e maltratam os filhos ao longo de um processo de separação.
Depois, a união dos pais é importante para que a criança adquira segurança e maturidade emocional para a vida adulta. Não basta estarem casados, é preciso que os pais estejam em sintonia, a harmonia do lar é fundamental para este processo de amadurecimento. Quem tem filho pode perceber no dia-a-dia o quanto o afeto entre os pais é importante para a criança. Portanto, entre fingir que está tudo bem, mas viver às turras, talvez a separação ainda seja uma saída honrosa e saudável para todos.
Agora, o fundamental é que os pais, mesmo separados, não se esqueçam de suas responsabilidades e do papel afetivo que possuem para com seus filhos.
Este estudo chama muito a atenção pelo tamanho da amostra. São quase 7 mil adultos! É provável que ele aponte um resultado próximo à realidade. Precisamos cuidar melhor de nossos filhos e, sobretudo, da família, seu porto seguro.
Adultos que passaram pelo divórcio dos pais na infância têm mais probabilidade de serem considerados suicidas que seus pares de famílias intactas, sugere um estudo da Universidade de Toronto publicado esta semana no jornal Psychiatry Research.
Os pesquisadores examinaram diferenças específicas em uma amostra de 6.647 adultos, dos quais 695 tinham passado pela experiência do divórcio dos pais antes dos 18 anos. O estudo descobriu que homens de famílias divorciadas tinham mais que três vezes mais probabilidade de ideias suicidas quando comparados com aqueles com pais não divorciados. Já as filhas de pais divorciados tinham 83% mais probabilidade de suicídio que mulheres de lares não divorciados.
A relação entre o divórcio e as ideias suicidas é particularmente forte em infâncias estressantes devido ao abuso físico, pais viciados ou desempregados. Para mulheres que não tiveram essa infância infeliz a associação entre divórcio e suicídio não é significativa. Já homens, mesmo sem a experiência de uma infância de abusos, a ideia de suicídio aparece duas vezes mais do que homens que não têm os pais divorciados.
– A associação entre divórcio dos pais e pensamentos suicidas em homens foi muito forte, mesmo os que tiveram uma infância normal, mas estas descobertas não significam que crianças do divórcio estejam destinadas a se tornarem suicidas – diz Esme Fuller-Thomson, que liderou o estudo.
As explicações do impacto negativo nos homens varia, mas os pesquisadores acreditam que pode ser devido à falta de contato com o pai depois do divórcio. Estudos anteriores já tinham relacionado a perda da figura paterna ao desenvolvimento de comportamento hostil em meninos.