Programa 'Em Família' debate a esquizofrenia.

Programa do Canal Saúde, da Fiocruz, convidou dois familiares de pessoas com esquizofrenia para um debate com o Dr. Leonardo Palmeira sobre os desafios da família e como ela pode ajudar o paciente na recuperação.


Estudo diz que 72% dos compulsivos sexuais tem outro tipo de transtorno.

Uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) aponta que 72% dos pacientes com compulsão sexual avaliados possuem outro tipo de transtorno psiquiátrico associado.

A primeira fase do estudo, publicada na revista científica "Psychiatry Research", analisou um grupo de 86 homens com diagnóstico de comportamento sexual compulsivo. Mais de 70% deles apresentaram pelo menos uma "comorbidade psiquiátrica associada", como transtornos de humor ou de ansiedade, segundo uma nota divulgada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo nesta quarta-feira (3).

Do total de participantes, 22% preencheram critérios para risco de suicídio, segundo a nota. "Sintomas de ansiedade e depressão, quando tratados, podem amenizar o descontrole sexual" para que seja buscado um equilíbrio melhor, disse o pesquisador Marco Scanavino, do Instituto de Psiquiatria da USP.

Dos membros do grupo com compulsão sexual, 57% se disseram heterossexuais, 26% afirmaram ser gays e 17%, bissexuais. Não foi registrada diferença quanto à compulsividade e quanto à presença de outros transtornos considerado a orientação sexual, afirmam os cientistas.

Entre os critérios para incluir os voluntários no estudo estavam sentir abstinência (mal-estar físico ou psicológico) quando se tenta evitar o sexo; ocupar-se de sexo no período em que a pessoa deveria estar trabalhando;e fracassar no controle do comportamento sexual.

A pesquisa vai entrar em sua segunda fase, segundo a nota divulgada pela secretaria. Pessoas sem diagnóstico de compulsão sexual vão ser avaliadas e passarão pelos mesmos exames aos quais foram submetidos os integrantes do grupo diagnosticado como compulsivo.

Voluntários saudáveis, que não foram diagnosticados com compulsão sexual, podem ajudar no estudo e participar. Os contatos, segundo o Hospital das Clínicas, podem ser feitos pelo e-mail ise.ipq.hc@gmail.com, pelo telefone (11) 9-9922-2198 ou pelo site www.compulsaosexual.com.br.

Fonte: Bem Estar


Doença de Alzheimer revertida pela primeira vez, revela estudo.

A doença de Alzheimer foi revertida pela primeira vez. Uma equipa de investigadores canadianos, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, directamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença há agora já mais de um ano.

Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.
Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.

Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal, onde está o hipocampo e o cingulado posterior, usam menos glicose do que o normal, sugerindo que estão desligadas e ambas têm um papel importante na memória.

Para tentar reverter esse quadro degenerativo, Lozano e sua equipa recorreram à estimulação cerebral – enviar impulsos eléctricos para o cérebro através de eléctrodos implantados.

O grupo instalou os dispositivos perto do fórnix – um aglomerado de neurónios que enviam sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos eléctricos 130 vezes por segundo.

Testes realizados um ano depois mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida.

Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipa vai agora iniciar um novo teste que envolve 50 pessoas.

Fonte: Ciência Hoje - Lisboa - Portugal


Estudo relaciona técnicas de fertilização in vitro com maior risco de autismo e baixo QI.

No primeiro estudo a comparar todos os tratamentos de fertilização in vitro (FIV) disponíveis e o risco de desordens no desenvolvimento neurológico em crianças, os pesquisadores concluíram que os FIV para as formas mais graves de infertilidade masculina estão associados com um risco aumentado de deficiência intelectual e autismo.

Considerado o maior estudo do tipo já realizado, o trabalho teve a participação de pesquisadores do Kings College London (Reino Unido), Karolinska Institutet (Suécia) e da Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova York (EUA).

Ao usar dados anônimos dos registros nacionais suecos, os pesquisadores analisaram mais de 2,5 milhões de registros de nascimento entre 1982 e 2007. Todos os registros foram acompanhados até 2009 em busca de diagnóstico clínico de autismo ou deficiência intelectual (definida como QI abaixo de 70). Das 2,5 milhões de crianças que participaram da pesquisa, 1,2% (30 mil) nasceram com uso da fertilização in vitro. Entre os 6.9 mil casos diagnosticados com autismo, 103 nasceram após FIV; dos quase 16 mil casos com deficiência intelectual, 180 nasceram após FIV.

Sven Sandin, do Instituto de Psiquiatria do King College de Londres, afirmou que "os tratamentos de FIV são muito diferentes em termos de sua complexidade Quando olhamos para os tratamentos de fertilização in vitro combinados, descobrimos que não havia risco global de aumento dos casos de autismo, mas um pequeno aumento do risco de deficiência intelectual. Quando separados os diferentes tratamentos de FIV, verificou-se que a fertilização in vitro "tradicional" é segura, mas que a fertilização in vitro envolvendo a injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), especificamente recomendada para infertilidade paterna, está associada com um risco aumentado dos dois problemas deficiência intelectual e autismo. "

Comparando com a concepção espontânea, as crianças nascidas a partir de qualquer tratamento de FIV não estavam em um risco maior de autismo, mas apresentavam um aumento do risco de deficiência intelectual médio de 18% (de 39,8 para 46,3 por 100 mil nascidos ano).

Em segundo lugar, os pesquisadores compararam os seis diferentes tipos de procedimentos de FIV vitro disponíveis na Suécia (se foram utilizados embriões frescos ou congelados, se foi utilizada a ICSI, e em caso afirmativo, se o esperma foi ejaculado ou extraído cirurgicamente). Desenvolvido em 1992, a ICSI é recomendada para a infertilidade masculina. Atualmente, o procedimento é usado em cerca de metade de todos os tratamentos de FIV. O procedimento envolve a injeção de um único espermatozóide diretamente em um ovo, ao invés de fertilização acontecendo em um prato, como no padrão de fertilização in vitro.

Crianças nascidas após tratamentos de FIV com ICSI (com embriões frescos ou congelados) tiveram uma taxa de 51% de aumento do risco de deficiência intelectual (de 62 para 93 por 100 mil). Esta associação foi ainda maior quando relacionada a um parto prematuro, chegando a 73% (de 96 para 167 por 100 mil). Mesmo quando levado em conta os nascimentos de gestações múltiplas e os nascidos pré-termo, o tratamento de FIV com ICSI em embriões frescos foi associado com um risco aumentado de deficiência intelectual.

Um dos casos de maior destaque foram as crianças nascidas após FIV com ICSI com esperma extraído cirurgicamente e embriões frescos. Nestas condições, o aumento do risco de autismo foi de 360% (de 29 para 136 por 100 mil), uma associação que desapareceu quando os nascimentos múltiplos foram levados em conta.

Fonte: R7.com


Novo manual da psiquiatria será lançado em maio em São Francisco, EUA.

Entre os dias 18 a 22 de maio de 2013 ocorrerá em São Francisco, Califórnia, o 166º Congresso da Associação Americana de Psiquiatria (APA), o maior evento da psiquiatria mundial em número de psiquiatras. Este ano será particularmente importante, pois será o lançamento do 5º Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, o mais influente manual psiquiátrico em conjunto com a CID, da OMS. A versão anterior, DSM-4, é de 1994, portanto, a DSM-5 vem com a enorme responsabilidade de refletir as mudanças da psiquiatria nesses últimos 19 anos.

Eu estarei lá para acompanhar este evento histórico, afinal me formei psiquiatra na era da DSM-4 e pude acompanhar muitas mudanças diagnósticas e terapêuticas ao longo da última década. Em função do Congresso da APA, viajo de férias entre os dias 4 e 17 de maio e depois vou a São Francisco para o encontro. Estarei, portanto, ausente de minhas atividades até o dia 25 de maio.

Caso seja paciente e precise entrar em contato comigo, pode fazê-lo por e-mail. Em caso de emergência ou de necessidade de atendimento psiquiátrico, faça o seu login no site (login= seu email/ senha= seu primeiro nome em letra minúscula) e acesse a área destinada à emergência, onde poderá encontrar o contato de psiquiatras que estarão de sobreaviso na minha ausência, ou clique aqui.

Um abraço a todos e até breve!


TOC: Comorbidade, mais regra do que exceção.

Especialistas em transtorno obsessivo-compulsivo analisam a maior amostra de pacientes do mundo em busca de novos tratamentos contra o mal. Uma das constatações é de que em mais de 90% dos casos o TOC surge com outros distúrbios psiquiátricos

Lavar as mãos o tempo todo, escovar os dentes incansavelmente, contar azulejos a cada passo, ser tomado pela mania de limpeza e de organização, ou desenvolver o vício de colecionar todos os tipos de objetos podem ser rituais indicativos do transtorno obsessivo-compulsivo, o TOC. Os portadores do distúrbio são acometidos por um padrão de pensamentos e comportamentos repetitivos, sem sentido lógico, desagradáveis e extremamente difíceis de evitar. "O TOC é um transtorno subdiagnosticado porque as pessoas ou ficam com vergonha de procurar ajuda ou não reconhecem que aquilo é algo patológico", explica Marcelo Queiroz Hoexter, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

Em um esforço inédito para a psiquiatria, especialistas em TOC integrantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa em Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (C-TOC) reuniram a maior amostra de pacientes com o distúrbio já realizada no mundo. O levantamento envolve entrevistas minuciosas de duração média de quatro horas, feitas com 1.001 pessoas com TOC e atendidas em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, na Bahia e no Rio Grande do Sul. O intuito é compreender melhor a origem do problema e desenvolver formas de tratamento cada vez mais eficazes. Os resultados iniciais foram publicados na última edição da Revista Fapesp.

A partir da análise das informações coletadas, os pesquisadores constataram que o TOC raramente é um problema que aparece sozinho. Segundo a pesquisa, apenas 8% das pessoas estudadas apresentam exclusivamente sintomas de obsessão e compulsão. Na maioria dos casos, o problema surge acompanhado de pelo menos um distúrbio psiquiátrico ao longo da vida. O mais recorrente foi a depressão, aparecendo em 68% dos participantes. Em segundo lugar apareceram os transtornos de ansiedade, acometendo 63% dos pacientes. E quase 35% apresentavam sinais de fobia social.

De acordo com Marcelo Queiroz Hoexter, um dos pesquisadores do C-TOC, as comorbidades já eram conhecidas, mas essa foi a primeira vez que foi realizado um levantamento extenso a respeito. As constatações dão valiosas pistas do por que nem sempre os tratamentos funcionam em casos mais graves. As duas formas de tratamento internacionalmente recomendadas para amenizar os sintomas de TOC são a terapia cognitivo-comportamental e o uso de antidepressivos. Em alguns países, como nos Estados Unidos, há a alternativa da neurocirurgia para pacientes refratários, casos em que nenhuma das duas formas mais brandas surtem efeito.

Acompanhamento Uma das linhas de pesquisa que integra os esforços dos pesquisadores brasileiros está justamente na compreensão das respostas de intervenções terapêuticas. Ao acompanhar 158 pessoas com TOC por um período de dois anos, a pesquisadora da USP Roseli Shavitt pôde observar que, para os casos leves e moderados, o resultado do tratamento com medicação é semelhante ao efeito da psicoterapia. "Desde que seja um tratamento de primeira linha, o mais importante não é o tipo escolhido, mas mantê-lo por um prazo mais longo", defende Shavitt. Inicialmente, os dois tratamentos são igualmente eficazes, mas precisam de uma continuidade para que o efeito positivo seja observado. Segundo a pesquisadora, o tratamento para TOC não é imediato, é comum que dure a vida toda.

Ainda sobre as respostas terapêuticas, Hoexter desenvolveu uma análise diferente e complementar à conduzida por Shavitt. Seguindo uma linha neurobiológica do transtorno, o pesquisador usou a técnica de ressonância magnética estrutural para fotografar e mapear a ação dos antidepressivos e da terapia cognitivo-comportamental no cérebro. A constatação final é de que os dois tratamentos modificam não só o funcionamento, mas a estrutura de algumas regiões cerebrais de pessoas com TOC. "Sabíamos que as duas modalidades de tratamento têm respostas muito parecidas e são igualmente eficientes, mas não entendíamos como essas intervenções mudam o cérebro, ou seja, qual é o mecanismo biológico por trás disso", ressalta Hoexter.

Segundo o pesquisador, pelos exames de neuroimagem, também foi possível perceber que o TOC induz a um aumento de consumo de energia em uma região do córtex-frontal. Após a administração de antidepressivos nos pacientes ou submetê-los à terapia cognitivo-comportamental, os médicos constataram a diminuição da hiperatividade dessa região do cérebro. Entretanto, faltavam ainda estudos que avaliassem e comparassem o tamanho das estruturas cerebrais antes e depois do tratamento. Foi o que a equipe de Hoexter se propôs a fazer. "Pegamos uma amostra de pacientes com TOC que nunca tinham sido submetidos a nenhum tratamento e fizemos um exame de ressonância magnética do crânio antes de iniciar os procedimentos. Medimos uma série de volumes de diversas estruturas cerebrais", conta o pesquisador.

Os cientistas, então, dividiram aleatoriamente os pacientes. Uma parte recebeu o antidepressivo fluoxetina e a outra foi submetida à terapia cognitivo-comportamental. Depois de 12 semanas, os voluntários passaram novamente pelo exame de ressonância magnética. Os cientistas compararam as medidas cerebrais antes e depois do tratamento. "A gente observou que tanto os pacientes que tomaram a fluoxetina quanto os que foram para a terapia apresentaram melhora muito similar do sintoma, a diferença é que aqueles que tomaram antidepressivo apresentaram um aumento do volume do putâmen, uma estrutura cerebral profunda que está muito implicada na patologia do TOC."

Com isso, surge a hipótese de que a administração do medicamento provoca um aumento da plasticidade da região, que passa a ser mais eficiente na comunicação com o restante do cérebro, apresentando aumento das conexões dos neurônios. Já os pacientes submetidos à terapia não mudaram a estrutura cerebral, apesar de terem melhorado os sintomas. "O resultado sugere que, apesar de os dois (tratamentos) serem eficazes, o mecanismo de ação no cérebro é diferente. Provavelmente, a terapia mexe em outras áreas que não fomos capazes de detectar ainda", pondera Hoexter.

Depoimento
Excessos já na infância
Tinha 27 anos quando um episódio me marcou tanto que resolvi pedir ajuda. Estava dirigindo, voltando para casa de um churrasco no sábado. Durante o percurso, achei que tinha atropelado uma pessoa. Aquilo me deu uma ansiedade muito grande, eu caí na dúvida, na culpa e comecei a voltar pelos lugares por onde tinha passado. Olhava o carro e não tinha marca. Fiquei quase uma semana sem dormir. Ia de carro para o trabalho, mas pegava um farol amarelo e já era motivo de muita tensão. Toda vez que saía de carro era muito estressante. Tinha várias outras manias, mas não me incomodavam muito. Depois de três meses desse episódio, estava passando de carro em uma ponte em São Paulo e fiquei durante três horas subindo e descendo a ponte. Foi quando falei para mim mesmo que estava ficando maluco e precisava de ajuda.

Fui atrás de uma terapeuta e descobri que esse problema vinha desde a infância. Os meus primeiros TOCs eram ligados à organização e à higiene. Escovava os dentes de 20 a 25 vezes por dia porque tinha a impressão de que ia ter cárie. Tinha o hábito de acumular jornais, moedas, relógios, caixas de cigarro. Era acumulador, não conseguia me desfazer de nada. Quando fui diagnosticado, em 2007, logo depois conheci a Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (Astoc ) e descobri que não estava sozinho. A minha primeira melhora foi próxima ao Natal: cheguei em casa e me desfiz de todas as coisas que tinha guardado durante anos. Tive síndrome do pânico em 2001 e passei por uma depressão em 2002, só que o TOC me ocupava e eu não tinha noção disso. O TOC é uma doença silenciosa, você sofre, mas não a compartilha com ninguém. Hoje, digo que estou superbem, faço terapia, tomo antidepressivo e sempre vou aos grupos de apoio. O ser humano é curado pela fala, faz bem para mim dar depoimento para o jornal. As pessoas se escondem, é difícil assumir, mas faz bem. (MU)
Caio Wilmers Manço,
de 35 anos, morador de São Paulo

Fonte: Estado de Minas


Suplemento vitamínico para os neurônios.

A perda de sinapses, as conexões entre os neurônios, é uma das principais alterações fisiopatológicas na Doença de Alzheimer (DA) e está relacionada diretamente com a perda cognitiva. As sinapses são feitas de membranas neuronais e a patologia relacionada à membrana é um alvo terapêutico potencial para intervenções na DA.

A Support, braço farmacêutico da Danone, lançou o primeiro composto nutricional desenvolvido para dar suporte à formação de sinapses e melhorar a memória na Doença de Alzheimer leve. O Souvenaid tem uma combinação específica de nutrientes para a formação de sinapses, como uridina, ácidos graxos ômega 3, colina, fosfolipídeos e micronutrientes antioxidantes, como vitaminas B12, B6, B9, E, C, zinco e selênio.

Estudos em laboratório e com animais mostraram que a suplementação com DHA e EPA (ácidos graxos ômega 3), uridina e colina aumenta a síntese de fosfosfolipídeos incorporados à membrana de neurônios, aumenta o brotamento e crescimento de neuritos (axônios e dendritos), os níveis de proteínas específicas pré e pós-sinápticas e o número de colunas dendríticas, todos os pré-requisitos para a formação de novas sinapses.

Dois estudos clínicos com pacientes com Doença de Alzheimer leve, um com 12 semanas de duração e outro com 24 semanas de duração, mostraram que os pacientes que usaram diariamente o suplemento vitamínico tiveram uma melhora significativa da memória pela Escala de Memória de Wechsler (estudo 1*) e pela Bateria de Testes Neuropsicológicos (estudo 2**) comparativamente aos pacientes que não utilizaram o suplemento.

O composto não tem contra-indicações e pode ser comprado em farmácias, pelo telefone do fornecedor: 0800 727 8027 ou pelo site: www.sabordeviver.com.br

A tabela abaixo mostra as concentrações dos principais componentes do Souvenaid e a dieta que seria necessária fazer para a sua ingestão.

ComponenteQuantidadeDieta equivalente
DHA1200mg4 latas de atum/ 100g de atum fresco
EPA300mg4 latas de atum/ 100g de atum fresco
UMP625mg1 kg de tomate
Colina400mg100g de carne moída
Fosfolipideos106mg4 ovos
Ácido fólico400mcg1180g de brócolis
Vitamina B61 mg710g de espinafre
Vitamina B123 mcgcontida no atum
Vitamina C80mg1 laranja
Vitamina E40mgcontida no atum
Selênio60mcgporção de castanhas do Pará

* Estudo 1: Alzheimer Dement 2010; 6: 1-10
** Estudo 2: Journal of Alzheimer´s Disease 2012; 31: 225-236


Estudo testa marca-passo cerebral para tratar anorexia.

Um time de pesquisadores do Canadá utilizou uma nova abordagem para tratar pacientes com anorexia grave que não haviam respondido aos tratamentos convencionais. Por meio de uma cirurgia pouco invasiva, esses especialistas implantaram, no cérebro de seis voluntárias, um dispositivo semelhante a um marca-passo que, uma vez ativado, estimula regiões do órgão associadas à ansiedade, depressão e imagem do próprio corpo. Os resultados, que foram publicados nesta quinta-feira na revista The Lancet, mostraram que, com exceção de um participante, todos os outros voltaram a ganhar peso ou então apresentaram uma melhora significativa.

Essa técnica, conhecida como estimulação cerebral profunda, consiste em implantar um dispositivo sob a pele capaz de emitir impulsos elétricos a eletrodos inseridos em determinada região do cérebro. A abordagem já é utilizada há mais de 25 anos para atenuar os sintomas da doença de Parkinson e, em estudos recentes, vem se mostrando eficaz em tratar condições como Alzheimer, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Essa é a primeira vez em que a estimulação cerebral profunda é utilizada no tratamento de anorexia.

A nova pesquisa foi desenvolvida no Centro de Neurociências Krembil, da Universidade Health Network, em Toronto, Canadá. Participaram do estudo seis mulheres com idades entre 20 e 60 anos que tinham anorexia nervosa, caracterizada por uma “recusa de manter um corpo saudável, um persistente medo de ganhar peso, uma incansável busca pela magreza e preocupantes imagens e percepções de si mesmo”, segundo definiu o artigo. As voluntárias sofriam da doença há pelo menos quatro anos (em um dos casos, há 32 anos) e se mostravam resistentes aos tratamentos convencionais.

Atividade cerebral — O primeiro passo desse trabalho foi identificar, com a ajuda de um exame de ressonância magnética, áreas-alvo no cérebro dos participantes relacionadas ao humor, depressão, ansiedade e imagem que uma pessoa tem do próprio corpo. Uma vez feita a identificação, foram implantados eletrodos nessas áreas e conectados a um gerador de pulsos elétricos, inserido sob a pele.

O objetivo dessa fase do trabalho era avaliar a segurança do procedimento, mas os pesquisadores já conseguiram observar alguns benefícios da técnica. De acordo com os resultados do estudo, nove meses após a cirurgia, metade dos pacientes alcançou e manteve um índice de massa corporal (IMC) significativamente maior do que apresentavam antes da operação. Uma das participantes, por exemplo, tinha um IMC de apenas 11 antes do procedimento (o ideal é entre 18,5 e 25 — calcule aqui o seu IMC) e, após nove meses da cirurgia, passou a apresentar um IMC de 21.

Além disso, quatro das seis participantes demonstraram uma melhora de humor, ansiedade e sintomas compulsivos e obsessivos associados à anorexia. Três voluntárias relataram uma melhor qualidade de vida depois de seis meses da realização da cirurgia. O tratamento se mostrou, de maneira geral, seguro. Apenas uma dos seis pacientes apresentou efeitos adversos graves: ela sofreu uma convulsão duas semanas após a operação. De acordo com os autores do estudo, o problema teve relação com um distúrbio metabólico da paciente que ocorreu em consequência de sua anorexia.

Casos graves — "Com os eletrodos, nós conseguimos agir em áreas do cérebro que são anormais em anorexia. Precisamos enfatizar que essa abordagem é apenas para os casos mais severos de pacientes com anorexia, que já tentaram todos os tratamentos e para os quais todas as terapias falharam", disse Andres Lozano, neurocirurgião e coordenador da pesquisa. "Acredito que nós vamos atingir um ponto no qual poderemos identificar o que ocorre de errado no cérebro de um paciente com anorexia e seremos capazes de desenvolver abordagens estratégicas para interferir e ajustar todas as atividades do cérebro que estejam anormais, tentando fazer com que elas voltem a um estágio saudável. E esperamos que, assim, os sinais e sintomas do problema desapareçam nesses pacientes", afirmou Lozano.

Em um comentário que acompanhou o estudo, Janet Treasure, pesquisadora da Seção de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do King’s College, em Londres, considerou que é muito importante que sejam desenvolvidos novos tratamentos para a anorexia. "Os custos pessoais e sociais dos transtornos alimentares, em geral, são muito grandes, e isso é muito evidente em pacientes com anorexia grave e duradoura. Os resultados desse estudo são promissores e darão esperança a pessoas com esse problema", escreveu.

Fonte: Veja


Noites mal dormidas mudam funcionamento de 700 genes.

Mais de 700 genes tiveram funções alteradas quando 26 voluntários foram submetidos a uma sequência de noites mal dormidas, concluem pesquisadores britânicos da Universidade de Surrey. Apenas uma semana com repouso menor que seis horas por noite foi o suficiente para alterar a produção de proteínas ligadas a processos inflamatórios e, por consequência, do sistema imunológico, além da resposta do corpo ao estresse.

Os voluntários foram comparados em duas situações. Uma em que passaram uma semana com 10 horas de noite de sono e outra com as seis horas no mesmo intervalo. Especialistas já sabem, com base em estudos anteriores, que a saúde do coração, o diabetes, a obesidade e o funcionamento do cérebro têm ligação com as horas de sono do indivíduo.

Com a privação do sono, proteínas que estão ligadas ao ciclo de repouso passam a agir de forma irregular. É o famoso relógio biológico que, neste caso, fica descompassado, pois substâncias que deveriam estar em determinado nível durante o dia ficam em outro patamar por causa das noites mal dormidas.

A literatura científica sobre o sono já provou que problemas para dormir aumentam a irritabilidade e a liberação de cortisol e ACTH (hormônios relacionados ao estresse) no organismo, resultados que acompanham as revelações da pesquisa britânica. Outras pesquisas demonstraram ainda que o estresse é capaz de alterar o sono de ratos.

Em comunicado divulgado pela universidade, o professor de genética funcional da Universidade de Surrey Colin Smith avaliou:

— Ao combinar a nossa experiência no sono e a genômica (o estudo do conjunto completo de nossos genes), estamos começando a fazer avanços que terão um impacto no nosso entendimento e tratamento de problemas de saúde decorrentes da privação de sono.

Até então, os efeitos da redução nas horas do sono no funcionamento dos genes haviam sido mais estudados com base em comparações mais radicais, como a privação total do sono. De acordo com a pesquisa, são poucas as referências a partir da noite insone apenas em parte. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos, 40 milhões de civis adultos têm média de sono inferior a seis horas por noite.

Algumas das causas para a falta de sono são a alimentação inadequada, o aumento da ansiedade, o sedentarismo e a evolução da tecnologia, que conecta as pessoas 24 horas por dias, mas deixa pouco tempo para deitar a cabeça no travesseiro e descansar.

Fonte: Jornal O Globo


Medicação por sequenciamento genético é realidade no Brasil

Nos dias atuais, a grande massa de médicos no mundo ainda atua com base em tentativas de “acerto e erro” na hora da prescrição de medicamentos aos seus pacientes, indicados pelos protocolos médico-hospitalares. Mas desde a descoberta do Genoma Humano, em 1953, cientistas buscam ferramentas para ajudar a diagnosticar corretamente (e individualmente) cada ser humano. No Brasil, isso já é realidade para pacientes das áreas da Cardiologia, Cérebro & Comportamento e Saúde da Mulher.

Entender como funcionam os genes gerou um salto histórico à Ciência. E sua evolução científica está abrindo as portas para uma infinidade de novas pesquisas e tecnologias, já transformando radicalmente a vida de milhões de pessoas nos Estados Unidos e, agora, em nosso país.

No mundo, mais de 50% das pessoas (um a cada dois pacientes) possuem uma variante genética que altera o modo com que as medicações são metabolizadas ou ativadas. Pacientes com variantes genéticas tem uma probabilidade oito vezes maior de apresentar uma reação adversa ou falta de eficácia para suas medicações prescritas. É aí que entra a Farmacogenética, responsável por estudar o comportamento de remédios no corpo.

Recentemente chegaram ao Brasil sete novos “testes farmacogenéticos”. Por meio da análise de determinados genes, essas modernas ferramentas diagnósticas estão ajudando a identificar o medicamento certo, na dose certa para cardíacos, para quem faz acompanhamentos psiquiátricos e para a análise de estrogênio – importante às mulheres vão entrar ou estão na menopausa e ajudam a avaliar riscos de câncer de mama.

E como funcionam esses testes farmacogenéticos? O código DNA de cada pessoa pode influenciar na maneira como cada organismo irá responder às determinadas medicações. Por isso há diferenças genéticas que afetam seus atributos físicos, como a altura ou a cor dos olhos, por exemplo. Algumas dessas diferenças de genes também podem afetar a habilidade em responder a medicamentos, seja em relação à sua eficácia e/ou em relação a ocorrência de efeitos colaterais.

Com os testes farmacogenéticos podem se propor alternativas de tratamento assertivas, de modo a aumentar a eficácia da resposta aos medicamentos no menor tempo possível e a eficácia dos tratamentos no objetivo de controle/cura de doenças. É a Medicina Personalizada aportando no Brasil para vai auxiliar a classe médica a prescrever terapêuticas personalizadas e mais seguras.

Leia Mais sobre Farmacogenômica

Fonte: Portal Nacional de Seguros e Saúde

* Dr. Guido Boabaid May – diretor médico da GnTech Tests, é formado em medicina pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e especialista em psiquiatria pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Também é membro da Associação Catarinense de Psiquiatria, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria e da Associação Americana de Psiquiatria –


Série 'Males da Alma' do Fantástico

Neste domingo (17/2) foi ao ar no Programa Fantástico, da Rede Globo, a série "Males da Alma", do Dr. Dráuzio Varella, que procura informar e desmistificar os principais transtornos mentais, dentre eles a depressão, o transtorno bipolar e a síndrome do pânico.

Assista ao primeiro programa da série que fala sobre depressão:

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/depressao-atinge-350-milhoes-de-pessoas-no-mundo/2411751/

Comentários: o Dr. Dráuzio alerta para a necessidade de procurar urgentemente o tratamento adequado, mostrando que depressão é uma doença e que se difere da tristeza corriqueira da vida. Na depressão a pessoa não consegue trabalhar, manter seus relacionamentos e tem muitos prejuízos para sua vida. O psiquiatra entrevistado na série coloca bem uma preocupação de nós psiquiatras com o uso indiscriminado de medicamentos, particularmente de antidepressivos, prescritos por não especialistas, que faz com que pacientes se tornem usuários crônicos desses remédios, às vezes usando-os por décadas, sem um benefício claro. Portanto, é necessário que o paciente perca o preconceito e procure o psiquiatra, especialista mais qualificado para tratamento dos transtornos psíquicos.

Leia mais sobre depressão:

Tristeza, depressão e bipolaridade: diferenças e semelhanças.

Assista ao segundo programa da série sobre Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC):

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/transtorno-obsessivo-compulsivo-tem-tratamento/2425145/

Comentários: nem todo mundo que tem manias de repetição tem TOC. O diagnóstico depende do quanto essas manias prejudicam a vida da pessoa, lhe tomam tempo, prejudicam relacionamentos, trabalho, finanças. O transtorno é muitas vezes difícil de ser diagnosticado, levando em média 9 anos para o diagnóstico correto. O tratamento é baseado em medicamentos e terapia, principalmente a terapia cognitivo-comportamental.

Leia mais sobre obsessão

Assista ao terceiro programa da série, sobre Transtorno do Pânico

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/futuro-me-da-mais-ansiedade-ainda-diz-homem-com-sindrome-do-panico/2438539/

Comentário: o Transtorno do Pânico é caracterizado mais comumente por sintomas como falta de ar, palpitação, taquicardia, tonteiras, sensação de desmaio, tremores e o medo de morrer, de ter um infarto do coração. Geralmente o paciente procura imediatamente um hospital, acreditando ser algo grave, e, se não encaminhado ao psiquiatra, vai peregrinando por especialistas, como cardiologistas, clínicos, pneumologistas, até ser convencido de que suas sensações físicas são de fundo emocional. A demora no tratamento pode trazer complicações como fobias, em que a pessoa evita locais pelo medo de ter uma nova crise, e agorafobia, em que a pessoa tem medo de sair à rua ou mesmo sair da porta de sua casa ou de seu quarto.

Leia mais sobre Pânico e sobre a diferenciação entre Angústia e Pânico

Assista ao quarto programa da série sobre TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/Males-da-alma/noticia/2013/03/drauzio-explica-o-tdah-e-mostra-como-superar-dificuldades-do-transtorno.html

Comentários: O TDAH é um transtorno que começa na infância e que pode persistir até a fase adulta ou melhorar com o amadurecimento na adolescência. Ele consiste de três domínios sintomáticos: déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Nem todos os pacientes apresentam todos os sintomas, sendo o sintoma de déficit de atenção o mais comum. Ele é um transtorno neurológico, ou seja, uma vez diagnosticado, exige tratamento médico, pois não é secundário a outros problemas emocionais. Talvez aí esteja a maior dificuldade de diagnosticar este transtorno, uma vez que sintomas de déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade podem estar presentes em outros transtornos psiquiátricos. Na fase adulta o diagnóstico de TDAH pode ser mais difícil ainda de ser feito, uma vez que ao longo da vida a pessoa desenvolve mecanismos compensatórios. Os sintomas mais comuns do adulto são pensamentos divagantes que interferem com a capacidade de concentração, baixa de energia e cansaço precoce em atividades que requerem concentração e dificuldade na tomada de decisão e no planejamento de suas atividades. O TDAH predipõe o paciente a outros transtornos mentais, como abuso e dependência de drogas e transtornos de humor.

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Assista ao quinto programa da série sobre Transtornos Alimentares:

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/Males-da-alma/noticia/2013/03/busca-permanente-por-corpo-ideal-pode-indicar-disturbio-como-anorexia.html

Comentários: a característica comum aos transtornos alimentares, como bulimia, anorexia e vigorexia, está na distorção da percepção do próprio corpo, ou seja, da auto-imagem e no desenvolvimento de rituais compulsivos e pensamentos obsessivos que giram em torno de um único objetivo: alcançar o corpo ideal, porém este ideal nunca é suficiente. Pacientes não aceitam o peso ou o corpo, apesar das evidências do contrário. Na anorexia, apesar do paciente estar muito emagrecido e abaixo do peso considerado saudável, ele se acha obeso e gostaria de emagrecer mais, parando de se alimentar ou utilizando métodos compensatórios se ele não atingir seus objetivos, como abusar de laxantes, anorexígenos, provocar o vômito ou fazer exercícios em demasia. Os transtornos alimentares trazem sérias complicações sociais, psicológicas e médicas e necessitam de um tratamento multidisciplinar, com psiquiatra, psicólogo, nutricionista, endocrinologista e clínico geral.

Assista ao sexto e último programa da séria que trata do Transtorno Bipolar

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/Males-da-alma/noticia/2013/03/alternancia-entre-depressao-e-mania-e-principal-caracteristica-de-bipolares.html

Comentários: o Transtorno Bipolar é um transtorno de difícil diagnóstico, a média de atraso no tempo para o diagnóstico e para o tratamento adequado é de 10 anos, cerca de 60% dos pacientes em tratamento para depressão maior é bipolar e não sabe, o risco de suicídio é de 10 a 15 vezes maior do que na população geral, a falta de tratamento adequado provoca a cronificação do transtorno, geralmente com depressão crônica, disforia (irritabilidade/agressividade), problemas de memória e concentração, ocasionando problemas no trabalho e nos relacionamentos, e à longo prazo deixa a pessoa em risco de desenvolver após a quinta década de vida uma doença neurodegenerativa. Por outro lado, se tratado adequadamente, a pessoa portadora de Transtorno Bipolar pode ter uma vida normal. O tratamento é simples, envolve medicamentos estabilizadores de humor e psicoterapia.

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Estimulação Magnética Transcraniana.

Estimulação Magnética Transcraniana (EMTr) é um método de tratamento não invasivo que estimula os neurônios através da despolarização ou repolarização das membranas por uma corrente elétrica fraca obtida através de um campo eletromagnético que varia rapidamente. Ela é capaz de gerar uma atividade em partes específicas do cérebro com um mínimo de desconforto, servindo de tratamento para doenças como depressão, alucinações (no caso da esquizofrenia), enxaqueca, doença de Parkinson, distonias, zumbidos, dentre outras, sem a necessidade de cirurgia ou implantes de eletrodos, como ocorre com a estimulação cerebral profunda (DBS – Deep Brain Stimulation).

A EMTr também se diferencia da eletroconvulsoterapia (ECT), popularmente conhecida como eletrochoque e que é cercada de tabus. A EMTr é um procedimento não invasivo, indolor, feito com o paciente acordado, sem a necessidade de anestesia. A corrente elétrica tem intensidade muito inferior à utilizada no ECT, a estimulação é mais superficial (a nível cortical, enquanto o ECT atinge a subcórtex do cérebro) e focal (no ECT ela é generalizada). Isso dá a possibilidade de aplicar a estimulação por mais tempo numa mesma área e a fazer sessões mais frequentes (até diariamente, dependendo de cada caso, já no ECT a frequência máxima é de 3 vezes por semana).

A tabela abaixo mostra as diferenças entre os dois métodos de tratamento.

EMTrECT
Efeitos colaterais gravesnenhumnenhum
Efeitos colaterais leves e transitóriosContrações faciais
Vermelhidão na pele sob o local da aplicação
Ansiedade durante e após o exame
Dor leve ou desconforto
Sensação de calor
Sensibilidade ao toque
Dor de cabeça
Deficiência da memória de curto prazo
Sonolência após o tratamento
Confusão mental induzida pela convulsão ou pela anestesia

USP testa estímulo elétrico no tratamento da depressão.

Em estudo com 120 pacientes no Hospital Universitário, método foi tão eficaz e seguro quanto remédios.

Pesquisadores da USP testam uma alternativa indolor, de baixo custo e com poucos efeitos colaterais para o tratamento da depressão.

Trata-se da estimulação com corrente elétrica contínua. E, ao que indica um estudo publicado pelo grupo no "Jama Psychiatry", revista da Associação Médica Americana, a técnica é eficaz.

Na pesquisa, 120 pessoas com depressão foram divididas em grupos para avaliar a eficácia da técnica, do antidepressivo sertralina (um inibidor da recaptação da serotonina) e da combinação dos dois tratamentos.

Drogas e estimulação tiveram resultados similares e, juntas, um resultado ainda melhor. Entre os que usaram as terapias combinadas, 63% tiveram alguma melhora.

Desses, 46% tiveram remissão, ou seja, a ausência completa de sintomas.

COMBINAÇÃO

Segundo André Brunoni, psiquiatra do Hospital Universitário da USP e principal autor da pesquisa, esse é o primeiro estudo a comparar o tratamento com antidepressivos e a combiná-los.

A explicação para o sucesso dessa soma ainda precisa ser confirmada por exames de imagem, mas os pesquisadores imaginam que a estimulação e o remédio atuem em diferentes regiões do cérebro ligadas à depressão.

A técnica, ainda experimental, tem poucos efeitos colaterais (no estudo, foram observados vermelhidão na área da cabeça onde os eletrodos foram posicionados e sete episódios de mania) e custo relativamente baixo.

O aparelho é simples de ser fabricado, pode ser portátil e custa de R$ 500 a R$ 1.000, segundo Brunoni.

Um aparelho de estimulação magnética transcraniana (técnica de neuromodulação não invasiva mais estudada e que recebeu o aval para depressão no Brasil em 2012) chega a custar de US$ 30 mil a US$ 50 mil (R$ 59 mil a R$ 119 mil).

CONVINCENTE

A estimulação por corrente contínua não é novidade -pesquisas em humanos para depressão e esquizofrenia são feitas desde a década de 1960. Os estudos foram retomados a partir de 1990, mas a quantidade é pequena.

"Até esse estudo da USP, os resultados desse tipo de estimulação não eram muito convincentes. Talvez isso se modifique agora", afirma Marcelo Berlim, professor assistente do departamento de psiquiatria da Universidade McGill, em Montréal, Canadá, e diretor da clínica de neuromodulação da instituição.

"É um avanço importante, mas não significa que vamos usar amanhã na prática clínica. Precisamos de mais estudos", diz Brunoni.

Berlim afirma que um dos entraves para que sejam feitas pesquisas maiores para a aprovação da técnica é a falta de investimento de grandes fabricantes do aparelho.

"Como ele é simples e barato, não há interesse por parte da indústria em desenvolver pesquisas de milhões de dólares", afirma o psiquiatra.

Procedimento é diferente do eletrochoque.

Bobinas e eletrodos na cabeça não são exclusividade da estimulação elétrica por corrente contínua. Duas técnicas similares, que têm em comum a ausência de medicação, são usadas e aprovadas para depressão no país.

A eletroconvulsoterapia, conhecida como eletrochoque, é a mais invasiva. O paciente recebe anestesia geral, e os eletrodos induzem uma corrente elétrica no cérebro que provoca a convulsão, alterando os níveis de neurotransmissores e neuromoduladores, como a serotonina.

Ela é indicada para depressão profunda e em situações em que o paciente não responde aos medicamentos.

Seus efeitos cognitivos, porém, são indesejáveis e incluem perda de memória. Os defensores da técnica dizem que o problema é temporário.

Já a estimulação magnética é indolor e não requer anestesia, assim como a que usa corrente contínua.

Uma bobina, que é apoiada na cabeça do paciente, gera um campo magnético que afeta os neurônios, ativando-os ou inibindo-os. As ondas penetram cerca de 2 cm.

Em maio de 2012, o CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou a técnica para tratamento de depressões uni e bipolar (que pode causar oscilações de humor) e de alucinações auditivas em esquizofrenia e para planejamento de neurocirurgia.

O IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP), centro pioneiro em pesquisas com estimulação magnética no país, estuda a aplicação para depressão desde 1999.

"A estimulação por corrente contínua está hoje onde a estimulação magnética estava há 15 anos", afirma o psiquiatra André Brunoni.

Fonte: Folha de SP


Estudo aponta associação entre TPM e depressão pós-parto.

Tristeza, choro fácil, insônia, irritabilidade. Algumas mulheres podem reconhecer nesses comportamentos alguns dos sintomas que apresentam durante o período pré-menstrual. Mas recente dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher pela psicóloga Elza Alves de Morais mostra que esta associação vai além da TPM: mulheres que apresentam estes sintomas nesse período têm maior chance de desenvolver depressão pós-parto.

O estudo foi realizado em um período de dez meses, com 94 mulheres nas primeiras semanas de pós-parto acompanhadas na maternidade do Hospital das Clínicas da UFMG. Os resultados revelam que as mulheres que durante a TPM apresentavam ao menos três dos sintomas classificados como emocionais – a exemplo dos descritos acima – têm quatro vezes mais chances de desenvolver depressão pós-parto em relação às mulheres que não apresentam esse tipo de comportamento. Os dados foram obtidos por meio da comparação entre dois questionários: um levantamento dos sintomas e sinais do período pré-menstrual que antecederam a gravidez e a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS, na sigla em inglês), que contém dez questões referentes aos sintomas depressivos observados no período pós-parto.

A associação entre os dois momentos existe devido a várias semelhanças entre os sintomas da tensão pré-menstrual e da depressão pós-parto. “São períodos em que a ação hormonal é semelhante, com redução nos níveis de progesterona e dos hormônios da tireóide, por exemplo”, explica o professor Antônio Carlos Vieira Cabral, obstetra e orientador do estudo. Mais recentemente, verificou-se também similaridade na ação da serotonina nestes dois momentos. Apesar de desempenhar diversas funções no organismo, este neurotransmissor é mais conhecido exatamente por sua associação com o humor. “Existe uma queda de serotonina tanto na TPM quanto no pós-parto, e algumas mulheres são mais afetadas por esse declínio do que outras”, afirma o professor.

Para Antônio Cabral, o número de mulheres atingidas pelo problema torna o estudo extremamente relevante. “A depressão pós-parto atinge cerca de 30% a 40% das novas mães, enquanto de 20% a 25% das mulheres são acometidas por algum tipo de tristeza durante a TPM”, afirma. “E é um problema que pode ser reduzido com um controle bem simples”.

Atenção especial

De acordo com o professor, o resultado do estudo mostra a necessidade de começar já no pré-natal um acompanhamento diferenciado para as mulheres que apresentarem esse tipo de sintomas. “As gestantes com risco identificado para depressão pós-parto podem receber acompanhamento psicológico no período, além dos cuidados normais”, afirma. O mesmo deve ocorrer no pós-parto imediato, com uma checagem que possa identificar precocemente sintomas da depressão pós-parto. “Este acompanhamento permite que a resposta ao problema seja mais rápida, antes que o problema se agrave”, comenta o professor.

Este protocolo de atendimento, com a entrevista prévia do histórico de sintomas pré-menstruais já está em utilização no Ambulatório Jenny Faria do Hospital das Clínicas da UFMG, onde é realizado o atendimento pré-natal. “O questionário é aplicado na primeira vez que a mulher é atendida, permitindo que ela receba o acompanhamento multidisciplinar desde o início”, explica Antônio Cabral.

Depressão pós-parto

A depressão pós-parto é uma depressão moderada ou grave, desencadeada poucas semanas após o parto. Além dos sintomas comuns à depressão – como tristeza exacerbada, reclusão, falta de energia – a mãe pode apresentar sentimentos negativos em relação ao bebê e incapacidade de cuidar direito da criança. E a falta de compreensão pode contribuir para a piora da situação. “As pessoas muitas vezes não entendem como a mãe pode deixar o bebê de lado, o que aumenta o sentimento de culpa”, afirma o professor Antônio Cabral.

Leia mais sobre Depressão Pós-parto

Fonte: Portal UFMG


Passo a passo para conseguir medicamento de alto custo pelo Estado.

Apesar de ser um direito autorizado por lei, conseguir medicamentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nem sempre é fácil. Quem não tem condições de arcar com remédios e tratamentos pode recorrer à rede pública, mas sabe que poderá enfrentar burocracia, filas e demora.

Até porque o governo tem autonomia para negar pedidos que achar inválidos, já que também depende de repasses federais e estaduais. Diante disso, a população pode recorrer de diferentes maneiras até provar que realmente precisa do remédio. A quem e como recorrer? O R7 responde.

Para esclarecer essas questões, consultamos os advogados especialistas em Direito da Saúde, Tiago Matos Farina, diretor jurídico do Instituto Oncoguia e Vinícius de Abreu, representante jurídico da Ong Saúde Legal, que apontam dez passos necessários para conseguir os medicamentos.

Primeiro passo

Apresente o Cartão Nacional de Saúde

Para conseguir um, basta você se dirigir a qualquer posto básico de saúde e apresentar o documento de identidade e comprovante de residência. A carteirinha será feita na hora. Leve também uma cópia simples do documento.

Segundo passo

Apresente uma cópia do documento de identidade

Para todos os efeitos, leve também o exemplar original junto a uma cópia simples.

Terceiro passo

Apresente o laudo médico preenchido

O laudo médico para solicitação, avaliação e autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica geralmente é fornecido e preenchido pelo próprio médico. Caso ele não forneça, peça o formulário em uma unidade de saúde e volte ao consultório para ele preencher.

O laudo detalha aspectos da doença do paciente e do tratamento, de modo a deixar clara a necessidade do uso do medicamento. Nesse relatório, o médico deve mencionar o código da doença na Classificação Internacional de Doenças e indicar seu número de cadastro no Conselho Regional de Medicina, assinar e carimbar o seu nome completo. Leve uma cópia simples junto a original.

Quarto passo

Apresente a receita médica

O laudo médico não exclui a necessidade da apresentação da receita médica, que deve ser anexada junto com os demais documentos. Nela, o médico deve mencionar o nome do remédio com seu princípio ativo e o nome genérico, a quantidade necessária a ser usada por dia, semana ou mês e a indicação de comprimidos, frascos ou refis. A receita é válida somente por 30 dias. Leve uma cópia simples também.

Quinto passo

Apresente uma cópia do comprovante de residência

É mais seguro levar a unidade de saúde o exemplar original junto a uma cópia simples.

Sexto passo

Vá a uma das unidades responsáveis pelos remédios de alto-custo

Informe-se na unidade de saúde onde você passou por consulta ou onde pegou o laudo médico sobre esse espaço. Somente neles você poderá fazer o pedido administrativo do remédio. Essas unidades funcionam geralmente de segunda a sexta-feira das 7h às 17h30 e aos sábados das 7h às 10h. Lá, apresente a lista de documentos listados abaixo.

Sétimo passo

Peça cópia do protocolo do pedido

Ao fazer o pedido, peça uma cópia do protocolo. Isso fará toda a diferença se você não receber o medicamento. Para poder ingressar com uma ação judicial, você vai precisar do documento que comprova que houve solicitação. Feito isso, o funcionário que pegou os documentos vai iniciar um procedimento administrativo para obtenção do medicamento. Por meio de um telegrama, você saberá quando e onde – geralmente uma unidade de saúde mais próxima de sua casa – o remédio vai estar disponível. No entanto, não há prazos regulares, podendo ser entregue na hora, em dias ou em até três meses (em casos extremos).

Oitavo passo

Fazer um requerimento administrativo

Nem sempre os pedidos são aceitos, mesmo casos considerados urgentes. Quando isso acontece, o paciente pode entrar com um requerimento administrativo na Secretaria de Saúde de seu estado ou com uma ação na Justiça. O procedimento é simples: o paciente escreve uma carta informando ter determinada doença para qual o médico lhe receitou o medicamento. O pedido médico deve estar anexado ao documento.

É possível partir para uma ação judicial tão logo ocorra à negativa, mas, segundo os advogados, vale fazer o requerimento primeiro porque, além de não haver necessidade de um advogado para isso – qualquer pessoa pode fazer – o juiz pode não dar ganho de causa justamente por achar que o paciente “queimou etapas”, explica Farina.

- Muitas vezes o juiz não dá ganho de causa ao paciente alegando que não entrou anteriormente com o pedido administrativo. Se o paciente não receber o medicamento em até 15 dias, pode entrar com medida judicial.

Nono passo

Procure um Juizado Especial da Fazenda Pública

Qualquer pessoa pode ingressar com ações nos Juizados de forma gratuita e sem a necessidade de contratar advogado. Mas isso só é possível desde que o custo do medicamento seja de no máximo 60 salários mínimos, num período de 12 meses. Em alguns estados brasileiros, os Juizados Especiais ainda não estão em pleno funcionamento. Por isso, vale checar se já há um juizado no seu Estado de origem.

Os Juizados Especiais da Fazenda Pública foram criados para julgar causas contra Estados, Distrito Federal e Municípios, ou seja, é por essa via que uma pessoa comum pode processar o governo. Portanto, cabe a esses juizados apreciarem ações de fornecimento de medicamentos, disponibilidade de vagas em leitos de hospitais e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), além de realização de exames e cirurgias.

Décimo passo

Procure a Defensoria Pública

Os defensores públicos são advogados que prestam serviços gratuitos de orientação jurídica e de defesa para quem não pode pagar um advogado. Via de regra, o defensor público atende pessoas que têm renda familiar de até três salários mínimos. É indicado para casos de urgência. Ao entrar em contato com um, mostre os mesmos documentos que foram entregues na unidade de saúde junto à cópia do protocolo. Ela é a prova de que houve a solicitação para contestar a negativa.

Fonte R7


Substância semelhante à vitamina B reduz risco de esquizofrenia.

A colina, um nutriente essencial semelhante à vitamina B reduz o risco de desenvolvimento de esquizofrenia em crianças quando administrado como suplemento dietético nos últimos dois trimestres de gravidez e na primeira infância. A substância é encontrada em alimentos como fígado, carnes, peixes, nozes e ovos. O estudo inova tanto em suas conclusões potencialmente terapêuticas quanto na sua estratégia para atingir os marcadores de esquizofrenia muito antes de a doença aparecer. A colina também é estudada em relação aos potenciais benefícios de doença do fígado, incluindo hepatite e cirrose hepática, depressão, perda de memória, doença de Alzheimer e demência, além certos tipos de convulsões.

Robert Freedman, professor e presidente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Colorado e um dos autores do estudo aponta que os genes associados com esquizofrenia são comuns, por isso a prevenção tem que ser aplicada a toda a população. Falta agora um acompanhamento de longo prazo para saber se o método é eficaz para diminuir o risco para o desenvolvimento posterior da doença também.

Metade das mulheres grávidas saudáveis neste estudo tomou 3.600 miligramas de fosfatidilcolina cada manhã e 2.700 miligramas cada noite, a outra metade tomou placebo. Após o parto, as crianças receberam 100 miligramas de fosfatidilcolina por dia ou placebo. Oitenta e seis por cento das crianças expostas à suplementação de colina pré e pós-natal, em comparação a 43% das crianças não expostas, teve melhores respostas a um teste clínico feito no bebê durante o sono.

Fonte: O Globo


ABP lança campanha social para diagnóstico de Transtorno Bipolar.

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) está realizando campanha sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado do transtorno bipolar, uma doença que afeta de 3% a 8% da população, segundo diferentes estudos.

A campanha faz parte de um programa de educação continuada da ABP contra o estigma e preconceito em relação a pacientes com transtornos mentais. A campanha inclui a distribuição de material educativo sobre a doença para pacientes e familiares e programa de educação médica continuada. Transtorno bipolar é uma doença que há alternância de fases de hiperexcitabilidade e agitação com fases de profunda tristeza e depressão.

É crônica e, como o diabetes e hipertensão arterial, pode também ser tratada e controlada. Manifesta-se inicialmente na adolescência (60% dos casos antes dos 20 anos de idade), mas pode ocorrer em qualquer idade. É um dos três distúrbios mentais mais comuns (as outras são esquizofrenia e depressão) e é a sexta principal causa de falta ao trabalho.Dos cerca de 25% que tentam o suicídio, cerca de 4% se suicidam de fato. Entre os pacientes tratados, o índice de tentativas cai para cerca de 10%. "Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que tenham uma vida normal e produtiva.

Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também combater o estigma e preconceito contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a mente e reintegrá-los à sociedade", afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Principais sintomas fase maníaca
  • Sentimento de êxtase, júbilo;
  • Irritação e agitação;
  • Pensamento e fala rápida;
  • Distrair-se facilmente;
  • Desejo de envolver-se em vários projetos ao mesmo tempo;
  • Insônia ou pouca necessidade de sono;
  • Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem proteção;
  • Julgamento prejudicado;
  • Agressividade e hostilidade.
Principais sintomas fase depressiva
  • Períodos (vários dias ou mesmo semanas) de profunda tristeza;
  • Desânimo;
  • Sensação de vazio;
  • Perda de interesse em atividades, ou assuntos, que normalmente provocariam prazer;
  • Sensação prolongada de cansaço;
  • Mudanças nos hábitos alimentares e de padrão de sono;
  • Pensamentos suicidas e de morte.

Fonte: Correio Popular


Cientistas brasileiros desvendam elo clínico entre Alzheimer e depressão

Cientistas brasileiros descobriram o mecanismo responsável pela associação entre doença de Alzheimer e depressão. Na prática clínica, observa-se que uma das manifestações psiquiátricas mais comuns do paciente com Alzheimer são transtornos depressivos, que também atuam como fatores de risco importantes para a doença degenerativa. O que não se conhecia até agora era o mecanismo molecular exato por trás dessa relação.

O estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concluiu que neurotoxinas chamadas oligômeros de abeta, presentes em maior quantidade no cérebro dos pacientes com Alzheimer, são capazes de levar a sintomas de depressão em camundongos. O tratamento desses roedores com antidepressivo reverteu o quadro depressivo e melhorou a memória.

A descoberta, que abre a possibilidade de investigar mais a fundo a eficácia da indicação de antidepressivos em fases iniciais do Alzheimer, foi publicada na revista Molecular Psychiatry, do mesmo grupo que publica a Nature.

Os oligômeros, estruturas que se agregam formando bolinhas, atacam as conexões entre os neurônios, impedindo o processamento de informações. Como são solúveis no líquido que banha o cérebro, eles se difundem, atacando o órgão em várias regiões. Pesquisas anteriores demonstraram que os oligômeros são os principais responsáveis pela perda de memória nas fases iniciais da doença.

Para testar a hipótese de que eles também provocam depressão, os cientistas aplicaram a toxina nos cérebros de camundongos. Após 24 horas, os animais foram submetidos a testes que identificaram comportamentos depressivos. Mediante o tratamento com fluoxetina, o quadro foi revertido.

"Uma boa surpresa do estudo foi que a fluoxetina também teve efeitos positivos na memória", diz um dos líderes do estudo, o pesquisador Sergio Ferreira, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ.

Segundo o neurologista Ivan Okamoto, membro da Academia Brasileira de Neurologia, quem não tem histórico de depressão e desenvolve um quadro depressivo com idade mais avançada tem de três a quatro vezes mais risco de desenvolver Alzheimer.

Agora, de acordo com Ferreira, o desafio é entender por que os oligômeros levam também à depressão. "Observamos que eles induzem uma reação inflamatória no cérebro dos animais. É possível que essa reação esteja levando à depressão, mas os dados ainda não permitem garantir isso."

Para o neurologista Arthur Oscar Schelp, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é difícil reproduzir o Alzheimer em modelos animais, por isso a transposição do que se descobre nos roedores para os seres humanos ainda é difícil. Ele observa que a depressão predispõe ao surgimento de muitas doenças.

Fonte: O Estado de São Paulo