Mesa 1 - Entrelaços 2017: Recuperação e empoderamento da família e dos pacientes para uma nova abordagem na saúde mental.

Assista aos vídeos do encontro deste ano do Programa Entrelaços na íntegra, onde são abordados o papel da família, do paciente e do sistema de saúde dentro de um novo paradigma, o da recuperação pessoal. Descubra a força dos grupos de apoio entre pares e como eles ajudam as famílias e os pacientes na busca por maior capacitação, empoderamento e resiliência, culminando na recuperação de todos para uma vida mais ativa, digna e com qualidade dentro de sua comunidade.

O programa Entrelaços é um programa de psicoeducação do Setor de Terapia de Família do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) que vem formando grupos de apoio entre pares na comunidade para as pessoas que convivem com transtornos mentais severos desde 2011, contando hoje com 5 grupos comunitários na cidade do Rio de Janeiro.

Neste evento três mesas redondas debateram o tema da recuperação pessoal e do empoderamento do ponto de vista dos familiares, dos pacientes e do sistema de saúde.

Houve também apresentação musical com os músicos dos grupos Harmonia Enlouquece e Bandazê e com integrantes do grupo Mentes em Ação, grupo de apoio do Centro do Rio.


Mesa 1 - Suporte entre pares: experiências dos grupos comunitários de família.

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Os coordenadores de grupo e familiares falaram de suas experiências na coordenação ao longo do ano e do desenvolvimento de uma expertise de como lidar com os problemas do dia-a-dia, buscando soluções conciliatórias, capazes de reduzir a sobrecarga e aproximar as relações familiares. Foi dada ênfase na importância da construção de uma rede de apoio social e comunitária, que incluísse também atividades culturais e de lazer.

Participaram da mesa, coordenada pela psicóloga do Entrelaços, Olga Leão, Nora Lanari (grupo Abra Sua Mente - Tijuca), Luisa Lins (grupo Mentes em Ação - Centro), Clarice Nunes (grupo É Possível! - Catete), Kathiuska Alvarez (grupo Construindo Horizontes - Botafogo) e Ana Maria Marinho e Silva (grupo Trilhando Caminhos, grupo volante de atividades de lazer e cultura).

Assista à Mesa 2!

Assista à Mesa 3!


Conheça os grupos de apoio a pares na cidade do Rio de Janeiro

• GRUPO "ABRA A SUA MENTE": Igreja Batista Itacuruça - Praça Barão de Corumbá, 49, Tijuca.

→ Descrição: o grupo é composto de familiares e pacientes e se reúne uma vez por mês em datas específicas, aos sábados pela manhã. Para maiores informações contactar um dos coordenadores do grupo - Amaury (tel: 97235-2882 / e-mail: amaurycavalcanti@outlook.com) e Wilson (tel: 98907-3347 / e-mail: wrfraga@ig.com.br)


• GRUPO "É POSSIVEL!": Auditório da Unidade de Saúde Manoel Ferreira, Rua Silveira Martins, 161, Catete.

→ Descrição: o grupo é composto de familiares e se reúne uma vez por mês em datas específicas, aos sábados pela manhã. Para maiores informações contactar um dos coordenadores do grupo - Clarice Nunes (tels: 2245-5568; 99923-3429) e Pedro Nin Ferreira (tel.: 2210-1256) ou pelo e-mail: familiaresepossivel@gmail.com
Website: http://www.grupoepossivel.com.br


• GRUPO "MENTES EM AÇÃO": Rua Sete de Setembro 151/153, acesso por dentro da loja Casa da Criança, Centro do Rio.

→ Descrição: o grupo é composto de familiares e pacientes e se reúne a cada quinze dias em datas específicas, aos sábados pela manhã. Para maiores informações contactar um dos coordenadores do grupo - Luiza Lins (tel.: 99236-1268 / e-mail: luizalins@bol.com.br) e Gustavo Meano (e-mail: gustavomeano@gmail.com).
Facebook: https://www.facebook.com/mentesemacao
Website: http://www.mentesemacao.org


• GRUPO "CONSTRUINDO HORIZONTES": Auditório do Centro Municipal de Saúde Dom Helder Câmara, Rua Voluntários da Pátria 136, Botafogo (próximo ao metrô).

→ Descrição: o grupo é composto de familiares e pacientes e se reúne a cada quinze dias em datas específicas, aos sábados pela manhã. Para maiores informações contactar um dos coordenadores do grupo - Kathiuska Alvarez (tel.: 99922-4434 / e-mail: kalvarez@uol.com.br) e Graça Muniz (tel.: 99737-4897).


• GRUPO "TRILHANDO CAMINHOS":

→ Descrição: o grupo tem a proposta de proporcionar lazer aos pacientes portadores de transtorno mentais, acompanhados de seus familiares ou cuidadores, realizando passeios, encontros psicoeducativos, partilhas, dinâmicas de grupo, relaxamento e brincadeiras - Ana Maria Marinho e Silva (tel: 98794-5544 / e-mail: marinhoesilva@yahoo.com.br).


Qual o custo de noites mal dormidas?

Pagamos um preço – caríssimo – por dormir mal. A medicina sabe que o sono ruim está relacionado a maiores taxas de mortalidade, piora no sistema imunológico, doenças cardiovasculares, diabetes, sobrepeso, problemas de cognição, depressão e ansiedade.

Cientistas da Unifesp publicaram, em 2010, um artigo na revista Innate Immunity no qual relataram que pessoas privadas de sono tinham aumento de células de defesa no organismo, como se reagissem a um ataque. Intrigados, foram para a segunda fase da pesquisa e enxertaram tecidos em ratos. Surpreendentemente, viram que o corpo dos bichinhos que dormiam mal demorava mais tempo para rejeitar o "invasor" – sinal de que o sistema imunológico estava falhando.

Mas isso é só um dos problemas de descansar pouco. O sono também regula diretamente a produção de hormônios. Pense neles como músicos e nas funções do corpo como uma orquestra. Tirar um músico ou influenciá-lo a tocar de forma desafinada vai prejudicar todo o sistema. É isso que ocorre ao dormir mal: você atordoa os músicos e desafina a sinfonia.

Vários estudos mostram que quem dorme mal tem mais problemas cognitivos e emocionais. Tome como exemplo uma pesquisa feita em 2006 por médicos da Universidade de Taiwan, na China, com 2,5 mil crianças entre seis e 15 anos. Foi observado que os pequenos com distúrbios de sono eram mais agressivos e tinham mais problemas de atenção.

– Há uma relação entre o mau sono e o aumento do risco e da gravidade de transtornos psiquiátricos. Pesquisas recentes indicam que adolescentes que dormem pouco têm mais índice de suicídio, bipolaridade e depressão – diz a neurologista Luciana Palombini.

Crianças que dormem mal também crescem menos, por conta da falta de hormônio do crescimento (GH), cujo ápice da produção ocorre à noite. Nos adultos, o desbalanço também traz problema: dificulta a regeneração dos músculos, deixa a pele ruim e quebra os fios de cabelo.

A medicina também sabe que o sono de má qualidade aumenta a resistência periférica à insulina. A função desse hormônio é tirar o açúcar (glicose) que corre pelo sangue e jogá-lo para dentro das células, onde ele será usado como combustível. No entanto, esse processo é prejudicado, o que impede que o açúcar entre nas células. Como resultado, ele zanza pela corrente sanguínea – em excesso, isso contribui para desenvolver diabetes tipo 2.

E até no sexo uma noite de pouco descanso interfere. Quem tem grandes privações de sono desequilibra a produção da testosterona, hormônio masculino também presente na mulher em menores níveis. Como resultado, eles têm mais chances de desenvolver disfunção erétil e elas, de terem uma redução no desejo e menor satisfação sexual durante a relação.

Soninho da beleza realmente existe

E se você se preocupa com a estética, saiba que a barriga de quem descansa pouco também sofre pênalti. Quem nunca dormiu mal e, no dia seguinte, desejava ardentemente um fast-food? Isso ocorre devido à alteração nos níveis de dois hormônios: a grelina, responsável pela fome, e a leptina, que nos deixa saciados. A alteração em ambos nos deixa com mais vontade de comer durante o dia, em especial alimentos gordurosos.

Isso foi observado em uma pesquisa feita com mais de mil crianças por médicos da Universidade de Harvard e de hospitais de Boston, publicada na revista Pediatrics. Quanto menos as crianças dormiam, maior era o risco de desenvolver obesidade a partir dos sete anos.

– A pessoa quer comer mais comidas calóricas em vez de um frango com salada – diz Monica Andersen, da Unifesp.

Há pesquisas sugerindo que aqueles que dormem menos de seis horas têm o metabolismo mais lento, o que ajuda a engordar. Ou seja, quem quer emagrecer não pode só se preocupar com exercícios.

– A necessidade de sono é muito individual, mas a exigência de sociabilidade para o dia a dia não está alinhada com nosso ritmo biológico. As pessoas se privam de descanso sistematicamente durante a semana. No fim de semana, há um rebote, e elas dormem até bem mais tarde. Uma dica para ver se você está em privação: se você acordar cedo naturalmente, o sono está adequado – diz Daniel Suzuki Borges, psiquiatra do Hospital de Clínicas da USP.

Falta de faxina no cérebro

Há algum tempo, sabe-se que nosso organismo conta com um sistema chamado linfático, uma rede de vasos que transporta um líquido (a linfa), responsável por levar impurezas dos tecidos ao sangue. Mas cientistas descobriram, de forma mais aprofundada na última década, outro sistema, de atuação muito parecida: o glinfático. E ele está estreitamente associado ao sono.

Assim como os garis limpam a avenida após o Carnaval, o sistema glinfático atua, à noite, para fazer uma faxina na bagunça que seu cérebro provocou ao trabalhar durante o dia. Nossas células, ao trabalharem, produzem uma série de impurezas que precisam ser retiradas dali. É justamente durante o sono que isso ocorre.

– Com uma espécie de correnteza, esse sistema faz uma drenagem dos restos das células e os joga na corrente sanguínea para serem eliminados. Quem dorme mal não faz essa faxina e tem mais risco de ter demências, como Alzheimer – diz a neurologista Luciana Palombini.

Qualidade do sono

Após revisar 277 estudos científicos, a Fundação do Sono dos Estados Unidos elaborou, em janeiro deste ano, as diretrizes que definem um verdadeiro sono de qualidade. Confira se é o seu caso:

> Adormecer em até 30 minutos após deitar-se.
> Acordar, no máximo, uma vez de madrugada (duas, se você é idoso).
> Dormir durante 85% do tempo em que você está na cama.
> Passar no máximo 20 minutos acordado ao longo da noite quando você desperta do sono
(30 minutos, se você é idoso).

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Fonte: Gauchazh


Por que explorar de forma sensacionalista e inverídica a doença mental na TV aberta em horário nobre?

Uma moça de 34 anos estava com sua família em frente à sua TV da sala quando, inadvertidamente, sem que lhe pedissem licença, de maneira violenta e cruel, invadiram sua casa com cenas de violência e carregadas de preconceito sobre um tema tão delicado e tão custoso às pessoas que, como ela, padecem de algum transtorno mental. A cena lhe custou uma noite sem dormir, colocando ela e sua família em desespero, vendo-se novamente cercada por fantasmas que lhe assombraram no passado e que acreditava estar superando com a ajuda do tratamento e do apoio de sua família.

A cena foi uma infeliz e desrespeitosa abordagem da novela 'O Outro Lado do Paraíso', das 21h, da TV Globo, de autoria de Walcyr Carrasco, que foi ao ar no último dia 21. Nela a personagem da atriz Marieta Severo solicitava a um psiquiatra remédios que pudessem provocar alucinações em sua nora, interpretada pela atriz Bianca Bin, e forjava com ele um laudo falso sobre uma doença mental chamada esquizofrenia. Posteriormente a vítima seria internada em um hospício e submetida a tratamentos aviltantes em um ambiente que não retrata a realidade dos ambientes hoje para o tratamento dos transtornos mentais.

Ao chegar num hospício, um profissional afirma que a esquizofrenia não tem cura e que a pessoa poderia ficar internada pelo resto da vida. A nora é imediatamente contida por enfermeiros, sem sequer ser ouvida, e submetida ao eletrochoque sem nenhum tipo de critério ou cuidado com sua saúde, práticas que não condizem com a realidade das instituições para tratamento em saúde mental nos dias de hoje.

As cenas são fortes e mexem com o imaginário popular, que já é tão preconceituoso com a doença mental e seus tratamentos. Ao mencionar uma doença séria como a esquizofrenia, cujos esforços das últimas décadas têm conseguido mudar o seu prognóstico e a sua recuperação, lança na escuridão da ignorância e do estigma a sociedade que, ao invés de contar com uma informação esclarecedora sobre o que é a esquizofrenia e seus tratamentos, recebe esse desserviço da TV Globo.

A esquizofrenia não é uma doença incurável e, nem tampouco, pacientes ficam internados por toda a vida. É uma doença com diferentes níveis de recuperação, em que 25% pode ter uma única crise e se recuperar plenamente a ponto de não mais precisar de tratamento e até 70% dos pacientes se recupera de maneira a levar uma vida digna e com qualidade junto à sua comunidade e sua família, apesar de ainda precisar de algum nível de suporte ou tratamento. Internações são cada vez menos necessárias e somente se justificam quando as opções de tratamento ambulatorial forem esgotadas ou se o paciente estiver correndo risco de vida.

O eletrochoque, ou eletroconvulsoterapia - nome técnico, é um tratamento aprovado e regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, utilizado com critérios médicos rígidos, depois de um exame cuidadoso do paciente e com a autorização expressa da família, em ambiente hospitalar, sob anestesia e com monitoramento adequado dos sinais vitais do paciente. Não da forma como foi veiculado na novela.

A TV Globo desperdiçou uma oportunidade de ajudar as pessoas que sofrem de transtornos mentais a combater o estigma, como já fizera outrora em uma de suas novelas ('Caminho das Índias'). Pelo contrário, as cenas da novela 'O Outro Lado do Paraíso' foram um tapa na cara das pessoas que convivem com transtornos mentais e dos profissionais de saúde que atuam na área, além de contribuírem para aumentar o estigma junto às pessoas que não possuem informação à respeito e acreditarão que esta é a forma de tratar as pessoas que sofrem com transtornos mentais.

Quais as razões para abordagem tão preconceituosa e apelativa? Sinal do desespero pela audiência? Mas a que custo? Explorar dessa forma a doença mental é tão grave e desleal quanto explorar de forma preconceituosa a cor da pele ou o gênero das pessoas.

A TV Globo deveria rever sua postura e reparar os equívocos nos próximos capítulos da novela.


Entrelaços promove debate na UFRJ sobre empoderamento e recuperação nas práticas da saúde mental.

Sábado, 02 de dezembro de 2017, de 8:45 às 13h
Local: Auditório Leme Lopes – Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB)
Av. Venceslau Brás 71, fundos, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
Público-alvo: pacientes, familiares e profissionais de saúde
Entrada franca

Convite Entrelaços 2017


Remédio com chip para esquizofrenia é aprovado nos EUA

Remédio para esquizofrenia com chip rastreável é aprovado nos EUA.

Pela primeira vez na história, o FDA, órgão norte-americano responsável por aprovar medicamentos vendidos nos EUA (semelhante à Anvisa), aprovou a comercialização de uma “pílula digital” – um remédio equipado com um chip rastreável -, informou nesta terça-feira, 14, o jornal The New York Times.

Trata-se do Abilify MyCite, uma variante do Abilify, um medicamento baseado em Aripiprazol e que é usado no combate ao transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão severa, além de outros transtornos de origem mental. O remédio é produzido nos EUA pelo laboratório Otsuka.

Já o chip em questão é fabricado pela Proteus Digital Health, uma empresa dos EUA. A versão do remédio com chip só começa a ser vendida em 2018. O sensor digestível é feito de cobre, magnésio e silício, componentes seguros para a ingestão.

A pílula digital é capaz de reportar ao médico que a receitou a data e o horário em que o paciente tomou o remédio. O paciente só precisa usar um sensor adesivo que deve ficar colado no lado esquerdo do peito e trocado a cada sete dias.

O adesivo recebe o sinal de quando a pílula é ingerida e, através de um modem Bluetooth, repassa essas informações ao smartphone do paciente. Por meio de um app no smartphone, os dados são transmitidos para o médico que o acompanha e até outras quatro pessoas, como por exemplo familiares.

A Otsuka garante que o paciente tem total controle de quem recebe esses dados e pode impedir o repasse ao médico a hora que quiser. O objetivo da pílula digital é ajudar pessoas que se esquecem de tomar o remédio no horário correto ou que têm dificuldade de seguir a prescrição médica.

A decisão de usar essa tecnologia pela primeira vez com um medicamento para transtornos mentais, porém, não foi tão bem recebida por especialistas. Paul Appelbaum, diretor do departamento de ética em psiquiatria da Universidade de Columbia, por exemplo, criticou a ideia em entrevista ao NYT.

“Um sistema que vai monitorar o comportamento do paciente e enviar sinais do corpo dele e notificar o médico? Seja em psiquiatria ou em medicina geral, drogas para quase qualquer outra doença seriam um lugar melhor para começar do que em uma droga para esquizofrenia”, disse o médico.

Um representante da Otsuka, porém, disse que o Abilify MyCite não deverá ser usado por qualquer pessoa com transtorno bipolar, esquizofrenia ou depressão severa. “O médico deve ter confiança de que o paciente é capaz de gerenciar esse sistema”, afirmou ao NYT.

Fonte: Olhar Digital


Chega ao Brasil a Lurasidona, nova opção de tratamento para esquizofrenia e transtorno bipolar.

Chega este mês no Brasil, aprovado pela ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária), a lurasidona (Latuda), mais uma opção para o tratamento da esquizofrenia e da depressão bipolar.

Lurasidona (comercializado com o nome de fantasia Latuda, pelo laboratório Daiichi Sankyo Brasil) é uma molécula com propriedades antipsicóticas da classe dos atípicos ou de segunda geração, agindo como antagonista (bloqueadora) de receptores de dopamina D2 e D3 e de receptores de serotonina 5-HT2A e 5-HT7 e como agonista parcial (estimulante) de receptores serotoninérgicos 5-HT1A.

Ela é aprovada nos EUA desde 2010 para o tratamento da esquizofrenia e desde 2013 para o transtorno bipolar (episódios depressivos).

É um antipsicótico de segunda geração como menor risco de efeitos cardiovasculares, ganho de peso e aumento de colesterol.

Alguns estudos mostram que a lurasidona tem uma eficácia em sintomas cognitivos, melhorando funções como atenção, memória e função executiva.

Latuda será comercializada no Brasil em doses de 20mg, 40mg e 80mg.

Vejam o comunicado da ANVISA:

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 18/10/2017 15:27
Última Modificação: 18/10/2017 15:33

Um medicamento inédito para a esquizofrenia e depressão associadas ao transtorno bipolar recebeu registro da Anvisa. O novo produto é o Latuda (cloridrato de lurasidona), um antipsicótico que deve ser comercializado em comprimidos de 20mg, 40mg e 80mg, em embalagens de 7, 14, 30 ou 60 comprimidos.

O novo produto traz algumas melhorias para o paciente como a baixa alteração do perfil metabólico, o que significa menor ganho de peso e alterações limitadas no perfil de gorduras e glicose do organismo.

Como se trata de um antipsicótico, a lurasidona foi enquadrada na categoria de medicamentos controlados e sua venda será feita somente com receita especial em duas vias.

O medicamento já havia sido aprovado na Europa e nos EUA. O registro foi publicado na última segunda-feira (16/10).

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Cientistas anunciam melhorias em revolucionária ferramenta de edição genética.

Apontada como um dos maiores avanços da ciência nos últimos anos, a técnica de edição genética conhecida pela sigla CRISPR deu aos cientistas uma maneira relativamente simples, eficiente e barata de manipular o DNA. Isto possibilitou pesquisas mais amplas sobre a influência dos genes na saúde e na doença e despertou a esperança de novas e revolucionárias terapias para uma miríade de condições causadas por mutações genéticas, muitas delas fatais ou debilitantes e atualmente sem tratamento ou cura. Agora, pesquisadores anunciam o desenvolvimento de novas versões da CRISPR que permitem alterar uma única “letra” do DNA no lugar de trechos do código genético, assim como fazer modificações só no RNA, outro tipo de informação genética usada pelos organismos para comandar os processos que nos mantêm vivos.

Autêntico “livro da vida”, o DNA traz todas as informações necessárias para a criação desde uma simples bactéria a um complexo ser humano. E este “livro” é todo “escrito” usando praticamente só quatro “letras”: as moléculas citosina (C), adenina (A), guanina (G) e timina (T), também conhecidas como nucleotídeos. Além disso, estas moléculas se agrupam em pares restritos, de forma que a citosina se une apenas com a guanina e a adenina com a timina, formando as unidades básicas do DNA, os chamados “pares-base” C-G, G-C, A-T e T-A. Por fim, unidos em formato de hélice dupla, estes pares-base compõem a grande molécula do DNA, como os degraus de uma enorme escada espiral que ao microscópio enxergamos como os chamados cromossomos.

Cada organismo, da bactéria ao ser humano, tem seus próprios conjuntos de cromossomos com uma sequência única destes pares-base (e por isso a ordem é importante, isto é, numa estrutura de hélice dupla como a do DNA, C-G é diferente de G-C). Mas esta sequência não é permanente. Devido a fatores ambientais ou internos, ela sofre constantes alterações, as chamadas mutações genéticas. A grande maioria destas mutações é prontamente “corrigida” por mecanismos dentro da própria célula, inofensiva e por vezes até vantajosa, alimentando o processo de evolução por meio da seleção natural. Mas algumas também estão por trás de diversas doenças, do câncer ao mal de Parkinson, passando por condições físicas e psiquiátricas que vão desde distúrbios sanguíneos como a beta-talassemia à esquizofrenia e transtornos de espectro autista.

Até agora, os cientistas identificaram mais de 50 mil mutações genéticas associadas a doenças. Muitas, como o câncer, esquizofrenia e autismo, são poligênicas, isto é, provocadas por múltiplas alterações em vários genes. Mas algumas, como a citada beta-talassemia e certas formas de Parkinson, são causadas pela variação de apenas uma “letra” do DNA em um determinado gene que faz com que, por exemplo, uma proteína seja fabricada de maneira defeituosa. São as chamadas “mutações pontuais”, das quais cerca de 32 mil já foram ligadas ao surgimento ou maior propensão ao desenvolvimento de diversos males.

E são justamente as doenças causadas por estas mutações pontuais o principal alvo do grupo de pesquisadores liderado por David Liu, da Universidade de Harvard, EUA. No início do ano passado, a equipe de Liu já tinha relatado a criação de uma “versão” da CRISPR capaz converter pares-base C-G em T-A alterando quimicamente apenas um dos nucleotídeos, sem a necessidade de “abrir e cortar” a molécula de DNA como na forma “convencional” de uso desta ferramenta de edição genética.

Mas apenas 14% das 32 mil mutações pontuais causadoras de doenças podem ser corrigidas trocando um par C-G por um T-A. A correção da maior parte das mutações pontuais associadas a doenças (48%) depende de fazer a conversão inversa, isto é, um par A-T para um G-C. E é exatamente a criação de uma maneira de realizar esta troca quimicamente, novamente sem a necessidade de “abrir” a molécula do DNA, e, com ajustes, poder fazer todo tipo de transição direta dos nucleotídeos (isto é, sem mudar sua ordem) – C para T, T para C, A para G, e G para A - que Liu e equipe relatam na edição desta quarta-feira da prestigiada revista científica “Nature” com o desenvolvimento do que batizaram de “editores de base de adenina” (ABEs, na sigla em inglês).

- A edição genética convencional da CRISPR desfaz a hélice do DNA, então a edição de base é uma solução mais eficiente e segura para corrigir estas mutações pontuais – disse Liu em teleconferência promovida pela “Nature” para discutir a descoberta com jornalistas. - É basicamente a diferença entre usar uma tesoura e um lápis. Para algumas aplicações, como a edição de trechos maiores de DNA, a tesoura é uma ferramenta melhor. Mas para outras, como a alteração de apenas um par-base, um lápis é melhor.

O maior obstáculo encontrado inicialmente pelos cientistas para fazer as conversões A-T para G-C, e que acabou se mostrando uma certa vantagem, é que, diferentemente do que acontece com as alterações C-G para T-A, não existem enzimas naturais capazes de realizar esta reação química, conhecida como deaminase da adenina, diretamente no DNA. Diante disso, Nicole Gaudelli, pós-doutoranda no laboratório de Liu e primeira autora do artigo na “Nature”, teve que criar praticamente “do zero” e testar uma biblioteca de enzimas que poderiam fazer este trabalho, chegando ao grupo que foi batizado como ABEs.

Guiadas para o ponto específico da sequência de DNA por uma versão da ferramenta de edição genética CRISPR que teve sua capacidade de “abrir e cortar” a hélice removida, estas enzimas mudam a adenina (A) para um outro tipo de nucleotídeo conhecido como inosina (I), mas que a célula lê como se fosse uma guanina (G). E frente ao que para ela parece um “erro de combinação” dos pares-base, a própria célula se encarrega de trocar a timina (T) do outro lado por uma citosina (C), completando a conversão.

- Foi graças à persistência de Nicole nos últimos dois anos que chegamos a estas enzimas – reconheceu Liu. - Como a natureza não tem enzimas capazes de fazer a deaminase da adenina, talvez nossas células não tenham evoluído mecanismos para reconhecer a inosina e remover esta modificação.

Já outro grupo de cientistas liderado por Feng Zhang, do Instituto Broad, parceria entre a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), também nos EUA, divulgou nesta quarta o desenvolvimento de uma versão da CRISPR para fazer alterações no RNA. Este tipo de código genético em geral atua como um “mensageiro” do DNA do núcleo para o resto da célula, além de ser responsável por reconhecer e transportar os aminoácidos que serão unidos para fabricar as proteínas nas “receitas” determinadas pelos genes.

Assim, as modificações feitas com esta versão, batizada “Repair” (conserto em inglês, numa tradução livre), podem ser apenas temporárias ou localizadas, diferentemente do caráter permanente e abrangente da manipulação do DNA nuclear, ou feitas em estruturas e processos paralelos a ele também associadas com doenças.

- A Repair pode consertar mutações sem mexer no genoma, e como o RNA se degrada naturalmente, é um conserto potencialmente reversível – resume David Cox, estudante de graduação no laboratório de Zhang e um dos coautores de artigo que relata o desenvolvimento da ferramenta, divulgado nesta quarta de forma adiantada pela revista “Science” numa incomum parceria com a publicação do estudo sobre os editores de base na “Nature”, o que mostra a importância de ambos avanços.

Imagina-se que tal capacidade possa permitir, por exemplo, uma diminuição temporária da resposta inflamatória em resposta a uma cirurgia, facilitando a recuperação, ou localizada dos neurônios a determinadas condições, ajudando a prevenir o Alzheimer, ação que poderia ser extremamente maléfica se feita de forma generalizada e/ou permanente. Além disso, a manipulação do RNA no lugar do DNA pode ser uma via mais rápida para o desenvolvimento de tratamentos para condições provocadas por mutações pontuais que afetem a fabricação de proteínas do que os ABEs, trazendo, se não a cura definitiva, alívio nos sintomas de doenças como o próprio mal de Parkinson, distrofia muscular de Duchenne e alguns tipos de epilepsia, entre outras.

Fonte: O Globo


Dia Mundial da Saúde Mental 2017.

Saúde mental no local de trabalho

Durante a vida adulta, uma grande parte do nosso tempo é gasto no trabalho. Nossa experiência no local de trabalho é um dos fatores que determina nosso bem-estar geral. Os empregadores e gerentes que implementaram iniciativas no local de trabalho para promover a saúde mental e para apoiar os funcionários com transtornos mentais vêem ganhos não apenas na saúde de seus funcionários, mas também na produtividade no trabalho. Um ambiente de trabalho negativo, por outro lado, pode levar a problemas de saúde física e mental, uso prejudicial de substâncias ou álcool, absenteísmo e perda de produtividade.

QUEM

Depressão e transtornos de ansiedade são transtornos mentais comuns que têm um impacto sobre a nossa capacidade de trabalhar e para trabalhar de forma produtiva. Globalmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão, principal causa de prejuízo. Mais de 260 milhões estão vivendo com transtornos de ansiedade. Muitas dessas pessoas vivem com ambos. Um recente estudo liderado pela OMS estima que depressão e transtornos de ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.

A saúde mental no local de trabalho é o tema do Dia Mundial da Saúde Mental 2017. O Dia Mundial da Saúde Mental é observado em 10 de outubro de cada ano, com o objetivo geral de conscientizar sobre problemas de saúde mental e mobilizar esforços para apoiar uma melhor saúde mental para todos.

Diga não ao preconceito!

Informe-se sobre os transtornos mentais!

Ajude algum companheiro de trabalho que esteja passando por dificuldades!

Seja solidário, ajude-o a procurar tratamento!

A maioria das pessoas com algum transtorno mental não procura ajuda porque sequer percebe que está doente!

Fonte: adaptado do site da OMS


Google oferece teste online para ajudar no diagnóstico da depressão.

A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados divulgados em fevereiro de 2017 apontam que o número representa 4,4% da população do planeta. Com o intuito de ajudar no diagnóstico da doença, o Google agora oferece um teste online. O questionário é baseado no PHQ-9, um dos formulários clínicos mais usados ao redor do mundo para detectar depressão.

A ferramenta funciona da seguinte forma: toda vez que uma pessoa pesquisa pelo termo “depressão clínica” no buscador, a opção de realizar o teste PHQ-9 aparece. O questionário possui nove perguntas simples e resulta em uma nota de 0 a 27. Quanto maior a pontuação, pior o estado depressivo do internauta.

O intuito do Google de oferecer informações diretamente no buscador é de manter os usuários por mais tempo na página. Assim, a companhia evita que eles cheguem a conteúdos de baixa qualidade sobre o assunto. Aliás, para ser mais assertivo nessa proposta, a ferramenta foi desenvolvida em parceria com a NAMI - National Alliance on Mental Illness, entidade norteamericana sem fins lucrativos que busca auxiliar no combate a doenças mentais.

Por mais interessante que seja o recurso, ele está disponível apenas para os Estados Unidos. Enquanto ele não chega ao Brasil, você pode realizar o PHQ-9 no site da iFightDepression, uma iniciativa do consórcio Aliança Europeia Contra a Depressão (EAAD). Vale destacar que o teste não é um diagnóstico definitivo. O internauta precisa consultar um médico para mais informações sobre a depressão.

Fonte: 33giga.com.br


Ioga reduz sintomas de depressão, dizem pesquisas.

Respirar e permanecer em determinadas posições por alguns segundos. Sem nenhuma tecnologia, a prática de ioga se tornou uma aliada da medicina. De acordo com estudos apresentados na 125ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia, a ioga é capaz de diminuir os sintomas da depressão.

Uma pesquisa feita pelo Centro Médico de Veteranos de São Francisco identificou redução significativa dos sintomas da doença após oito semanas de prática de hatha ioga, uma das modalidades mais conhecidas no ocidente.

Para realizar o estudo, os pesquisadores submeteram 23 veteranos de guerra a aulas de ioga duas vezes por semana. Depois de praticar durante oito semanas, os veteranos classificaram a ioga com nota 94, — em uma escala de 1 a 100 — no que diz respeito à sensação de prazer, e afirmaram que recomendariam o exercício para outras pessoas. Pacientes com níveis altos de depressão reduziram significativamente seus sintomas.

— A ioga tornou-se cada vez mais popular no ocidente e muitos novos praticantes citam a redução do estresse e outras preocupações relacionadas à saúde mental como principal motivo para praticar. No entanto, a pesquisa empírica sobre ioga está atrasada em relação a sua popularidade como uma abordagem de primeira linha para saúde mental— afirmou Lindsey Hopkins, pesquisadora do Centro Médico de Veteranos de São Francisco.

A ioga combina exercícios corporais com uma respiração mais consciente e profunda, além da meditação. Outras pesquisas apresentadas no congresso reforçaram a eficácia do método para reduzir problemas de saúde mental. Em dois outros trabalhos do Centro de Psiquiatria Integrativa da Holanda, os pesquisadores analisaram o impacto da prática em pacientes com diferentes níveis de depressão. No primeiro relatório, os médicos avaliaram 12 pacientes com depressão crônica e resistência aos tratamentos convencionais que sofriam com a doença há 11 anos.

Os participantes foram submetidos a nove sessões semanais de ioga de 2 horas e meia cada. Antes de iniciarem a prática, os pacientes tiveram seus níveis de estresse, depressão, ansiedade e preocupação medidos. A mesma aferição foi feita nove semanas após o início das aulas e quatro meses depois. Os médicos constaram que os índices de estresse melhoraram consideravelmente e os benefícios foram mantidos mesmo quatro meses após o início da ioga.

Combinação com outros tratamentos

Já no outro estudo feito pelos pesquisadores holandeses, a amostra de pacientes foi maior. Nesse caso, foram analisados 74 estudantes considerados “ligeiramente deprimidos”. Além disso, os cientistas compararam os efeitos da ioga com outras práticas de relaxamento. Os indivíduos receberam 30 minutos de instrução ao vivo de ioga ou relaxamento e foram convidados a realizar o mesmo exercício em casa por oito dias. Após dois meses, os níveis de depressão já tinham caído. Os médicos observaram ainda que a ioga era mais eficaz e promovia melhores resultados que o relaxamento.

— Os estudos sugerem que intervenções utilizando ioga são uma promessa para estados depressivos e alternativas viáveis para pacientes com depressão crônica e resistentes ao tratamento — afirmou a pesquisadora Nina Vollbehr.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que a prática deve ser combinada com os tratamentos convencionais para depressão.

— Neste momento, podemos apenas recomendar a ioga como uma abordagem complementar, provavelmente mais eficaz em conjunto com abordagens padrões oferecidas por terapeutas licenciados. Claramente, a ioga não é um remédio, mas com base em evidências empíricas, parece haver muito potencial para isso— explicou Lindsey Hopkins

Benefícios em diversas áreas

Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, a ioga se tornou muito mais que uma atividade física e de desenvolvimento espiritual. Diversos estudos nos últimos anos apontam os benefícios de se exercitar e considerar o papel da respiração no bem-estar humano. Em junho, uma revisão de estudos feita por pesquisadores das universidades de Coventry e Radboud, no Reino Unido e na Holanda, revelou que atividades que unem corpo e mente, como a ioga,podem reverter reações químicas no DNA provocadas pelo estresse crônico. De acordo com a pesquisa, essas atividades eram capazes de promover alterações moleculares nesses genes, ativando ou desligando determinados mecanismos.

Em abril, um relatório da rede de pesquisadores profissionais de saúde Cochrane revelou que a prática também pode ter efeitos positivos em pacientes com asma. O relatório levou em consideração outras pesquisas produzidas anteriormente e verificou que os exercícios de respiração e postura propostos pela ioga poderiam atenuar sintomas como respiração ofegante, falta de ar e tosse.

Novamente os especialistas alertam que a prática deve ser combinada com os tratamentos tradicionais.

Fonte: IBahia.com


Excesso de calmantes camufla doenças mentais graves e crônicas.

O uso crônico, por conta própria e em doses crescentes de calmantes (benzodiazepinas, como Rivotril, Lexotan, Valium, Frontal, dentre outros) é frequente entre pessoas da terceira idade e pode esconder sintomas e um passado de doença mental não tratada adequadamente, representando um risco para essa população, que além de não ter o tratamento adequado, possui risco maior de declínio cognitivo (memória e atenção), crises de abstinência (como tremores e confusão mental) e quedas (gerando fraturas).

Sra X, 70 anos, chega ao consultório muito ansiosa, trêmula e um pouco confusa, sem conseguir precisar a temporalidade de seus relatos. Visivelmente angustiada e deprimida, conta ter tido dois episódios depressivos ao longo de sua vida, tratados pontualmente com antidepressivos, mas que foram interrompidos por conta própria. O único medicamento que manteve desde aquela época (já fazem 20 anos) foi o Rivotril. Foi precisando aumentar a dose com o tempo e o fez por conta própria, tentando buscar alívio para a ansiedade. Chegou a usar 4 comps ao dia de 2mg e hoje vem usando em média 2 comps ao dia, embora às vezes use mais ou passe alguns dias sem usar. Além das queixas emocionais, a paciente referia sentir muitos tremores de extremidades, dificuldade de equilíbrio, algumas quedas sem gravidade e muitas alterações de memória. Indagada como conseguia as receitas de Rivotril, dizia pedir a médicos de pessoas da família ou que conseguia comprar algumas vezes na farmácia sem receita.

O relato acima é real, embora tenhamos preservado a identidade da paciente. A frequência que esses pacientes comparecem ao consultório é assustadoramente frequente. Estamos aqui nos referindo a faixa-etária mais idosa, que tem menor resistência a esse tipo de medicamento, mas isso se aplica a faixa-etárias mais jovens, como 4a e 5a décadas de vida. O problema sempre envolve três questões fundamentais: (1) o uso crônico de calmantes por conta própria adia a procura pelo tratamento adequado, camuflando os sintomas, sem tratá-los; (2) como os calmantes geram dependência, o paciente vai sentindo necessidade de doses maiores e aumentando por conta própria, quase sempre variando dosagens e fazendo interrupções de uso que podem provocar síndrome de abstinência, geralmente com tremores, ansiedade, insônia e confusão mental; (3) o uso prolongado dos calmantes provoca alterações cognitivas, deixando a pessoa mais esquecida e desatenta, menos capaz para realizar as atividades do dia-a-dia.

O desafio no tratamento desses pacientes é múltiplo. Convencê-los sobre o tratamento da doença mental em questão, muitas vezes depressão, ansiedade ou bipolaridade, o que envolve usar medicamentos mais estigmatizados, como antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos (os pacientes leigamente entendem que os calmantes são menos prejudiciais do que os outros medicamentos e, por isso, relutam muitas vezes em aceitar o tratamento). Tratar a dependência dos calmantes, que requer um desmame lento e progressivo ao tempo em que se introduz medicamentos mais específicos e eficazes para o caso. Isso exige organização, disciplina e aliança do paciente com o médico. Avaliar a capacidade cognitiva do paciente, que pode demorar a se reestabelecer depois da suspensão do calmante ou mesmo permanecer deficitária, uma vez que o uso crônico desses remédios aliado ao não tratamento das doenças mentais constituem fatores de risco para o desenvolvimento de déficits cognitivos permanentes ou progressivos, como a demência.

Esses pacientes precisam também com muita frequência do auxílio da família ou de cuidadores, para que o tratamento possa ser supervisionado cotidianamente, bem como de um acompanhamento psicoterápico, para lidar com conflitos que possam estar por trás do uso abusivo de calmantes.

Portanto, as lições de casa deste artigo são: se você conhece alguém (ou se você é a pessoa) que usa calmantes (ou tranquilizantes ou benzodiazepínicos ou remédios de tarja preta) sem prescrição e supervisão médica, alerte-o e sugira que ele procure um psiquiatra. Provavelmente ele (ou no caso você) possui uma doença mental não diagnosticada e não tratada! Caso persista nesse uso, informe-se sobre os riscos de não estar fazendo o tratamento adequado, como risco de déficit cognitivos e demência a longo prazo (que talvez não seja tão longo assim!), de sofrer acidentes ou quedas ou de síndromes de abstinência. Procure um psiquiatra para uma avaliação.


Pink Champagne: nova droga parece cristais rosa e já faz vítimas.

Um novo tipo de droga vem preocupando muitos pais no Reino Unido, mais precisamente em Manchester. Chamada Pink Champagne (“Champanhe Rosado”, em tradução livre), a variação do ecstasy já fez vítimas na cidade localizada no interior da Inglaterra.

De acordo com uma reportagem da BBC, dez jovens foram internados e um faleceu. Tudo isso em apenas um único final de semana de junho. Pode parecer um número pequeno, mas não é. Ainda mais quando lembramos que, pelo menos, 20 milhões de pessoas no mundo consumiram alguma variedade de anfetamina do tipo MDMA, muito utilizada em baladas, apenas em 2016. A informação é do relatório mais recente realizado pelo Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime.

Assim como outras variações do ecstasy, o Pink Champagne causa uma sensação de euforia momentânea em quem toma. A pessoa se sente feliz, desinibida, com o coração batendo forte. Isso, contudo, já pode ser considerados sintomas de um possível ataque cardíaco. “Uma vez que a temperatura do corpo ultrapassa os 42º C, os órgãos param de funcionar e pode ser difícil que a pessoa se recupere”, explicou o psiquiatra Adam Winstock, fundador da organização Global Drug Survey, também em entrevista a BBC.

Anfetaminas são consideradas drogas sintetizadas modernas, pois seu auge se deu nos anos 60. Náuseas, desidratação, hipertermia e hipertensão são algumas das consequências imediatas do uso, que, a longo prazo, pode desencadear depressão e até esquizofrenia.

A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, divulgada pelo IBGE, em 2016, mostra que a taxa de jovens entre 13 e 15 anos que usaram drogas ilícitas aumentou de 7,3% para 9%. Na internet, é possível encontrar manuais para o uso seguro de MDMA, falando que o jovem deve usar a “bala” apenas em festas e tomar bastante água. Contudo, não existe consumo seguro de nenhuma droga, em especial das sintéticas, que causam dependência de maneira variada de pessoa para pessoa. Por ser vendido em forma de cristais, fica ainda mais difícil dosar a quantidade ingerida do ”Champanhe Rosado”, o que é bastante preocupante.

Fonte: Capricho, Ed Abril


Qualidade de genéricos no Brasil preocupa, diz CFM.

Que precisamos ter cuidado com medicamentos genéricos no Brasil, não é nenhuma novidade. Mas um órgão como o Conselho Federal de Medicina fazer o alerta através de seu portal e na revista distribuída aos médicos de todo o país é sim um fato que merece destaque! Precisamos cobrar da ANVISA maior rigor na fiscalização e o cidadão precisa denunciar genéricos de má qualidade. O telefone da ANVISA é:0800 642 9782 e o site: http://portal.anvisa.gov.br/central-de-atendimento

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A eficácia dos medicamentos genéricos produzidos no Brasil é tema de preocupação para o Conselho Federal de Medicina (CFM). O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou, em outubro de 2016, o resultado de uma auditoria realizada por solicitação do Congresso Nacional (PFC 170/2014) com base em “denúncias de profissionais de saúde e de consumidores no sentido de que a eficácia do medicamento genérico seria limitada”.

As queixas informavam, inclusive, a “necessidade de substituição dos genéricos, no meio do tratamento, por não surtirem os efeitos esperados para os princípios ativos”. Sob relatoria do ministro Bruno Dantas, a auditoria concluiu que há fragilidades no monitoramento e fiscalização realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos medicamentos comercializados no País.

“É de extrema relevância termos à disposição da população múltiplos laboratórios produzindo o mesmo medicamento, que é o caso dos genéricos. No entanto, só há de fato benefício se todos os remédios disponíveis no mercado cumprirem sua função no tratamento do paciente, se efetivamente tiverem qualidade”, ressalta Hermann von Tiesenhausen, 1º secretário do CFM.

Cancelamentos

Em nota recente, publicada em resposta a notícias sobre medicamentos genéricos, a Anvisa afirmou manter seu posicionamento: “os medicamentos genéricos a que os brasileiros têm acesso são seguros”. Dados da própria autarquia revelam que, de janeiro de 2000 a agosto de 2016, 4.661 medicamentos genéricos foram registrados no País. Contudo, desse total, 861 foram cancelados, restando 3.800 medicamentos genéricos de 114 empresas detentoras de registros válidos no Brasil.

De acordo com a Anvisa, as principais vantagens dos genéricos são: “disponibilizar medicamentos de menor preço, uma vez que o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de referência; reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos); contribuir para aumento do acesso a medicamentos de qualidade, seguros e eficazes”.

Critérios

O medicamento genérico deve conter os mesmos princípios ativos, forma farmacêutica, dose, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, sendo, assim, intercambiável por garantir a mesma eficácia e segurança. Para entrarem no mercado, os genéricos são submetidos a testes em laboratórios credenciados pela Anvisa afim de confirmar a bioequivalência (conter idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio ativo) e comparável biodisponibilidade (velocidade e extensão de absorção de um princípio ativo a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina).

FONTE: CFM


Instagram é a pior rede para a saúde mental dos adolescentes.

As redes sociais mais populares são fonte de inumeráveis benefícios e vantagens para seus usuários, mas também geram efeitos colaterais pouco saudáveis. Um novo estudo, realizado entre jovens britânicos, aborda um problema muito particular: o bem-estar e a saúde mental dos usuários de tais serviços. Segundo esse trabalho, o Instagram poderia acabar sendo a rede social mais nociva entre os adolescentes, por seu impacto na saúde psicológica dessa faixa etária mais vulnerável. Atrás dele, embora também com notas negativas, estariam Snapchat, Facebook e Twitter. A única rede avaliada positivamente é o YouTube, o portal de vídeos da gigante Alphabet.

“O Instagram leva facilmente meninas e mulheres a sentirem que se seus corpos não são suficientemente bons”, denuncia um dos jovens

“Os jovens que passam mais de duas horas por dia em redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram estão mais propensos a sofrerem problemas de saúde mental, sobretudo angústia e sintomas de ansiedade e depressão”, diz o estudo, realizado pela Real Sociedade de Saúde Pública do Reino Unido e pela Universidade de Cambridge. Para analisar o possível impacto sobre a juventude britânica, os especialistas estudaram as atitudes de 1.500 indivíduos de 14 a 24 anos nessas redes.

Foram levados em conta 14 fatores, tanto positivos como negativos, nos quais as redes sociais poderiam impactar a vida dessa faixa etária, na qual a personalidade ainda está em formação. O Instagram foi reprovado em sete desses aspectos, pois os jovens reconheciam que esse aplicativo de compartilhamento de fotos afeta muito negativamente a sua autoestima (imagem corporal), as horas de sono (algo associado a vários transtornos decorrentes de dormir pouco) e seu medo de ser excluído de eventos sociais (conhecido pela sigla inglesa FoMO). Além disso, consideram que o Instagram estimula o assédio digital, gera ansiedade e, em menor medida, sintomas depressivos e sensação de solidão.

“O Instagram leva facilmente meninas e mulheres a sentirem que se seus corpos não são suficientemente bons, enquanto as pessoas adicionam filtros e editam suas imagens para que pareçam perfeitas”, afirma um dos jovens estudados. “O assédio digital anônimo sobre temas pessoais através do Twitter me levou a me autolesionar e a ter medo de ir à escola. O assédio no Instagram me levou a tentar suicídio e também a me lesionar. As duas redes me fizeram experimentar episódios depressivos e ansiedade”, relata um menor de 16 anos que participou do estudo.

“Ser adolescente já é suficientemente difícil, mas as pressões que os jovens enfrentam on-line são sem dúvida exclusivas desta geração digital”, afirmam os autores

O Snapchat obtém notas quase tão negativas quanto o Instagram, embora seja mais prejudicial para as horas de sono e para a ansiedade social decorrente da exclusão de eventos sociais. No ranking negativo segue-se o Facebook, que é a rede mais propícia ao assédio, segundo o estudo. O Twitter melhora levemente as notas das redes anteriores e quase compensa seus efeitos negativos com suas contribuições positivas. O YouTube, finalmente, obtém a aprovação, porque seus efeitos tóxicos são mais escassos, conforme a pesquisa, salvo no caso das horas de sono – esse portal de vídeos é o que menos deixa os jovens dormirem.

Nem tudo é ruim nessas redes: seus aspectos mais positivos foram a capacidade de conscientização (sobretudo no YouTube), de expressão e busca de uma identidade própria (Instagram) e de criar comunidades e encontrar apoio emocional (Facebook).

“Ser adolescente já é suficientemente difícil, mas as pressões que os jovens enfrentam on-line são sem dúvida exclusivas desta geração digital. É de vital importância intervirmos impondo medidas preventivas", dizem as autoras do estudo. O relatório propõe algumas dessas medidas, como que os usuários recebam uma notificação do próprio aplicativo avisando sobre o excesso de uso, que a rede alerte quando uma foto for manipulada ou que sejam feitas campanhas de informação sobre esses riscos no âmbito escolar.

Fonte: El País


Jornalista narra em autobiografia como é conviver com a bipolaridade

Hoje, é comum ouvir piadinhas sobre bipolaridade. Mas o que significa ser bipolar? Talvez eu possa ajudar contando um pouco do que tenho passado até aqui. Em meu livro Me Diga Quem Eu Sou, falo um pouco de como é a minha experiência com este transtorno de humor. Fui diagnosticada aos 21 anos, mas já sofria de depressão intercalada com períodos de uma alegria sem razão de ser desde os 14. Tudo começou com a separação de corpos de meus pais; no entanto, desde muito pequenina, eu era bastante introspectiva. Na adolescência, mesmo passando por episódios de depressão em que afundava em minha cama, consegui ser a melhor de minha turma na escola.

Quando o médico me deu o diagnóstico de bipolar, disse que o meu caso era bastante sério. Contrariando qualquer timidez, meu primeiro surto (aos 21 anos) foi bombástico, com direito a prisão e dias e noites em claro pela paradisíaca Florianópolis, experimentando o delírio de me achar uma enviada divina. Inspirada no livro Do Jardim do Éden à Era de Aquarius, que lera aos 19 na casa de um colega do curso de Oceanologia em Rio Grande, me imaginava numa sociedade evoluída onde eu exterminaria o mal. Foram dias de um cansaço descomunal, em que perambulei insana pelas praias me envolvendo em situações perigosas e inusitadas.

Eu morava em Canoas e viajara com uma vizinha para Floripa. Ela, apavorada, chamou meu pai e ele foi me buscar de carro com uma amiga. Minha família não entendia o que estava acontecendo comigo e me internaram no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Depois de tudo, viria o retorno à realidade dentro do setor psiquiátrico e o recomeço. Assim aconteceu por inúmeras vezes. Era só observar os sintomas: pensamento acelerado, falta de sono e ideias absurdas recorrentes. Várias vezes, eu me expus sem a mínima noção de perigo e só saí ilesa nem sei como. A cada exposição, uma nova internação e um novo recomeçar. Assim foi em Florianópolis, onde, depois de tudo, até os policiais ficaram meus amigos.

Teve a vez em que dormi na praia de Canasvieiras e algumas amigas só foram me encontrar no outro dia pela manhã; o Carnaval em Pelotas, onde fui expulsa de um retiro espiritual e jogada na rua sozinha em plena madrugada; a noite em que escapei de três homens mal-intencionados por uma fração de segundos na praia do Cassino; ou quando, em surto, busquei pela minha sobrinha imaginária entre os jovens que se divertiam na noite de um final de semana em uma avenida movimentada da cidade. Meus surtos eram intercalados por períodos de sanidade em que eu voltava à faculdade de Jornalismo e me envolvia com questões sociais, como meio ambiente, direitos humanos e comunicação alternativa. Também nesses momentos eu buscava um mundo ideal e acabava me perdendo mais adiante em meus devaneios pelo fato de a realidade não corresponder ao que eu almejava.

Em certa ocasião, fui ao Rio de Janeiro e lá conheci uma turista alemã. Passeamos pela cidade sem que ela percebesse que eu estava surtada. Tempos depois, ela me mandou um cartão-postal. Respondi no meu inglês macarrônico, dizendo que na época eu estava maluca. Acho que ela não entendeu nada. Talvez porque eu estabelecia diálogos internos: explicando melhor, eu não falava dos meus pensamentos absurdos. Guardava-os para mim. Já imaginei que poderia me transformar num cavalo ou que entabulava um diálogo com uma baleia que, na realidade, era um imenso tronco de árvore. Já experimentei desde o frio numa cela de um hospital público até o conforto de uma piscina numa clínica particular. Os dois me privaram da liberdade. Tomei uma quantidade absurda de remédios, entre os quais o lítio se destacou. Passei por 10 internações e mais duas recentemente, com um intervalo de 10 anos.

Nesse intervalo, conheci meu marido, que tem sido meu grande companheiro nesta caminhada. As duas internações mais recentes foram muito doloridas, e ele sempre esteve ao meu lado. Fizesse chuva ou sol, nunca faltou a nenhuma visita. Precisei trocar de medicação, porque o lítio estava me intoxicando. Meu humor ficou instável e acabei discutindo com uma colega no trabalho. Aquele acesso de raiva ia contra tudo o que eu buscava naquele momento, inspirada em ideias de amor e compaixão do budismo. Eu passara por um intervalo de 10 anos em uma condição estabilizada e achava que tudo estava se encaminhando para um futuro de sanidade. Mas, de repente, tudo mudou.

Após essa discussão, me senti muito frágil e comecei a ter sentimentos de perseguição. Eu me afastei do trabalho, tomei uns comprimidos a mais e fui internada pela 11ª vez. Meu marido fez questão de me internar numa ala privada para que eu não tivesse que conviver com as usuárias de crack. Recebo alta, volto ao trabalho, mas o sentimento de perseguição continua e sou internada pela 12ª vez após ingerir comprimidos com um litro de vinho tinto seco. Meu marido me leva desacordada para o Pronto Socorro e fica ao meu lado até eu despertar. Volto mais uma vez ao trabalho, mas não consigo me adaptar. Estou com 50 anos e surge a possibilidade de eu me aposentar. Este não é o destino que imaginei para mim, mas a minha bipolaridade se mostrou muito séria.

Quando escrevi Me Diga Quem Eu Sou, estava num momento bom de minha vida. Sei de pessoas com este transtorno de humor que têm uma vida relativamente normal desde que bem medicados. Eu também fui assim. Hoje tomo Aripiprazol e Depakene (ácido volproico). Estou até bem do ponto de vista químico, mas emocionalmente me sinto bastante triste. Talvez seja a hora de recomeçar novamente com outros padrões de felicidade. Quem sabe escrevendo e assim explicitando este meu jeito diferente de sentir. Assim como eu, muitos outros bipolares gostariam de ser ouvidos, aceitos e de contribuírem de alguma forma.

Pude sentir isso no lançamento do livro na Livraria Cultura em Porto Alegre. Duas pessoas me falaram da dificuldade de não serem compreendidos, das oscilações de humor e das ameaças de suicídio. Nem sempre ser bipolar foi tão ruim assim. Confesso que, no princípio, eu sentia um fascínio pela química feroz de meu cérebro, que me levava a uma euforia fantástica. Mesmo pagando um preço muito alto por tudo isso, eu me sentia especial. Com as perdas decorrentes pelo caminho, esse sentimento foi diminuindo aos poucos. Hoje, confesso que me sinto um tanto perdida diante da situação em que a vida me colocou ou que me coloquei. Tenho o apoio da minha família e do meu marido e a admiração de pessoas que leram o meu livro, mas me sinto triste. Preciso me reinventar como a bipolar que já viajou sozinha para o Espírito Santo com uma mochila cheia de remédios e de esperança para fazer o seu trabalho de conclusão da faculdade de Jornalismo. Lá estava eu em Regência, na foz do Rio Doce quando ainda não contaminado pela lama maldita que veio matando tudo. Eu tinha 27 anos. Entrevistei e convivi com técnicos do projeto Tamar (Tartarugas Marinhas) e habitantes do local. Foi uma grande aventura. Tinha dias e horas marcadas para falar com meu psiquiatra que estava a milhares de quilômetros de distância, em Porto Alegre.

Agora, a vida me apresenta outra aventura: a de reunir forças para continuar sabendo que não sou uma enviada divina; muito pelo contrário, sou frágil e é daí que preciso tirar uma forma mais suave de viver, sem tantas oscilações. E quanto àquelas piadinhas sobre bipolaridade, é melhor nem pensar. Embora elas estejam por aí, só quem vive na carne sabe com é. Aos 21 anos, um psiquiatra me disse que havia vários estágios de bipolaridade e que o meu era muito sério ao ponto de talvez eu não voltar. Voltei para contar a minha história, para desmistificar certos preconceitos, para não me sentir só. Talvez, mesmo assim, eu não seja compreendida, mas eu entendo, pois até hoje venho tentando me descobrir.

Fonte:Revista Donna


13 alertas sobre a série "13 Reasons Why", da Netflix.

Excelente o alerta do colega Prof. Luis Fernando Tófoli. Embora tenha achado a série uma boa obra de ficção e de considerar importante que se levante o debate em torno do bullying e de outros temas como machismo e abuso sexual na adolescência, concordo que seja preocupante a forma como a série apresenta o suicídio de sua personagem principal. Desaconselho a série para adolescentes e sugiro aos pais que abordem o assunto com seus filhos que assistiram aos episódios. Vale a pena ler as ponderações do psiquiatra.

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Lançada no fim de março, a série 13 reasons why, da Netflix, conquistou popularidade rapidamente e ensejou uma infinidade de análises e comentários sobre o principal (e delicado) conteúdo abordado na trama: o suicídio de uma adolescente. A produção da cantora Selena Gomez inspirada homônimo no livro de Jay Asher - expandido e transposto para as telas pelas mãos do premiado dramaturgo Brian Yorkey - narra as razões pelas quais uma colegial diz ter sido levada a tirar a própria vida. Gravadas em fitas cassetes e enviadas postumamente, as mensagens responsabilizam os colegas de convívio pelo desfecho trágico.

O tom de culpabilização coletiva e a abordagem crua - com direito a cenas explícitas de estupro e do próprio ato do suicídio - despertaram reflexão sobre a forma de tocar no assunto em uma produção audiovisual. Enquanto houve quem ressaltasse a tentativa benéfica de promover uma conscientização sobre a influência de bullying, assédio, machismo, violência e omissão na decisão de se matar, surgiram ponderações em torno do impacto nocivo provocado pelo tratamento dispensado ao tema central pelo seriado.

As críticas negativas veem na "glamourização" do suicídio e na utilização do autoextermínio como instrumento de vingança fatores de propensão ao chamado efeito Werther - termo científico pelo qual a publicidade de um caso notável serve de estímulo a novas ocorrências. Pessoas fragilizadas psicologicamente seriam mais inclinadas a vivenciar de forma negativa a forma como o suicídio é representado em 13 reasons why.

Psiquiatra, professor-doutor do Departamento de Psicologia Médica e psiquiatra da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luís Fernando Tófoli elaborou 13 parágrafos para alertar sobre a série. O texto elenca fatores de risco, condena a abordagem do programa sob a luz da academia e faz advertência a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Veja a lista elaborada pelo professor:

13 Parágrafos de Alerta sobre 13 reasons why para pais, educadores e profissionais de saúde
Luís Fernando Tófoli

1. A alardeada série da Netflix, “13 Reasons Why”, baseada em um livro homônimo de Jay Asher (publicado no Brasil como “Os 13 Porquês”), aborda uma série de questões sérias: bullying no ensino médio, machismo, LGBTfobia, abuso sexual e, de uma forma geral, a difícil missão de adolescer. A série, porém, é focada em uma questão central, pivô de toda a história: o suicídio de uma jovem de 17 anos, Hanna Baker, que faz 13 gravações em fitas cassetes, apontando o dedo as pessoas que a desapontaram em seu calvário na High School de uma pequena cidade americana.

2. Eu me vi na obrigação de assistir a todo o seriado para poder trazer algumas informações para pais e profissionais de saúde e educação. Não vou me estender na qualidade artística, até porque não é minha função aqui, eu penso. No entanto, afianço que apesar da tensão que prende a assistência até a resolução do mistério, os episódios são longos e cansativos demais. A sensação final é de ser chantageado a aguentar a narrativa arrastada só para poder saber por qual razão o protagonista e bom-moço Clay Jensen foi incluído nas fitas de Hannah.

3. A razão principal pela qual eu escrevo estes parágrafos é para focar na questão crucial de uma peça de ficção construída sobre um suicídio adolescente. O suicídio está entre as principais causas de morte na adolescência, competindo com acidentes causados por veículos e, no caso de países como o Brasil, violência armada. Como um agente de formação no campo da Psiquiatria e da Saúde Mental, me vejo na obrigação de fazer alguns comentários – e, porque não, alguns alertas – sobre esta série.

4. Há sinais preocupantes de que as taxas de suicídios de jovens estão crescendo no mundo e no Brasil. O país, aliás, está na contramão das estatísticas no mundo: também os índices gerais estão subindo – e já o estavam antes da crise econômica – ao invés de cair. Há várias hipóteses sobre o que pode estar levando isso a acontecer, mas acho que o mais importante é frisar que nunca tivemos uma campanha nacional responsável de prevenção do suicídio – apesar do reconhecidamente importante papel do voluntariado do CVV-Centro de Valorização da Vida – e de haver documentação sobre formas de se fazer essa política pública de maneira eficiente.

5. Meu ponto principal neste texto não é estragar a série ou dar spoiler, e sim de que pais, educadores e adolescentes estejam cientes de que o programa tem o potencial de causar danos a pessoas que estão emocionalmente fragilizadas e que poderão, sim, ser influenciadas negativamente. Não é absurdo inclusive considerar que, para algumas pessoas, a série possa induzir ao suicídio. Portanto, pessoas em situações de risco deveriam ser desencorajadas a assistir a série. Não estou sozinho nisso, já há pelo menos um crítico no Brasil, o Pablo Villaça, que explicitamente está recomendando que não se assista ao seriado (https://goo.gl/Z2Op17).

6. O principal erro da série é, de longe, mostrar o suicídio de Hannah. A cena, que acontece no episódio final, é absolutamente desnecessária na narrativa e claramente contrária ao que apregoam os manuais que discutem prevenção de suicídio e mídia. Chega a ser absurdo que os autores da série ignorem completamente o que indicam explicitamente as recomendações da Sociedade Americana para Prevenção do Suicídio, que foram publicadas após a morte do ator Robin Williams (https://goo.gl/vAQkg6) e cheguem à cara de pau de tocar (não neste episódio) a música “Hey, Hey”, de Neil Young, que foi citada na carta suicida do músico Kurt Cobain (https://goo.gl/droI3I).

7. É verdade que as recomendações são em geral destinadas à imprensa, mas chega a ser absurdo que os realizadores de uma produção sobre o tema não tenham se informado sobre os impactos do que é conhecido como ‘efeito Werther’ – cujo nome vem de uma obra de arte e não de uma ação de imprensa. O efeito é baseado no suposto impacto de Os Sofrimentos do Jovem Werther, livro do século XVIII que alçou Goethe à fama (https://goo.gl/2h4N8U).

8. Embora o aumento de suicídios na Alemanha atribuídos ao livro jamais possa ser objetivamente medido, há já um consenso entre suicidologistas de que o fenômeno sofre contágio pela mídia e de que há maneiras pelas quais ele não deva ser retratado. Uma delas, e na qual a série fracassa desgraçadamente, é em não romantizar ou embelezar um suicídio. Evitar a divulgação de cartas suicidas é outro ponto – e é desnecessário dizer que a série toda é uma enorme carta suicida, que embora ficcional, é ouvida pela voz da protagonista, a narradora póstuma da história.

9. Outro problema sério da história, especialmente para os sobreviventes (esse é o termo utilizado para os parentes e entes queridos de quem se suicida), é a ideia da culpabilização do suicídio. Grande parte da tensão da série gira em torno de quem é a “culpa” pelo suicídio de Hannah: ela, seus amigos, a escola (que é processada pelos pais da menina), a sociedade. Os especialistas entendem que a busca por culpados é dolorosa e improdutiva. O suicídio é, na sua imensa maioria das vezes, um ato complexo, desesperado e ambíguo, e achar que ele possa ter responsabilidade atribuível é equivaler sua narrativa à de um crime. Embora isso seja compreensível em uma peça de ficção, isso é muito deletério na discussão do tema no mundo real, onde ele de fato os suicídios acontecem.

10. Dois fatos chamam a atenção ainda, como erros essenciais da produção. Um é não tocar a questão do adoecimento mental, uma vez que a maioria das pessoas que se suicidam apresentam transtornos mentais. O suicídio de Hannah é discutido – como sói frequentemente aos americanos, um povo obcecado pela pretensa liberdade de escolha – como uma “opção”, esquecendo que na grande maioria das vezes a pessoa está aprisionada por um cenário falseado de opções causado pelo seu estado mental. O outro fato é a impressão passada pela narrativa – em especial no último episódio – de que buscar por ajuda é inefetivo, quando isso pode ser a diferença, literalmente, entre a vida e a morte.

11. Ainda sobre pedir ajuda, a divulgação da série pretende vender a ideia de conscientização – contando, no Brasil, inclusive com o apoio do CVV. Durante todos os 13 episódios que assisti no Netflix, no entanto, não há qualquer sinal, indicação ou legenda que aponte a hotline do CVV no Brasil (141) ou o seu site (http://www.cvv.org.br) para pessoas que necessitem de apoio e estejam assistindo a história. Após o fim da trama há um extra, meio documentário, meio making of que fala sobre prevenção de suicídio, mas seria necessário, no mínimo, divulgar meios de socorro no início e no fim de cada episódio.

12. Nunca é demais lembrar que indagar uma pessoa sobre seu risco de suicídio não aumenta a chance dele acontecer e pode ser a atitude salvadora em diversos casos. Isso é particularmente importante para profissionais de saúde e de educação, que têm muito medo de fazer essa pergunta. Na maioria das vezes, para um potencial suicida, essa pode ser a oportunidade de compartilhar seu desespero e abrir a chance para uma ajuda efetiva.

13. Concluindo, a premissa de “13 Reasons Why” é excelente: discutir a crueldade cotidiana dos jovens (que me parece ser a mesma crueldade dos humanos, embora em uma fase particularmente frágil da vida) e como ela pode nos afetar de forma devastadora, em alguns casos. No entanto, infelizmente, por negligência ou por pura arrogância, a série acaba fazendo provavelmente um desserviço maior do que sua beneficência. A oportunidade perdida de se discutir suicídio de uma forma cuidadosa se perdeu em meio ao hype, infelizmente.

Parágrafo adicional motivado por alguns comentários (considerem como a 14ª gravação, rs): 14. Gostaria de frisar que não defendo de maneira alguma a censura ou a proibição da série, e muito menos que se evite o debate das questões seríssimas do bullying, da violência de gênero e do estupro. A questão é de, sem querer ofender quem amou a série, refletirmos juntos se alguns cuidados poderiam ser tomados para evitar o prejuízo a pessoas fragilizadas. Elas são a minoria da população, mas o impacto já foi medido e mais de um estudo sobre o efeito Werther. A pergunta aqui é: será que o meu entretenimento vale a vida de alguém? Será que ao recusar ao olhar os vacilos da produção da série eu não estarei contribuindo de alguma forma para o suicídio de alguma Hannah da vida real? Grato a todo mundo pelo interesse.

Fonte: Diário de Pernambuco

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Autora lança livro sobre sua experiência com a bipolaridade.

Helena Gayer é funcionária pública na prefeitura de Pelotas. Depois de cursar um ano de oceanografia, mudou de área e se formou em jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. “Sou bipolar. Fui diagnosticada quando tinha 21 anos. Ou seja, vivo entre dois mundos. Nunca sei para que lado estou indo até mergulhar num dos extremos.”

De maneira sincera e sem poupar detalhes, Helena depõe sobre sua vida com o transtorno de bipolaridade. Em uma narrativa não linear, a autora percorre da infância até a vida adulta retratando as crises de mania e depressão com crueza, minúcia e fervor. Na quarta-feira, 19 de abril, às 19hs ela lança na Livraria Cultura/Bourbon Country, o livro onde dividiu a doença em fases.

Crises e diagnóstico

Quando adolescente, Helena sofria uma oscilação radical de humor e passou por intensos episódios de depressão, especialmente depois da separação de corpos dos pais. Aos 21 anos, depois do primeiro surto de mania, foi diagnosticada com o transtorno de bipolaridade. Em algumas dessas crises, Helena correu risco de morte e abusos.

“Voltei a frequentar o Submarino Amarelo, agora de forma mais intensa. Passava dias inteiros gravitando ao redor do bar como um satélite insano e obcecado. Minha trajetória só foi interrompida na noite em que comecei a esbravejar com uma cliente. Ela era mais uma entidade maligna. Dessa vez o dono se irritou e me expulsou do bar com um golpe de alguma arte marcial que até hoje não identifiquei. Só sei que me pegou pelos braços e me fez voar como uma pena.”

Internações

Cada uma dessas crises foi seguida de uma internação. Foram dez ao longo da vida da autora, que as relata com intensidade:

“As internações me vêm à mente como um pesadelo vívido. Através da pequena janela gradeada chegava a esperança em forma de raios de sol. A cela era fria, só havia uma cama de ferro e um colchão. Nada transmitia aconchego, conforto. Tudo era punição, castigo, violência.”

Medicação

Helena também descreve os efeitos colaterais da forte medicação em seu organismo, especialmente os do lítio:

“O efeito colateral do uso de lítio se manifesta inicialmente no tremor das mãos. (…) Me lembro dos almoços no restaurante universitário em que eu tinha de controlar a mão para que o garfo não fosse parar fora da boca.”

Superação

A autora apresenta um relato íntimo sobre como é viver, sobreviver e constantemente se rearranjar nessa realidade tão dura e tantas vezes negligenciada. Ao se abrir e descrever com detalhes as inúmeras tentativas de ter uma vida normal, ela deixa escapar um pedido para que se tenha um olhar mais apurado em direção à pessoa com transtorno psiquiátrico, não só à doença.

Antes de esse livro ser publicado, ela estava há dez anos sem passar por internações, o que foi possível graças a um longo processo de autoconhecimento e a incrível capacidade de renascer após cada crise.

“Apesar de não ter uma imagem imaculada, aprendi que a capacidade de se reerguer é o grande trunfo de um bipolar e, no meu caso, essa foi a maior prova de amor por mim mesma.”

Fonte: Felipe Vieira, jornalista.


Estimulação magnética é nova aposta para tratar bipolaridade.

Desde 2012, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em casos de depressão uni e bipolar, de alucinação auditiva em esquizofrenia e no planejamento de neurocirurgia.

Terapia por estimulação magnética do crânio pode ser nova aliada no tratamento de pacientes bipolares. O estudo, publicado recentemente na revista científica Nature foi realizado por pesquisadores brasileiros no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e mostrou que o “deep TMS”, equipamento de estimulação magnética profunda, semelhante àquelas cadeiras de salão de beleza com secador embutido, pode ser ministrado em conjunto com os medicamentos em pacientes em fase depressiva da doença, potencializando os resultados, de acordo com informações do Uol.

Os neurônios são estimulados a partir de ondas magnéticas produzidas por corrente elétrica biológica, ajudando na produção da química necessária para o tratamento. No entanto, a técnica não substitui a medicação. “A doença é crônica, como diabetes e hipertensão. Parar o remédio, nesta doença, o risco de recaída é praticamente certo. O tratamento magnético seria uma opção para potencializar”, explica o médico psiquiatra Diego Tavares ao UOL Notícias.

Casos estudados

No estudo, o aparelho foi testado em cinquenta pacientes bipolares da mesma faixa etária, que foram separados em grupos de acordo com suas diferentes medicações, como lítio, antipsicótico e anticonvulsivo. Apenas um grupo recebeu a terapia magnética, em sessões de vinte minutos, todos os dias durante quatro semanas. Ao final, a escala de níveis de depressão foi avaliada. Os resultados foram avaliados a partir de questionários preenchidos pelos pacientes, nos quais analisavam atividades e reações em seu cotidiano, como crises de pânico, choro, desânimo e pensamentos suicidas.

Desde 2012, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em casos de depressão uni e bipolar, de alucinação auditiva em esquizofrenia e no planejamento de neurocirurgia. “A estimulação magnética até hoje tem função reconhecida para a fase depressiva. Mas ela não tem eficácia nas outras fases e não previne a crise, apenas trata os sintomas”, explica Moacyr Alexandro Rosa, diretor do Instituto de Pesquisas Avançadas em Neuroestimulação e professor da Unifesp.

Contraindicações

A terapia, por ter o procedimento semelhante ao da ressonância magnética, não é recomendada para pacientes epilépticos, com próteses de metal na cabeça ou implantes cocleares. No entanto, poucos efeitos colaterais foram apresentados. “O único incômodo relatado pelos pacientes foi um formigamento na região onde a estimulação estava sendo feita. Diferente de enjoos, tontura e outros efeitos causados por remédios”, conta Tavares.

Transtorno bipolar

A doença não tem cura e costuma dar os primeiros sinais durante a adolescência ou no início da vida adulta, causando alterações severas de humor, entre períodos de depressão e euforia. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a condição afeta entre 3% a 8% da população.

Com o decorrer dos estudos, Tavares acredita que a terapia poderá, no futuro, servir como uma alternativa para aqueles que não podem tomar remédios, como gestantes e pacientes em tratamento de quimioterapia.

Fonte: Veja.com